28/06/2012

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  HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Bastonário dos Médicos fala em instrumentalização da IGAS 

O bastonário da Ordem dos Médicos lamentou hoje que a denúncia da Inspeção-Geral das Atividades de Saúde sobre baixas fraudulentas em 2011 só fale em "fortes indícios" e tenha sido disponibilizada aos media em primeiro lugar. "Saudamos todas as inspeções que sejam realizadas sobre a atividade médica porque queremos que seja absolutamente transparente", mas "não podemos julgar com base apenas em indícios", afirmou à Lusa o bastonário, José Manuel Silva. Sublinhando que "a Ordem será a primeira interessada em que as decisões que levem à penalização desses médicos sejam o mais severas possível", o bastonário admite que a Inspeção-Geral de Atividades de Saúde (IGAS) possa estar a ser instrumentalizada.

 "Não posso deixar de salientar que esse relatório, que já está na comunicação social, ainda não consta no site do IGAS e também não foi apresentado à Ordem dos Médicos. Isto faz-nos pensar - porque somos todos pessoas inteligentes - é que a IGAS está a ser instrumentalizada", defendeu. 

Segundo o bastonário dos médicos, esta suspeita surgiu a partir do momento em que os médicos convocaram uma greve para 11 e 12 de julho e "começaram a aparecer notícias diariamente na comunicação social que visam descredibilizar a profissão médica, confundindo a parte com o todo". Estes "indícios de campanha de descredibilização da classe médica apenas unirão ainda mais [os médicos] e apenas nos tornarão ainda mais determinados e empenhados na defesa do Serviço Nacional de Saúde, dos doentes e da qualidade da medicina portuguesa", garantiu. 

O relatório do IGAS refere ainda que, entre as irregularidades detetadas, consta a existência de casos de substituição de medicamentos nas farmácias contra a vontade do médico prescritor. Situações que José Manuel Silva diz já ter denunciado, escrevendo ao Infarmed e ao ministro da Saúde para exigir uma "auditoria rigorosa à dispensa de medicamentos nas farmácias". 

 "Temos fortes indícios de que a legislação não está a ser cumprida, nomeadamente na despensa de um dos cinco medicamentos mais baratos" e "queremos que essa auditoria seja tornada pública, que seja escrutinável e transparente". 

* A oligarquia médica é uma classe intocável. Durante todos estes anos de democracia, não vale a pena falar de antes, a quase total impunidade dos profissionais face aos erros cometidos, muitas vezes provocando a morte aos doentes, é um escândalo para o próprio regime. 
A arrogância e despeito com que a Ordem tem tratado outros profissionais de saúde são absurdos. 
Nada disto valida qualquer orquestração de má fé para com os médicos, porque a grande maioria são competentes e sérios, mas não intocáveis.


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