22/04/2012

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VIZELA
DISTRITO DE BRAGA
















Vizela é uma cidade portuguesa no Distrito de Braga, região Norte e sub-região do Ave, com cerca de 14 416 habitantes.

É sede de um município com 23,92 km² de área e 23 736 habitantes (2011), subdividido em 7 freguesias. O município é limitado a norte e a oeste pelo município de Guimarães,a oeste por Santo Tirso a leste por Felgueiras e a sul por Lousada.
O concelho foi criado em 24 de Maio de 1361, vindo a ser extinto em 3 de Fevereiro de 1408. Teve então a designação de Riba Vizela. O município foi restaurado em 19 de Março de 1998 por desmembramento de freguesias de Guimarães, Lousada e Felgueiras.

No concelho predomina a indústria têxtil, vestuário e calçado e possui um desenvolvido comércio. As empresas existentes estão, essencialmente, ligadas ao ramo têxtil, vestuário e calçado, cuja produção está direccionada, quase exclusivamente, para o mercado externo.
O acesso ao concelho de Vizela é feito, predominantemente, por noroeste, estando ligado às principais cidades do País. O concelho é atravessado, no sentido Noroeste-Sudoeste, pela EN 106, que constitui um importante eixo viário, tanto no acesso aos concelhos limítrofes de Guimarães, Santo Tirso, Lousada e Penafiel, servindo igualmente de ‘corredor’ de ligação entre as várias vias que servem o concelho.

Gentílico Vizelense
Área 23,92 km²
População 23 736 hab. (2011[1])
Densidade populacional 992,31 hab./km²
N.º de freguesias 7
Presidente da Câmara Municipal Dinis Costa
Fundação do município
(ou foral)
1998 (existiu entre 1361 e 1408)
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Ave
Distrito Braga
Antiga província Minho
Feriado municipal 19 de Março (Criação do concelho em 1998)
Código postal 4815 Vizela
Endereço dos
Paços do Concelho
Rua Doutor
Alfredo Pinto, 42
4815-427 Vizela
Sítio oficial www.cm-vizela.pt/
Endereço de
correio electrónico
geral@cm-vizela.pt

A mesma via, complementada pela EN 207-1, no sentido Oeste-Sul, permite também o acesso ao IP4, A11, vias privilegiadas de ligação à zona interior da Região Norte.
Destaque ainda para a EM 513 – VIM (Via Intermunicipal), no sentido Oeste-Este, que permite o acesso à A7 e, subsequentemente, à A3 e A11, vias de ligação ao litoral Norte e às principais cidades minhotas.

O Concelho é ainda servido pela rede ferroviária nacional – linha 11 (Guimarães), possuindo uma estação, a partir da qual é possível o trânsito nacional e internacional de pessoas.
No que diz respeito ao Turismo, são inúmeros os recursos existentes, quer culturais, quer naturais. Todavia, Vizela está intimamente associada à prática do termalismo, tendo sido este um legado deixado pelos povos romanos.
Aproveitando a qualidade terapêutica das águas, indicadas para doenças respiratórias, doenças de pele e reumatismos, o actual balneário termal foi construído em 1870.
Mas para além das Termas, são inúmeras as atracções que Vizela possui, desde paisagens naturais, como a obtida através do Santuário de S. Bento das Pêras, passando pelo património histórico construído, como a Ponte Romana.
Mas, há mais, muito mais... Vizela tem uma actividade económica e cultural muito dinâmica, criando assim uma oferta diversificada, capaz de satisfazer as diversas necessidades dos seus visitantes e turistas.

HISTÓRIA

Uma Luta de Séculos
Foi no rio Vizela que começou a história deste novo concelho.
Com 40 km de curso, o rio Vizela nasce na serra de Cabeceiras, entre as freguesias de Aboim e Gontim, concelho de Fafe e distrito de Braga. Desagua na margem esquerda do rio Ave, perto da freguesia de S. Miguel das Aves, concelho de Santo Tirso e distrito do Porto.
 À volta do rio Vizela, começaram a surgir as primeiras populações, uma vez que as suas margens eram muito férteis e possuíam uma grande capacidade agrícola, sendo o cultivo dos campos, até ao século XIX, praticamente a única actividade destas populações.
Vizela está integrada no Vale do Vizela, que se inicia na serra de Santa Catarina, a Norte. A Sul, faz fronteira com parte do concelho de Lousada, através da serra do Carvelo.
Foi em Vizela que começou toda a actividade económica e política desta região. As condições geográficas do Vale de Vizela desde muito cedo atraíram o homem. Como a água abundava em todo o vale, as actividades de maior relevo eram a agricultura e a pecuária.

A descoberta das águas termais
A chegada dos Romanos à Península Ibérica, no século III a.C., trouxe grandes transformações, nomeadamente para a região de Vizela, transformando por completo os hábitos, costumes e modos de vida das populações que aí viviam.
A grande transformação operada pelos Romanos nesta região foi a descoberta das águas termais de Vizela, com capacidades únicas no tratamento de determinadas doenças, entre as quais o reumatismo e as afecções das vias respiratórias.
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Assim, os Romanos construíram, a partir do século I a.C., uma espécie de complexo termal, tendo surgido, à sua volta, toda uma povoação. Era aqui que as populações das diferentes classes sociais passavam horas de lazer e tentavam as curas para os seus males. Vizela tornou-se, assim, conhecida pelas virtudes terapêuticas das suas múltiplas nascentes de água. Aqui, acorria gente de toda a Ibéria.
Outra obra com a assinatura dos povos romanos é a ponte de Vizela, conhecida por "ponte velha", e que resistiu a séculos de utilização, estando classificada como monumento nacional.
 Com as invasões bárbaras, no século V, o Império Romano desmoronou-se por completo, assistindo-se à ascensão do Cristianismo, que invadiu todas as populações.
Após a Reconquista, formaram-se novos aglomerados populacionais. No ano de 607, século VII, realizou-se um concílio para a divisão do território em bispados, surgindo, assim, as primeiras paróquias portuguesas, entre as quais, Oculis, ou seja, Caldas de Vizela.

