22/06/2012

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HOJE NO
"PÚBLICO"

Prevalência do 
Aneurisma da Aorta Abdominal 
é 2,4%, superior a outros países 
da Europa

 O Rastreio Nacional do Aneurisma da Aorta Abdominal (AAA) terminou, depois de passar por todas as capitais de distrito e ilhas, e deixou um alerta especialmente dirigido aos homens com mais de 65 anos, o grupo de risco desta patologia. 

A doença “não dá sintomas, mas é fatal” e a prevenção através do rastreio é simples e eficaz, avisam os especialistas que encontraram uma prevalência de 2,4% no grupo de risco, de acordo com os resultados que são divulgados esta sexta-feira. O AAA é o aneurisma mais frequente, é silencioso, não dói e geralmente só é perceptível quando a aorta – a principal artéria do nosso organismo – dilata até ao ponto em que rompe. Nessa altura é muitas vezes demasiado tarde. 

“Em caso de ruptura, menos de metade dos casos chega com vida ao hospital”, exemplifica Armando Mansilha, professor de Cirurgia Vascular na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV). O especialista coordenou o rastreio nacional que, pela primeira vez, apresenta dados da prevalência desta patologia em Portugal e que detectou números superiores aos relatados por outros países como a Inglaterra (com uma taxa de 1,8%) ou a Suécia (1,6%). 

O rastreio nacional inédito arrancou em Junho do ano passado e envolveu um questionário para tratamento estatístico mas, apoiado por uma viatura móvel que percorreu o país, também permitiu medição da tensão arterial e realização de uma ecografia abdominal. Foram avaliados 1604 homens com uma média de idade de 74 anos (a doença é mais comum nos homens e afecta sobretudo pessoas com mais de 65 anos). Além da prevalência desta patologia, os resultados permitiram confirmar com mais detalhe os factores de risco presentes na população. 

De acordo com Armando Mansilha, “mais de metade dos rastreados são ou foram fumadores (51,8%), mais de 60% revelaram sofrer de hipertensão e 46% acusaram colesterol elevado”. Já os indicadores de risco – doença coronária e doença carotídea, que permitem avaliar o risco de enfarte e de acidente vascular cerebral – foram avaliados em 17% e 7,8%, respectivamente. 

“A melhor forma de prevenção é o rastreio através de uma simples ecografia abdominal”, salienta o docente da FMUP num comunicado, lembrando ainda que “a ausência de sintomas não representa a ausência da doença”, pelo que a promoção do rasteio se torna vital. 

O documento que divulga os resultados do rastreio esclarece ainda que as pessoas envolvidas receberam uma nota com o resultado do exame dirigida ao médico de família e que os doentes em risco foram encaminhados para um Serviço de Cirurgia Vascular. A iniciativa, promovida pela SPACV e apoiada pela FMUP, teve o patrocínio do Alto Comissariado para a Saúde e a aprovação das Administrações Regionais de Saúde. 


* Previna-se, se sentir que o coração "bate" na barriga consulte um médico. 


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