30/06/2012


 DOGUE
      BRASILEIRO


 

Classificação CBKC: Grupo 11 - Raça não reconhecida pela FCI. 
Padrão CBKC NR 04 
País de origem: Brasil 
Nome no país de origem: Dogue Brasileiro 
Utilização: Guarda Prova de trabalho
Para o campeonato, é exigida Prova de Apreciação de Caráter.

HISTÓRIA 
Pedro Ribeiro Dantas, em 1978, era criador de bull terriers em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Após insistência de um vizinho, que tinha uma cadela boxer, aceitou cruzar um de seus bull terriers com a boxer. 

Nascida a ninhada, Pedro gostou de uma filhote e resolveu criá-la, batizando-a com o nome de Tigresa por conta da sua marcação de pêlos rajada. À medida que Tigresa crescia, demonstrava excepcionais qualidades. Era muito obediente, muito carinhosa, aprendia fácil e tinha uma excelente compleição física e vigor. 
Ao contrário dos bull terriers, que com o passar dos anos sua seleção privilegiou o desenvolvimento de hipertipias (características físicas exageradas) em detrimento da funcionalidade (parecido com o que aconteceu com o buldogue inglês), Tigresa era uma cadela muito funcional, ágil, forte e excelente na guarda. 
Seu vigor físico era superior aos dos bull terriers e boxers, não se cansava fácil, cheia de disposição e sem problemas de saúde ou estruturais musculo-esqueléticos. Também se notou que Tigresa era uma cadela muito mais tolerante em relação aos bull terriers, quando os mesmos provocavam ela costumava esquivar das agressões e se impor a eles sem usar da agressividade usando apenas o seu potencial físico superior e seu equilíbrio.
 Percebendo que da cruza resultou num cão funcional, equilibrado, excelente na guarda e com excelente vigor físico, Pedro procurou informações junto a outras pessoas que pegaram filhotes da ninhada para criar. Seus donos relataram que os cães eram excelentes na guarda, extremamente dóceis com a família assim como tinham também um excelente vigor físico. Procurou-se então fazer mais um cruzazamento de bull terrier e boxer (entre cães diferentes do primeiro) para ver se as características da ninhada se mantinham. 
Ao comprovar que as características se mantinham, cruzou-se os cães de diferentes linhas de sangue para ter a certeza se nasciam cães com as mesmas características ou com as hipertipias dos seus ancestrais. Foi comprovado mais uma vez que as características se mantinham, então foi decidido iniciar o desenvolvimento de uma nova raça canina. 

Desenvolvimento 
Após a primeira geração de cruzamentos entre bull boxers, Pedro Dantas foi cruzando ao longo da década de 80 os cães e seus descendentes. Sem intenção de fazer números, fazia ele cruzamentos esporádicos e planeados doando os filhotes a conhecidos para criar. 
Com o nascimento das ninhadas, de maneira cuidadosa, anotava-se as informações da árvore genealógica de cada cão. Também se percebia as características dos cães, tais como comportamento dos cães em relação à família e outros animais, seus instintos de guarda, doenças e porte físico. 
Constatou-se que, de maneira praticamente uniforme, os bull boxers tinham as seguintes características 
 - Extremamente eficientes na guarda, provavelmente pegando as boas características de guarda do boxer e do bull terrier num cão só. 
-  Extremamente apegados à família e equilibrados, pegando do boxer e do bull terrier a dedicação e amor que tem pelo dono e pela família. 
- Porte físico equilibrado e potente, herdando as características físicas do boxer melhoradas assim como as do bull terrier melhoradas, herdando, também, a maior tolerância a dor do bull terrier. 
- Cão com longevidade por volta dos 13 anos de idade. 

Nesta altura, o criador da raça não estava totalmente convencido de que o bull boxer era um cão com características físicas e de temperamento únicas para formar uma outra raça. Sendo assim, adquiriu alguns exemplares de raças similares para comparar. 
Adquiriu o American Staffordshire Terrier. Percebeu-se que fisicamente eram suficientemente diferentes e a questão do caráter e do instinto também eram suficientemente diferentes. Decidiu-se, então, por cruzar alguns exemplares de bull boxer com o american staffordshire terrier para ver se as características se mantinham (físicas e psicológicas). Para surpresa de Pedro Dantas, ao menos na primeira geração, as características do bull boxer se mantinham nos filhotes e exemplares adultos. Com o teste, não foi inserido mais sangue de American Staffordshire Terrier e se convenceu criar a raça, fechando o sangue nos exemplares de bull boxers já existentes. 

ASPECTO GERAL: cão de aspecto sólido, maciço e não esgalgado, sem parecer, no entanto, atarracado ou desproporcionalmente pesado. Deve dar impressão de agilidade e força, com músculos muito fortes, longos e marcados, dando a impressão de grande potência e impulsão. Ossos fortes. 

TEMPERAMENTO / COMPORTAMENTO: cão ativo, atento e observador, de expressão séria para estranhos e meiga para com o dono. Equilibrado, apto à disciplina, porém destemido quando provocado ou sob comando. Não deve dar demonstrações gratuitas de agressividade, principalmente diante de outros cães. 