1361: Vizela foi concelho
A evolução política provocou, a partir de meados do século XI, a ascensão de Portucale, como centro de uma vasta área. O poder era exercido a partir de um centro, que começou por ser Guimarães. Vizela, como estava mesmo ao lado, aproveitou o facto para crescer e adquirir uma certa importância no contexto geral da governação do país.
O ano de 1361 foi o primeiro grande momento da história de Vizela, tendo esta alcançado a independência administrativa e formado, pela primeira vez, concelho próprio. D. João, filho de D. Pedro e de Inês de Castro, foi, assim, o primeiro governante de Vizela.
Contudo, o concelho teve uma duração efémera: 47 anos. Pensa-se que os motivos da extinção estejam ligados aos conflitos entre os poderes municipais de Vizela e os conventos minhotos de Guimarães e Roriz.
Mais tarde, nesta região, nasceu um novo concelho, desta vez com sede em Barrosas e que agrupou grande parte das actuais freguesias de Vizela.
Em Tagilde, a 10 de Julho de 1372, assinou-se um importante acordo político, o chamado pacto de Tagilde, um tratado de aliança entre Portugal e Inglaterra.
 Entre o século XV e XVIII, pouco aconteceu em Vizela. Depois de um certo período de adormecimento, as termas renasceram no século XVIII. Em 1785, iniciou-se a construção, no sítio da Lameira, de uma barraca coberta de colmo, que iria constituir as primeiras instalações das termas de Vizela.
Como a afluência foi enorme, nos anos seguintes, foram construídas algumas barracas em pedra. Já no século XIX, foi dada autorização régia para a construção dos banhos, os antecessores da actual Companhia.
As actuais instalações termais começaram a ser construídas em finais do século XIX (1870). Em 1873, é fundada a Companhia dos Banhos de Vizela, que ainda hoje concede ao concelho características de turismo muito particulares e que contribuiu, de forma preponderante, para o urbanismo vizelense, dos séculos XIX e XX.

O renascer do espírito independentista
Com a criação da Companhia dos Banhos, a povoação cresce, e com ela renasce a consciencialização autonómica da população, que estava enfraquecida há vários séculos, dando origem, durante o século XIX, ao renascer da luta pela autonomia de Vizela.
 A partir de 1822, efectuam-se as primeiras alterações administrativas, dividindo-se o país em distritos. Trinta anos depois, foi extinto o concelho de Barrosas, aumentando, assim, o sentimento de independência de todo o vale de Vizela.
Em 1852, a Rainha D. Maria II inicia uma viagem pelo país, anunciando a sua passagem por Vizela. Apesar da promessa, esta visita acabou por não se efectuar e os vizelenses não esconderam a sua insatisfação e revolta. Foi a partir daqui que se intensificou o desejo de autonomia dos vizelenses, o desejo de um concelho independente de Guimarães.
Com a implantação da República, em 1910, Vizela acalentou novas esperanças na sua luta e, pouco tempo depois enviou uma comissão, a Lisboa, com o objectivo de apresentar os motivos de tão antigas reivindicações.
Assim, em 1914, Vizela apresentou uma proposta de criação do município, com 26 freguesias, a maioria desanexada de Guimarães. Doze anos depois, a mesma proposta já contemplava apenas 17 freguesias.
Naquela altura, Vizela vivia momentos de grande vigor económico, sendo a estância termal considerada uma das melhores do país, servindo de pólo dinamizador de toda a região.
Em finais do século XIX, viviam em Vizela mais de 5000 habitantes. A indústria têxtil, nomeadamente o tecido de seda, algodão e linho, era a principal actividade económica de Vizela. A indústria mecânica, da serração de madeira e a do pão-de-ló, o famoso Bolinhol, também estavam desenvolvidas.
Na altura, existiam dois casinos, que representavam uma fatia importante da economia vizelense, e algumas unidades hoteleiras, que serviam de apoio às termas de Vizela.
O desenvolvimento económico de Vizela estava à vista e os gritos de independência iam-se fazendo ouvir, cada vez mais alto.

Elevação a Vila
Em 1929, Vizela é elevada à categoria de vila, em plena ditadura de pré-Estado Novo. Mas, os vizelenses não ficaram satisfeitos e não desistiram da sua luta pela criação do concelho. Em 1964, é fundado o MRCV - Movimento para a Restauração do Concelho de Vizela, que se propôs liderar a luta pela criação do concelho. Em meados do século XX, assistiu-se a um certo declínio das termas, contrastando com um forte surto industrial, nomeadamente nos sectores têxtil, calçado e construção civil.
Com o 25 de Abril, veio a promessa de uma nova lei sobre os municípios e as esperanças dos vizelenses aumentaram. Mas, mais uma vez, as tentativas não tiveram resultados positivos.
Nos anos 80, os acontecimentos na Assembleia da República foram acidentados. Em 1982, o Partido Popular Monárquico apresentou uma proposta de criação do concelho, mas esta foi rejeitada. O PSD também fez promessas, que não cumpriu.Como resposta, os vizelenses boicotaram as eleições autárquicas de Dezembro desse mesmo ano.
Em 1985, foi aprovada a nova lei-quadro dos municípios, em que uma das cláusulas impedia a criação de novos concelhos, antes da regionalização.
Contudo, Vizela nunca desistiu de lutar pelos seus interesses, que viriam a ser satisfeitos em Março de 1998. Mas, em 1997, Vizela ainda sofreu outra decepção, quando, mais uma vez, viu chumbada a sua proposta e, ao mesmo tempo, aprovada a elevação de Fátima a cidade.
Aliado a isto, as relações entre Vizela e Guimarães iam-se deteriorando, pois estava no ar que o concelho de Vizela, mais cedo ou mais tarde, iria ser criado. Em 1997, foi apresentada uma proposta de lei do Partido Popular sobre a criação do concelho que, mais uma vez, foi chumbada. Mas, esta seria a última decepção dos vizelenses.

