08/07/2012



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VIMIOSO
DISTRITO DE BRAGANÇA


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Vimioso (em mirandês Bimioso ou Bumioso) é uma vila portuguesa com cerca de 1 200 habitantes, situada no extremo nordeste de Portugal. 
 Pertence ao distrito de Bragança, na região Norte de Portugal e sub-região do Alto Trás-os-Montes. É sede de um concelho ou município com 481,47 km² de área e 4 669 habitantes (2011)[1], limitado a norte pela Espanha (município de Alcanizes), a leste pelo concelho de Miranda do Douro, a sul por Mogadouro, a oeste por Macedo de Cavaleiros e a noroeste por Bragança.

HISTÓRIA 
Há indícios de povoamento pré-histórico em vários locais e castros existentes no termo de várias freguesias do concelho (Atalaia de Vimioso, Pereiras, castro da 'Batoqueira, castro da Terronha, etc.). 
 Com outros da região (Bragança, Outeiro, Miranda do Douro, Mogadouro, Penas Róias), os castelos de Algoso e Vimioso fizeram parte da linha de defesa da fronteira oriental do reino. Em Vimioso, além do castelo destruído no século XVIII, existia a torre da Atalaia de que ainda restam vestígios. Símbolos do direito de exercer justiça, foram erguidos pelourinhos em Algoso, à frente da Câmara e em Vimioso, à frente do antigo castelo. 
 Em 1492, o concelho viu chegar grande afluência de judeus expulsos dos reinos de Leão e Castela. Depois de acamparem num local que conservou o nome de Cabanas, entre as actuais povoações de Caçarelhos e Vimioso, os judeus foram autorizados a estabelecerem-se em várias aldeias e vilas da região (Argozelo, Carção, Vimioso, etc.). 

Gentílico vimiosense
Área 481,47 km²
População 4 669 hab. (2011[1])
Densidade populacional 9,7 hab./km²
N.º de freguesias 14
Presidente da
Câmara Municipal
Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1516
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Alto Trás-os-Montes
Distrito Bragança
Antiga província Trás-os-Montes
e Alto Douro
Orago São Vicente
Feriado municipal 10 de Agosto
Código postal 5230 Vimioso
Endereço dos
Paços do Concelho
Praça Eduardo Coelho
5230-315 Vimioso
Sítio oficial www.cm-vimioso.pt
Endereço de
correio electrónico
gi.cmv@cm-vimioso.pt

Convertidos à força à religião católica, constituíram nessas localidades comunidades importantes que pouco se misturaram com o resto da população até meados do século XX. Os judeus – assim chamados até hoje – distinguiam-se dos lavradores pelos ofícios exercidos, ligados ao artesanato e comércio. 
 O século XVI e o início do século XVII constituíram um período de prosperidade para Vimioso e outras terras do Nordeste transmontano (Miranda do Douro, Outeiro, etc.). Em 1516, Vimioso foi elevada a vila por foral do rei D. Manuel. Com as reformas administrativas do século XIX, o concelho de Vimioso cresceu incorporando o extinto concelho de Pinelo e parte dos de Algoso (freguesias de Algoso e Matela), Miranda do Douro (freguesia de Caçarelhos) e Outeiro (freguesias de Argozelo e Santulhão). Durante todo o século XX, vários surtos migratórios levaram grande parte da população para o Brasil – até à década de 1960 – e para a Europa (principalmente para França), provocando a desertificação do concelho.

Aspectos geográficos 
O concelho de Vimioso, situa-se no planalto mirandês e faz parte da Terra Fria transmontana que também inclui os concelhos de Miranda do Douro, Bragança e Vinhais. É um concelho acidentado, atravessado pelos vales profundos dos rios Angueira, Maçãs e Sabor.   

Economia 
Vimioso é um concelho agro-pecuário, dedicado à criação de gado bovino (raça mirandesa) e suíno e ao cultivo dos cereais (centeio, cevada, milho, trigo), da oliveira, da vinha, da batata e de hortaliças (abóbora, couve, feijão, …). 

Outrora importante, a criação de gado caprino e ovino está hoje em declínio. No concelho existem minas de mármore, em Santo Adrião, e de volfrâmio, em Argozelo. A indústria está representada por empresas de construção civil e serralharias.


PATRIMÓNIO



MONUMENTOS (alguns)

CASTELO DE ALGOSO 
Antecedentes 
Embora os autores mais antigos acreditem que a primitiva ocupação humana de seu sítio remonte a um castro pré-histórico, a recente pesquisa arqueológica confirmou que a mesma ocorreu em diversas fases desde o período Calcolítico até à ocupação romana, embora não necessariamente em termos militares. 