PROPORÇÕES IMPORTANTES: o comprimento do tronco deve ultrapassar a altura na cernelha em aproximadamente sete por cento. A profundidade do peito deve ser de aproximadamente 50% da altura na cernelha. O comprimento da cabeça deve ser proporcional ao tamanho do cão. 

CABEÇA: de comprimento médio. Relativamente profunda na região craniana. Arco zigomático de largo para médio. A largura do arco zigomático deve sobressair em relação à do focinho, não devendo, no entanto, tal proporção ser exagerada. Linha superior do crânio, vista de frente ou de perfil, ligeiramente convexa. O sulco mediano deve ser visível e a pele da testa ligeiramente franzida, dando ao cão uma expressão séria quando atento. A distância do occipital ao stop em relação a do occipital à ponta do focinho deve ser de 50%. Masséteres relativamente bem pronunciados. 

REGIÃO CRANIANA 
Crânio: relativamente largo. 
Largura: a largura do crânio, na altura do arco zigomático, deve exceder em 7% a distância entre o occipital ao stop e ser o dobro da largura do focinho na altura dos dentes caninos superiores. 
Stop: leve, visto de perfil ou de frente. 
REGIÃO FACIAL 
Focinho: de comprimento médio, reto, mandíbula bem definida e muito forte, com poderosa potência de mordida.
Trufa: preta ou podendo acompanhar a diluição da cor da pelagem (cão cinza, rajado-azul, isabela ou fígado) - trufas vermelhas cor-de-carne não são admitidas; 
Bem desenvolvida, com narinas abertas. 
Dentes: fortes, bem alinhados, com fechamento frontal em tesoura ou torquês. 
Lábios: ajustados e curtos, com comissura labial relativamente ampla. 
Olhos: amendoados, do mel ao castanho escuro. Separados. Moderadamente pequenos. Pálpebras ajustadas não devendo mostrar a conjuntiva. 
Orelhas: de inserção ligeiramente acima da linha dos olhos. Operadas, opcionalmente, semi-curtas, em triângulos isósceles. Caso íntegras, deverão ser semi-caídas com caimento fronto-lateral. 

PESCOÇO: de comprimento médio. Forte, ligeiramente arqueado, engrossando do crânio aos ombros. Levantado, de porte relativamente alto. Desprovido de barbelas. 
TRONCO 
Linha Superior: alta na cernelha e descendente para a garupa. 
Cernelha: alta, região da cernelha muito musculosa. 
Tórax: alto e forte. 
Dorso: relativamente curto. 
Peito: profundo, mas não em excesso (aproximadamente 50% da altura na cernelha). 
Costelas: profundas e razoavelmente bem arqueadas. Antepeito: largo, visto de frente, sem dar a impressão, no entanto, de atarracamento. 
Lombo: levemente arqueado. Ventre: linha inferior levemente esgalgada. 
Garupa: levemente arredondada.

CAUDA: grossa. De inserção média, devendo ser portada acima da linha do dorso, quando o cão se movimenta; com postura muito levemente côncava, nessa mesma condição, se vista de frente. Opcionalmente operada, permanecendo o comprimento, neste caso, em, aproximadamente, vinte por cento a mais do que o da cabeça do cão. Se íntegra, oitenta por cento mais longa. 

MEMBROS
MEMBROS ANTERIORES: retos, com ossos retos e arredondados. 
Ombros: fortes e musculosos. 
Braços: fortes e musculosos. 
Carpos: fortes, com dedos fortes e arqueados. 
MEMBROS POSTERIORES: muito musculosos, fortes, com boa angulação. 
Coxas: muito musculosas. 
Jarretes: curtos e corretamente direcionados para frente. Patas: de gato. 

MOVIMENTAÇÃO: deve ser fluente, com força e agilidade. As patas devem se mover paralelamente com boa flexão, inclusive nos joelhos. 

PELE: grossa, relativamente solta, mas sem qualquer resquício de barbelas. 
PELAGEM: curta (até 2,5cm na cernelha) ou média; densa; luzidia e áspera. É aceita, sem restrições, a variedade de pelo médio, não devendo, no entanto o comprimento do pelo, na altura da cernelha, ultrapassar 4,7cm. 
COR: qualquer cor, variação ou combinação de cores são aceitas sem qualquer restrição. 

TAMANHO: 
Altura: 
machos: de 54 a 60 cm (preferencialmente 58 cm); 
fêmeas: de 50 a 58 cm (preferencialmente 56 cm). 
Peso: 
machos: de 29 a 43 kg (preferencialmente 39 kg); 
fêmeas: de 23 a 39 kg (preferencialmente 33 kg). 

OBS: as alturas e pesos devem ser respectivamente proporcionais. 

TÍTULO DE CAMPEÃO: Somente poderá obter o título de campeão os machos e fêmeas aprovados na apreciação do caráter, em anexo, em que deverão obrigatoriamente demonstrar coragem e, principalmente, controle. Os cães considerados atípicos, por falta de iniciativa, ou considerados perigosos, não poderão obter tal distinção. 



IN 
-CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA
- WIKIPÉDIA

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