Luta valeu a pena
Em 1998, estavam na agenda da Assembleia da República, três projectos-lei de elevação de Vizela a concelho. A 19 de Março, os projectos-lei foram aprovados e Vizela era, finalmente, elevada à categoria de cidade.
Mais de seis mil vizelenses, que se tinham deslocado até Lisboa, fizeram a festa, à porta da Assembleia da República. Também em Vizela, a festa foi rija e culminou com um espectáculo de fogo de artifício, organizado pelo MRCV.
A luta valeu a pena... O desejo concretizou-se... Vizela era concelho!

ARQUEOLOGIA

 Enquadramento Histórico
Já desde os primórdios da civilizações que viveram em Vizela, nomeadamente os Romanos, que alcançam o nosso território no século II a.c.. A conquista conclui-se no tempo de Augusto. Com a pacificação do território, alterações profundas introduziram-se na vida sócio- económica das populações pré-romanas da região, por isso foram muitos, os vestígios e fragmentos arqueológicos encontrados em território vizelense, devido às constantes movimentações do solo, a fim de obras civis/ públicas, vão sendo destruídos ou então, são salvaguardados para estudo de peritos especializados no assunto, chegando-se a prever que o destino de alguns destes achados não tenha sido feito com clareza e dentro da legitimidade.
Sugeriu-se que a utilização dos recursos termais de Vizela, terá sido iniciada pelos romanos, nos inícios do século primeiro antes de Cristo, apesar dos indícios de que se dispõe sobre a romanização local não apontarem para tal antiguidade.
Contudo, estes achados arqueológicos, encontrados na área circundante de Vizela, em que se destaca um castro situado no monte de S. Pedro(conhecido por Monte da Garrafinha), em S. João e um outro localizado no monte da Senhora da Tocha, em Santo Adrião e que foram encontrados vestígios de materiais romanizados na freguesia de Santa Eulália, entre os lugares do Paço e Rielho, como em muitas cidades a nível nacional, em que as tradições são de certa forma semelhantes ou então, obtém um valor enorme, devem ser preservados, e salvaguardados como um espólio do passado e como peça fundamental da história da cidade, onde é encontrado, porém não parece que tenha acontecido isso, em terras vizelenses. Chegam mesmo a vir a Vizela, entendidos e peritos no assunto, e que ficam desiludidos com a falta de tacto e consideração com todo o espólio de valor encontrado em Vizela.
Após um longo período de esquecimento, a exploração termal é reiniciada nos finais do século XVIII, mais precisamente em 1880, para o que são construídas instalações. É aliás, durante este processo que muitos dos dados arqueológicos de que hoje dispomos foram postos a descoberto, entre os quais se destacam, um mosaico romano, do qual ficaram desenhos na Sociedade Martins Sarmento, pertencente a um balneário. Posteriormente, foi encontrado outro mosaico, sendo parte integrante de uma estrutura de banhos.
Outros vestígios romanos foram encontrados em Vizela, e são algumas peças de epigrafia latina e estão depositadas no Museu Martins Sarmento. São elas, as duas epígrafes em honra do deus Bormânico ( uma proveniente das termas e outra da Lameira ), epígrafes de carácter cultual e votivo, encontrada perto da igreja de S. Faustino de Vizela, e também em Rielho, Santa Eulália, e na igreja de Santo Adrião, dedicada aos deuses MANES. E por fim outra de carácter funerário, encontrada nas imediações da igreja de S. Miguel, e entretanto desaparecida, outra peça de importante relevo, é uma arquitrave em granito, pertencente a um edifício termal, encontrada no Largo da Lameira nos princípios do século XVIII.
A sugestão de que Vizela teria sido a sede de Paróquia visigótica “ Oculis Calidarium”, referido em vários documentos de 1014, não é mais que um indicador do prestígio que este núcleo terá tido na época da Romanização até á Idade Média.
Esteve, em Caldas de Vizela, de visita, o ilustre Dr. Sande Lemos, catedrático da Universidade do Minho, tendo como principal objectivo, a apreciação de diversos locais ligados à História de Vizela. Teve como principal itinerário, a ponte velha, as pontes de Negrelos e a velha ponte do Pombeiro e onde foram encontrados alguns vestígios de origem romana, a Praça da República e também à Igreja de S. Miguel.
Nesta última parte deste itinerário arqueológico, o Dr. Sande Lemos, encontrou vestígios de origem romana, compostos por muros, fustes, cerâmica, criticando o processo de movimentação dos terrenos, onde se encontram o Centro Paroquial e Social de S. Miguel, afirmando que no seu entender, a antiga civilização romana de Vizela situada na via de “ Bracara Augusta”, a “Emérida Augusta”, estendia-se desde a actual Praça da República até á Igreja Velha de S. Miguel. Considera-se que a área situada entre a Igreja de S. Miguel e as termas na qual existe um risco potencial de qualquer remoção de subsolo pode vir a afectar, os presumíveis vestígios arqueológicos.
Dr. Sande Lemos visitou também a Capela de Nossa Senhora da Tocha ( St.º Adrião), com bastante admiração e satisfação.
Vizela situa-se na área de expansão daquela cultura, sendo muito numerosos os vestígios encontrados nas freguesias envolventes relativamente a fortificações ou em elevações de extrema dificuldade nos acessos.
Os trabalhos de urbanização nesta área deverão, por isso, rodear-se das cautelas necessárias, caso exista empenho na preservação do Património Arqueológico, em detrimento de simples inviabilização de qualquer renovação urbanística. A importância que Vizela teve no passado como núcleo termal e urbano, a juntar à bem conhecida busca de identidade cultural e autonomia administrativa na actualidade, justificam que se promova a preservação e estudo dos vestígios da História Local.
E face à situação do destino de todos, os vestígios, que demonstram a maneira de viver e as condições de vida destas antigas civilizações referidas anteriormente, e à maneira como são abordados, deve-se ter consciência e em consideração o seu valor e significado histórico e cultural, enriquecendo assim, a localidade onde se insere, neste caso, em Caldas de Vizela, numa perspectiva saudável de conciliar a conservação dos vestígios arqueológicos com a renovação harmoniosa do especto urbanístico, presente e futuro, de Vizela.
In Semanário "Notícias de Vizela, 2002