O castelo medieval 
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, a primitiva linha de limites do condado portucalense com o reino de Leão desenvolvia-se ao longo da margem esquerda do rio Sabor até à sua confluência com a ribeira de Angueira. Esta raia era vigiada por quatro sentinelas principais: o Castelo de Milhão, o Castelo de Santulhão (ambos já desaparecidos), o Castelo de Outeiro de Miranda (em ruínas) e este Castelo de Algoso. 
 Complementavam essa defesa principal do setor nordeste transmontano os castelos de Penas Róias, de Mogadouro e, embora mais distante, o de Bragança. Os estudos mais recentes indicam que a edificação da primitiva estrutura do castelo remonta a algum momento no final do reinado de D. Afonso Henriques (1112-1185), quando seu filho Sancho já exercia o poder régio. Conforme registado nas Inquirições de 1258, o seu construtor foi um senhor local, Mendo Bofino (ou Mendo Rufino), que em troca recebeu o senhorio da vila de Vimioso. A partir de 1224 a sua estrutura foi radicalmente alterada, momento em que o castelo foi doado por D. Sancho II (1223-1248) à Ordem dos Hospitalários (denominada, a partir do século XVI, como Ordem de Malta), após um período relativamente longo de guerra com o reino de Leão. 
CENTRO DE INTERPRETAÇÃO

À época, este castelo constituía-se no expoente máximo do poder local, residência do representante real encarregado da arrecadação dos direitos reais em terras de Miranda e Penas Róias. A antiga vila e concelho de Ylgoso, Ulgoso ou São Sebastião de Algoso, integrava o bispado e distrito de Bragança. No ano de 1230 a Ordem do Templo e a de São João do Hospital fizeram concordata, em Coimbra, sobre várias terras em litígio entre as quais entrava Ylgoso (Algoso), Vila Chã, Atenor, Penas Róias, Paradela e outras, fora do bispado de Bragança. Em 22 de junho de 1239 D. Pedro Costem, comendador da Ordem do Templo em Portugal, fez uma composição entre as comendas do Mogadouro e Penas Róias, pertencentes à sua ordem, e a de Algoso. Posteriormente, a 13 de fevereiro de 1291, D. Dinis (1279-1325) fez nova composição, em Coimbra, com o Grão-Comendador de São João do Hospital, D. Fernão Peres (o Mossejo), acerca da comenda de Algoso e de outras terras próximas. A importância desta decorria dos rendimentos auferidos anualmente pelo seu comendador: de sete a oito mil cruzados, incluindo-se neste montante a de duas partes dos frutos das abadias de Travanca, Sendim, Vilar Seco, Duas Igrejas e Guide. Este soberano terá determinado ainda a realização de obras de reparo e melhorias no castelo. 
 Na posse dos Hospitalários, o castelo foi transformado numa fortificação em estilo gótico, destacando-se a construção da sólida torre de menagem, com a função de residência do comendador, e de um torreão na muralha a sul. Em 1480 Algoso recebeu foral de D. Afonso V (1438-1481), confirmado por D. Manuel I (1495-1521) em 1 de junho de 1510 (Foral Novo). Nesse período, a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). O Numeramento de 1530, refere que, no castelo, só vivia o alcaide.

IGREJA MATRIZ 
A Igreja Matriz de Vimioso é um importante templo maneirista, edificado no século XVII, durante o período filipino. Tem como orago S. Vicente. A fachada principal, orientada a oeste, está dividida em três corpos, sendo os laterais constituídos pela torre sineira, lado direito, e a torre do relógio do lado oposto. No corpo central abre-se o pórtico, de arco pleno, ladeado por dois medalhões e enquadrado por duas colunas dóricas assentes em pedestais altos. Na aduela de fecho do arco tem uma pequena estátua assente sobre uma mísula. Imediatamente por cima do portal rasga-se uma cruz latina vazada, que ilumina o templo e que é de execução posterior. Este corpo central é corrido no topo por uma balaustrada. A torre do lado do esquerdo possui, acima do friso, o relógio e o sítio para os sinos. No interior, a nave encontra-se dividida em cinco tramos por arcos torais sensivelmente abatidos e de grande envergadura (doze metros de corda). Tem cobertura em abóbada de berçocom nervuras cruzadas. 
 Os fechos ostentam motivos vários, como o Sol e a Lua, cruz rosetada, mascarões, pomba do Espírito Santo, conchas vieiras, etc. Na entrada, do lado do Evangelho, um arco pleno dá acesso ao baptistério, colocado na torre do relógio. Do lado da Epístola surge uma capela lateral seiscentista brasonada, ostentando a cruz da Ordem de Cristo no fecho da abóbada. O arco triunfal, de volta perfeita, é ladeado por dois altares de talha dourada dispostos nos ângulos. O altar do lado da Epístola obstrui o arco. A capela-mor tem cobertura em abóbada de berço com caixotões estucados e pintados com símbolos da paixão de Cristo. O altar-moré em talha dourada barroca de estilo nacional, com colunas salomónicas - três de cada lado - , anjos, parras e aves. 