 Principais Pontos da Cultura Castreja em Vizela

1 - Castro no Monte de S. Pedro, na freguesia de S. João de Vizela, de que existem restos ainda visíveis, da muralha que o delimitava. No século passado alastravam pelo monte fragmentos de louça. Em penedos próximos quando removidos, era frequente o aparecimento de vasilhas de carvão, estas constituem urnas funerárias e algumas delas foram encontradas ainda inteiras ;

2 - Castro do Monte da Nossa Senhora da Tocha, na freguesia de Santo Adrião, neste local ocorrem fragmentos de telha romana e de cerâmica. 
 A tradição popular refere a ligação por “estrada subterrânea” do castro até ao rio. Este castro era um antigo acampamento militar e onde se tem encontrado diversas tijolarias, casas, ruínas dos romanos, entre outro tipo de achados do género ;

3 - Castro no Lugar de Cristelo, em Santa Comba de Regilde, onde existiu uma pequena povoação castreja apoiada no pequeno outeiro com o mesmo nome, aqui encontram-se alguns vestígios de fragmentos de telha de rebordo e de cerâmica;

4 - Presumível povoação castreja em S. Martinho de Penacova
 Próximo da Igreja de S. Martinho e nos campos contíguos à igreja surgem alguns fragmentos de telha romana;




5 - Castro no Monte de Polvoreira, na extremidade oposta ao Monte de Lijó, no cimo na sua vertente oriental foram encontrados alguns fragmentos de telha romana e fragmentos de louça semelhantes aos da Citânia de Sanfins e nos campos adjacentes são encontrados alguns restos de carvão, e por fim na Bouça da Quinta é frequente o aparecimento de fragmentos de telha e de vasilhame;

6 - Castro do alto da Penha, nos finais do século passado eram ainda visíveis vestígios de uma fortificação de terra. Neste local é frequente o aparecimento de cerâmica com ornamentação. Próximo, pouco acima de Vilar e não longe do Penedo do Escrivão, encontrou Martins Sarmento restos de urnas funerárias de cerâmica ornamentada.

 Principais achados Arqueológicos

1 - “Covinhas”, 

junto da igreja de S. Paio de Vizela, atribuídas geralmente à Idade do Bronze;




2 - Penedo com mais de trinta “covinhas” atribuídas também à Idade do Bronze, vulgarmente conhecido como o " Penedo" ou " Penedinho " de S. Gonçalo situado no campo do Pessegueiro em Tagilde;

3 - “Covinhas”, no monte de S. Bento, sobranceiro a Vizela, e junto da capela de S. Bento;

4 - “Covinhas”, num penedo a poente da Igreja de S. Paio de Vizela;

5 - Gruta Funerária, situada no monte de Lijó, em Polvoreira;

6 - Entre outros situados nos arredores da região de Vizela.

Paço, Afonso "A Citânia de Sanfins"
Fundo Pré - Histórico


 Principais Inscrições encontradas em Vizela

1 - Inscrição proveniente da Lameira, actual Praça da República, consagrada ao deus Bormânico;

2 - Inscrição do Banho do Médico, no Mourisco, dedicada também ao deus Bormânico;

3 - Lápide com inscrição, proveniente de Vizela, de local não identificado e referida por Pereira Caldas em Notícia Arqueológica das Caldas de Vizela;

4 - Inscrição encontrada por Martins de Sarmento, em 1844, em local de Vizela não identificado;

5 - Inscrição polítea, actualmente perdida, tendo sido descoberta no século XVIII por Mascarenhas Neto, embutida nas paredes de uma casa do Lugar de Sobrado, na freguesia de S. Miguel;

6 - Inscrição de Aldão, assim conhecida mas proveniente de Vizela, e encontrada pouco depois do ano de 1600, no sítio da Lameira, actual Praça da República.

PATRIMÓNIO

Ponte Romana (Monumento Nacional) - S. João

Situada na freguesia de S. João, na Rua Pereira dos Reis, encontrámos a Ponte Romana, classificada como Monumento Nacional, através do Decreto de 16 de Junho do ano de 1910, do Decreto-Regulamentar n.º136, de 23 de Junho de 1910.
Este ex-libris, erigido num dos locais que em tempos foi considerado como um dos mais belos de Vizela, faz parte de um dos mais importante recursos do património construído do concelho de Vizela.
Edificada durante o período romano, fez parte da via - militar romana que ligava as localidades de Braga e Mérida.
No que concerne à sua estrutura física, é composta por um tabuleiro encurvado, pavimentado com lajes graníticas com 40 metros de comprimento e 3,5 metros de largura. Assenta sobre três arcos redondos de diferentes dimensões, separados por pilares contrafortados. Apresenta um olhal com arco de volta redonda que serve para o escoamento do caudal em tempos de cheias.
Dada a beleza da sua envolvente, era propício fazerem-se em tempos remotos, os tradicionais piqueniques domingueiros, sobretudo em época de veraneio. Porém, esta tradição foi-se perdendo ao longo dos anos, muito devido à poluição visível do Rio Vizela.
Hoje em dia, e numa óptica de reabilitar e adaptar as suas margens, foi criado um espaço de lazer, onde se pode novamente desfrutar de um belo espaço verde.
Esta ponte tem vindo a ser submetida a algumas obras de reconstrução que, no seu conjunto, lhe conferem uma clara mistura de estilos arquitectónicos.

Paço de Gominhães (Imóvel de Interesse Público) - S. João

Na freguesia de S. João, na Rua do Paço de Gominhães encontrámos o Paço de Gominhães, classificado de Imóvel de Interesse Público através do Decreto n.º129/77, Decreto-Regulamentar n.º226, de 29 de Setembro de 1977. É uma interessante moradia de raiz medieval e com antepassados que se notabilizaram na História Pátria.
Edifício de planta composta, em U, com torre num dos topos, e tendo dois pisos. Volumes articulados por coberturas em telhado de quatro águas diferenciadas. Possui um portal armoriado de acesso ao terreiro. A fachada principal exposta a Oeste, localizada nas traseiras do Imóvel, é marcada fundamentalmente por uma escadaria de dois lanços na esquina Noroeste, antecedida por uma fonte em granito. Esta de espaldar com dois degraus de acesso e tanque adossado é abastecida por uma carranca esculpida numa pedra quadrada. O espaldar tem lateralmente duas pilastras e é rematado por um frontão de arco abatido interrompido por um campanário, encimado por uma cruz entre duas volutas; dois pináculos ladeiam o campanário. No grande patamar da entrada localiza-se ao centro por uma mesa em granito.
Ao lado da porta de entrada, uma fonte – nicho embutida na parede e tanque rectangular saliente. As restantes fachadas exteriores, fora e dentro do pátio são marcadas ou por janelas ou portas de sacada com molduras regulares em granito. Todos os compartimentos interiores são cobertos por tectos de masseira.
A construção original remonta ao reinado de D. Sancho I, conforme é descrito numa inquirição de 1280, e, como a maior parte dos antigos solares apresenta actualmente vários motivos e acrescentos de épocas posteriores, como os que foi sofrendo nos reinados de D. João I, D. João III e finalmente D. Afonso VI. A forma como este Paço foi alterado ao longo dos tempos prende-se com a evolução que a estrutura das casas senhoriais medievais conheceram nos Séculos XVI e XVII., estando a história desta casa ligada ao reinado de D. Dinis. É uma casa brasonada, em cuja pedra de armas entronca o ramo dos "Vasconcelos", do célebre cavaleiro "magriço", cantado por Camões nos Lusíadas. Esta casa foi oferta do rei D. Dinis a um dos seus homens, que integrou a comitiva, que foi buscar a Rainha Isabel (Rainha Santa Isabel) a Aragão.
Pode-se ainda admirar neste espaço uma capela construída em 1691, de planta rectangular e frontispício com cunhais de cantaria sobrepujados por pináculos, terminando em empena truncada por sineira. Tem também um portal de verga recta e frontão triangular, tendo na padieira uma inscrição que diz-se ter sido construída por Pedro Vaz C. de Sousa, e uma magnífica fonte que se encontra encostada à escadaria de entrada. Há também um corpo destinado às cavalariças inserido no extremo do terreiro. O solar possuía uma torre que foi demolida no século XIX.

Igreja Matriz (Velha) de S. Miguel
(Imóvel de Interesse Municipal) - S. Miguel

Na freguesia de S. Miguel, mais precisamente na Rua da Barrosa, encontrámos a Igreja Matriz de S. Miguel. Esta igreja foi classificada como Imóvel de Interesse Municipal através do Decreto Regulamentar nº. 47 - 28/82 de 26 de Fevereiro de 1982. A sua construção foi concluída no Século XVII. Esta foi sucessora da existente no Século I, sendo possivelmente uma reconstrução, ou ampliação do templo românico, dado que, a paróquia é das mais antigas do Arcebispado de Braga.
A "Ecclesiae Sancti Michaelis in Oculis Calidarium", fez-se representar no primeiro Concílio realizado no Lugo, em Espanha, no ano de 607.
De planta longitudinal, composta por nave única e capela – mor rectangular encimado por janela com frontão curvo.
O espaço interior foi reformado no Século XVIII, tendo a toda a volta um lambril de azulejos e dois retábulos colaterais de talha joanina que se prolongam pela sanefa do arco triunfal. O tecto da nave, em madeira está totalmente decorado com pinturas. A capela – mor é coberta por tecto de estuque pintado e possui ao centro um amplo retábulo de talha dourada com tronos e nichos. Na actualidade, a Igreja Matriz de S. Miguel tem sofrido alguns restauros no seu interior, recuperando assim a beleza que sempre a caracterizou outrora.