TORRE DA ATALAIA 
 Trata-se de uma torre de observação de planta circular, que controlava as fronteiras com o reino de Leão e que se inseria no sistema defensivo do Castelo de Vimioso. A estrutura, de cerca de 6 m de altura, é constituída por xisto argamassado com barro. A norte da Atalaia existe um afloramento granítico onde se adossa a torre. A rodear a edificação encontra-se um fosso, talvez da época romana. Acesso: Está implantada a este da vila de Vimioso, num cabeço com cerca de 600 m de altitude. Nas imediações existe uma escola primária e um bairro camarário.

CABANAL DE CAÇARELHOS 
Cabanal de planta retangular simples com treze pilares quadrangulares e com cobertura em telhado de uma água. Foi provavelmente construído no século XIX, sendo um exemplo da arquitetura vernacular da região. No exterior, realiza-se a feira de Caçarelhos, todos os dias 19 de cada mês.

FONTE DO LUGAR 
Fonte de mergulho constituída por uma planta quadrangular, com um tanque coberto por uma estrutura em telhado de lajes, onde se destaca um remate boleado. Não se sabe ao certo a data de construção, sabendo-se apenas que foi erguido na Idade Moderna.

PONTE DO SANTULHÃO 
Ponte de cavalete localizada sobre o rio Sabor, constituída por cinco arcos desiguais, sendo o central e os dois do lado direito redondos e, os dois do lado esquerdo quebrados. Atualmente, tem apenas circulação pedonal. Foi construída na Idade Média e reconstruída na Idade Moderna. 

PONTE VELHA DO PINEL
O Ponte medieval de dois lanços, localizada sobre o rio Maçãs. O lanço esquerdo apresenta-se em cavalete sobre três arcos desiguais e o lanço direito apresenta um tabuleiro horizontal sobre três arcos redondos iguais. Atualmente, tem apenas circulação pedonal.

PONTE DE ALGOSO 

Ponte pedonal localizada sobre o rio Angueira, a apresentar um tabuleiro horizontal com uma rampa, assente sobre três arcos redondos. Foi construída na época medieval, destruída por uma cheia em 1907 e depois reconstruída em 1727/1738.

OUTROS 

CASA DA CULTURA 
Localizada em pleno centro da Vila, engloba um auditório, um museu Rural/Etnográfico e Galerias de Exposições. O Auditório tem uma sala com 168 lugares, equipada com som e luzes, dispondo de amplo palco e camarins, sendo por isso um espaço próprio para sessões de cinema, teatro, concertos, seminários e conferências.


GASTRONOMIA 

Turismo é sinónimo de Lazer, Cultura mas também Gastronomia. É a simbiose entre paisagem natural, património, tradições culturais e sabores que aguça o apetite do viajante e o levam a querer constatar/ disfrutar in loco todos estes “prazeres”. 
BOTELO COM CASCAS

É, justamente, esta diversidade de ofertas que pode encontrar no concelho de Vimioso. Desafiamo-lo, pois, a pretexto de um bom manjar, a visitar-nos. Os saberes e sabores tradicionais das nossas receitas, que as mãos sábias de quem as domina tão bem preparam, são absolutamente irresistíveis. 
PEIXE DE ESCABECHE

Coma do melhor fumeiro (alheira, salpicão, botelo); saboreie o nosso botelo com cascas, uma boa caldeirada de cordeiro ou renda-se a um cabrito assado. A posta de vitela (Mirandesa, pois claro!) é sempre uma boa escolha. Acompanhe com vinho da região e não deixe de deliciar-se com tentadoras sobremesas: doces regionais, fruta verdadeiramente natural, a marmelada e o queijo caseiros regados com licores de paladares e odores da natureza que nos rodeia... 


 IN
- WIKIPÉDIA
- SITE DO MUNICÍPIO
-  http://www.bragancanet.pt/patrimonio/atalaia.htm 

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