Casa de Sá (em vias de classificação) - Santa Eulália

Datada, na sua forma actual, da segunda metade do Século XVIII, a Casa de Sá situa - se na freguesia de Santa Eulália (até à pouco tempo Santa Eulália de Barrosas) e pertence hoje ao Concelho de Vizela, distrito de Braga. Representa esta casa um belo e curioso exemplar da arquitectura civil portuguesa da referida época. Casa apalaçada é antecedida de um pórtico de granito com brasão de armas, com ameias de traçado manuelino, elemento revivalista que nos séculos XVII e XVIII constituía reivindicação de nobreza antiga. Aí se insere o portão nobre, ladeado de uma pequena capela de invocação de Santa Ana. Franqueado o portão, descobre-se um amplo jardim de características românticas, datado da segunda metade do século XIX, e a casa propriamente dita. O traçado da casa indicia uma construção em duas fases, com a parte mais antiga virada a Ocidente e datando, provavelmente, do século XVI. A antiguidade da instalação nas terras de Sá de Riba – de – Vizela é aliás atestada por várias espécies bibliográficas que desde a Monarquia Lusitana (Lisboa, 1650, V parte p. 217) até ao Nobiliário de Famílias de Portugal (Braga, 1938, vol. IX) referem a existência de uma família deste apelido e/ou de uma quinta de Sá, no julgado de Guimarães, nas proximidades do rio Vizela e da povoação de Barrosas. Na Casa de Sá podem destacar-se, como elementos de maior interesse do ponto de vista arquitectónico o aproveitamento do relevo do terreno na construção, de que resulta o encaixe num terreiro sobranceiro ao jardim da fachada ocidental da casa, e a harmonia das fachada principal e oriental, regularizada esta última por amplas varandas de ferro. Saliente-se o facto de a casa estar encimada por um “mirante”, elemento arquitectónico muito usado, à época no Brasil, na região de Minas Gerais, mas bastante raro em Portugal. O facto de um dos seus proprietários, Francisco Moreira Carneiro, ter sido, precisamente no século XVII, capitão – mor em Minas Gerais, ajuda a compreender esta peculiaridade arquitectónica. Centro organizador de uma exploração agrícola com alguma importância até meados do século XX, a Casa de Sá esteve também ligada desde muito cedo e de forma pioneira a actividades industriais. A mais relevante dessas actividades teve a ver com a fabricação de pasta de papel vegetal, actividade em que foi pioneira no nosso país e provavelmente na Europa. A autorização para a edificação de “huma grande fábrica de papel feita de vegetais junto ao rio Vizela” foi obtida por Francisco Joaquim Moreira de Sá, no início do século XIX, por Alvará Régio de 29 de Janeiro de 1802, com a concessão de exclusivo por 25 anos. A fábrica pouco tempo laborou dado ter sido destruída aquando das invasões francesas período em que os seus proprietários se transferiram para o Brasil, acompanhando D. João VI e a Família Real. Tudo indica que, no Brasil, Francisco Joaquim Moreira de Sá tenha prosseguido os seus objectivos relativamente a esta indústria lançando-se em novos empreendimentos. Embora dela não restem vestígios arqueológicos, a fábrica de papel de Vizela tem sido objecto de um grande interesse por parte dos historiadores da indústria portuguesa daquele período sendo referida e analisada um inúmeras obras especializadas. A fábrica de papel vegetal não foi porém a única actividade de tipo industrial a que a Casa de Sá esteve ligada. Ela também acompanhou o surto de sericultora que se registou na segunda metade do século XIX, podendo ver-se ainda hoje o edifício construído para a criação de bichos-da-seda e para a instalação de teares. Na sua área circundante encontram-se ainda espaços e equipamentos de uma grande casa agrícola como por exemplo uma espaçosa eira, e um moinho de água para além de numerosas dependências agrícolas. No rés-do-chão da própria casa encontra-se também um espaçoso e antigo lagar de granito em bom estado de conservação. Os proprietários da Casa de Sá participaram desde a segunda metade do século XVIII do movimento ilustrado português como pode ser comprovado, entre outras coisas, pela esplêndida biblioteca que reuniram e pelo seu característico interesse pelos progressos materiais e pela inovação tecnológica tanto no plano agrícola como no plano industrial. Ao progresso agrícola da região consagrou o mesmo Francisco Joaquim Moreira de Sá um importante estudo. O interesse pelo ideário da Ilustração dos proprietários da Casa de Sá transformou-se, no período das lutas liberais, numa inequívoca adesão ao Liberalismo. Este posicionamento teve profundas implicações políticas e económicas sobre a Casa cujos bens foram sequestrados durante o reinado de D. Miguel. O seu herdeiro, Miguel António Moreira de Sá (1802 – 1836) que participou na revolta liberal do Porto de 1828 tendo acompanhado Sá da Bandeira na sua retirada para a Galiza, foi obrigado a exilar-se, primeiro em França e na Inglaterra e finalmente no brasil, de onde só regressou em 1834. Antes estivera preso no Castelo de Guimarães de onde se conseguira evadir com outros presos liberais numa audaciosa fuga. De regresso a Portugal, Miguel António Moreira de Sá radicou-se em Lisboa onde foi jornalista e redactor do Jornal O Nacional principal órgão da oposição aos governos Cartistas saídos do pós-guerra e do que viria a ser, mais tarde, a corrente Setembrista. Precocemente falecido, Miguel António Moreira de Sá teve vários filhos a quem transmitiu o seu gosto pelas letras e as suas convicções liberais. Uma delas, a herdeira da Casa de Sá, Ana Amália Moreira de Sá e Melo (pelo seu casamento com Manuel da Silva e Melo) viria a ser conhecida como poetisa e a corresponder-se com figuras tão notáveis da cultura oitocentista como Camilo Castelo Branco, que sobre ela escreveu algumas páginas do Cancioneiro Alegre e de quem o arquivo da Casa de Sá guarda três cartas. Para além das cartas autografadas de Camilo, o arquivo da Casa de Sá conserva outros vestígios do seu envolvimento com o meio cultural e político nacional da segunda metade do século XIX contendo também, por exemplo, exemplares de autógrafos de Cartas de Fontes Pereira de Melo, António Enes e Alberto Pimentel, além de valiosa documentação relativa ao período das lutas liberais. Já no século XX, um jovem bisneto da poetisa do Vizela, Miguel de Sá e Melo, precocemente desaparecido, iria relacionar-se também e corresponder-se com algumas figuras de grande relevo na cultura da época das quais cabe destacar o escritor José Régio sobre quem escreveu o ensaio intitulado “O aceno de Deus na poesia de José Régio” (Coimbra, 1936). Depois do falecimento de Miguel Sá e Melo, José Régio iria manter uma longa correspondência com a sua mãe, D. Cândida Sá e Melo, de que foram publicadas algumas cartas nas obras completas do poeta. As cartas inéditas de José Régio para D. Cândida Sá e Melo encontram-se também no arquivo da Casa de Sá. Em processo de classificação como Imóvel de Interesse Público pelo IPPAR, a Casa de Sá encontra-se descrita no inventário do Património Arquitectónico (IPA) da Direcção – Geral dos Monumentos Nacionais sob o nº. 0314010005.

MUSEU

Museu Etnográfico do Grupo Folclórico de Sta. Eulália
Rua Devesinha – Sta. Eulália
4815-541 Caldas de Vizela
O museu tem um vasto espólio, constituído por objectos ligados às tradições do campo (instrumentos, vestuário, etc.), bem como o historial do grupo folclórico.

TURISMO

“Rota do Património Industrial do Vale do Ave”

O Projecto
Projecto promovido e tutelado pela Agência de Desenvolvimento do Vale do Ave ADRAVE), com o apoio financeiro de fundos comunitários através do Programa Operacional da Região Norte.
Desenvolvido para a NUT III – Vale do Ave, estão envolvidos nele os seguintes municípios: Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Trofa, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela. No total foram seleccionados 23 pólos, estando apenas 9 musealizados.
Este projecto surge da necessidade de se inventariar, valorizar e divulgar, todo um património rico que caracteriza e representa a actividade industrial do Vale do Ave ao longo dos tempos. 

Pretende-se, através de um conjunto de itinerários, tornar acessível a um número crescente de interessados esta importante parcela do património. Os itinerários estão subdivididos em três principais itinerários: (1) Rio e Mecanismos da Água, (2) Espaço de Produção e (3) Paisagem Industrial.
As placas de identificação dos pólos serão brevemente colocadas, seguindo-se uma abertura oficial que será oportunamente dada a conhecer.
Este projecto será uma mais valia para o Vale do Ave e consequentemente para o concelho de Vizela, uma vez que se apostou fortemente na promoção deste projecto que passa por brochuras, CD ROM, Home Page, monografia cientifica, onde está apresentado um texto da Dra. Maria José Pacheco, que está disponível nos Serviços de Turismo da Câmara Municipal de Vizela.

Termas de Vizela

* Breve Historial
No início do século XVIII não existiam condições para se praticar o termalismo em Vizela. Os 5 charcos com diferentes graus de temperatura, serviam apenas para os mais desfavorecidos se banharem.
Em 1785, são criadas as primeiras “Instalações Termais”. Estas eram muito precárias, pois limitavam-se apenas a uma barraca coberta de colmo. Em 1787, registou-se uma significativa afluência a este local, o que levou a uma melhoria das condições existentes. É nesta altura que se descobrem as antigas Termas Romanas.
Em 1811, criam-se novas instalações e contrata-se um médico capaz de aconselhar apropriadamente o tipo de água a cada tipo de doença. A 13 de Maio de 1846, nascia na freguesia de St.ª Eulália, um dos homens que mais contribuiu para o desenvolvimento das Termas de Vizela. O médico hidrologista, Dr. Abílio Torres, dedicou toda a sua carreira a estas Termas e a outras actividades de acção social e cultural. 

O reconhecimento por parte do povo de Vizela é-lhe demonstrado, tendo a artéria principal da cidade o seu nome. Em 1870, as actuais Instalações Termais começaram a ser construídas. Em 1873, é fundada a Companhia dos Banhos de Vizela. Em 1883, frequentam as Termas de Vizela mais de 3 mil pessoas por ano. Em 1892, inauguram-se oficialmente os balneários termais. Nesta altura Vizela, vivia os seus “anos dourados”. Era o local privilegiado para os ricos das colónias brasileiras e inglesas fazerem os seus piqueniques, bailes, arraiais minhotos e outras animações que fizeram com que Vizela passasse a ser conhecida como a “Rainha das Termas de Portugal”. Até o escritor Camilo Castelo Branco fez referência nos seus livros a estas Termas.
Estas águas, cujas temperaturas variam entre os 15ºC e os 65ºC, são hipertermais, fracamente mineralizadas, sulfúreas, sódicas e fluoretadas, estando indicadas sobretudo para o tratamento de reumatismos crónicos, doenças das vias respiratórias e doenças de pele.

* Características das Águas
No que diz respeito às águas, é sabido que estas têm características importantíssimas para a saúde de quem delas necessita. São águas hipertermais, fracamente mineralizadas, sulfúreas, sódicas e fluoretadas.

* Indicações Terapêuticas
Quanto às suas principais indicações terapêuticas são o tratamento de reumatismos crónicos, afecções neurológicas e traumáticas, doenças crónicas das vias respiratórias e ainda doenças de pele.

* Meios de Cura
Os meios de cura, por seu lado, são os mais diversos, todos eles aplicados em Vizela: ingestão de água, banhos de imersão (em banheiras individuais e piscinas colectivas), banhos de imersão subaquáticos, hidromassagens, massagens, duches de Vichy, sauna, vapor à coluna (bertholet), irrigação, pulverização, inalações, emanatório, lamas medicinais, aerossóis, electroterapia e mecanoterapia. O tratamento completo dura de quinze a vinte dias, hora e meia por dia.

* Curiosidades
São trinta e três nascentes, todas distribuídas pela Lameira (actualmente Praça da República), Banho Médico, Mourisco e Rio. Estas nascentes divergem umas das outras, as suas temperaturas variam entre os 15ºC e os 65ºC. O caudal das diversas nascentes ultrapassa o milhão de litros por dia.
Foram feitos 4 furos artesianos, com profundidades entre os 70 e os 85 metros, com caudal de 39ºC a 65ºC.
Opiniões de especialistas consideram as nossas águas como umas das melhores entre as melhores águas sulfúricas quentes de Portugal. 

RIO VIZELA

Derivado do termo "Avicella", diminutivo de "Avis", o Rio Vizela ou "Avicella", na toponímia arcaica, significa, o mais pequeno que o Ave.
Com uma extensão de cerca de 40 quilómetros, o Rio Vizela insere-se num numeroso grupo de pequenos afluentes do Rio Ave, destacando-se ainda o Rio Selho, o Pele e o Este.
Quanto ao seu percurso, este inicia-se na Serra da Cabreira, no alto de Morgaír, 893 metros acima do nível do mar, entre as freguesias de Aboim e Gontim do concelho de Fafe no Distrito de Braga. A sua nascente localiza-se, a cerca de 50 metros do marco geodésico no ponto mais alto de Morgaír.
Corre em direcção sudoeste até perto de Jugueiros, Felgueiras, a partir daí, toma a direcção oeste e vai desaguar na margem esquerda do Rio Ave, perto de S. Miguel das Aves em Santo Tirso, no Distrito do Porto.
Foi nas suas margens, que as primeiras civilizações se instalaram, recorrendo e aproveitando tudo o que o Rio Vizela lhes dava. Este oferecia-lhes desde a sua água até à fertilidade das terras onde se encontravam os campos de cultivo ou para fim semelhante, situados nas próprias margens. Todo este processo permitiu assim, o desenvolvimento e a subsistência destas civilizações, levando a uma consolidação populacional e demográfica, originando o que realmente é agora Vizela.
Foram vários os cultos levados a cabo por estas civilizações relacionados, ou não, com o Rio Vizela. Podemos destacar o culto ao "Deus Bormânico", a divindade das águas, cujo objectivo consistia basicamente na protecção "superior" para os perigos da Natureza e também para que a água deste rio nunca faltasse, assim como o próprio peixe, entre outro tipo de cultos praticados em épocas remotas.
Com o passar dos anos, não foram só as civilizações antigas que se fixaram nas margens do Rio Vizela, também, e após algum desenvolvimento, apareceram ao longo de cada margem diversas indústrias, entre as quais se destacam a de papel, têxtil e calçado, entre outras dignas de menção, que catapultaram Vizela para o progresso e reconhecimento nacional de uma forma precipitada e sem prever consequências.
De facto, isto nota-se na actualidade através do leito "colorido" do Rio Vizela, vítima de um inimigo do Homem, a Poluição, e de um exagerado número de empresas que não respeitam o que a todos pertence, em prol da "ganância", retirando-nos a imagem que outrora predominava no coração de todos os vizelenses.
Na realidade, é preocupante os níveis de poluição encontrados neste pequeno afluente do Rio Ave, deixando um gosto "amargo" e uma revolta "acesa" contra todos aqueles que, a todo o custo e sem princípios tentam exterminar o Rio Vizela, origem das nossas origens.
Resta-nos, então esperar que o Homem se consciencialize, apercebendo-se definitivamente da riqueza que é o Rio Vizela, deixando-o regressar à sua imponência e voltando a ser "Musa" de numerosos artistas

AR LIVRE

Parque das Termas

O Parque das Termas localiza-se no centro da cidade, mais precisamente na freguesia de S. João.
Foi construído entre 1885 e 1886, tendo sido delineado e plantado pelo distinto floricultor e horticultor José Marques Loureiro, proprietário do Horto das Virtudes, e pelo jardineiro-paisagista Jerónimo Monteiro da Costa, autor dos jardins de Arca D’Água, do Carregal e de outros históricos jardins do Porto. O Parque custou na altura 4.5000 réis.
Este espaço é considerado como sendo o “pulmão” de Vizela, devido à sua vasta vegetação, distinguindo-se aqui inúmeras espécies de árvores, algumas delas centenárias.
O Parque é um local que convida à prática do desporto ao ar livre, nomeadamente a prática de ténis.

Campo de Minigolfe e Petergolfe "Fonseca e Castro"
O Campo de Minigolfe e Petergolfe Fonseca e Castro, encontra-se localizado no interior do Parque das Termas de Vizela e foi inaugurado a 18 de Setembro de 2010, para a prática da modalidade desportiva do Minigolfe. Esta modalidade desportiva tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos ao longo dos últimos anos em Vizela. Foram criadas as condições necessárias para essa prática desportiva e receber da melhor forma todas as competições desportivas previstas realizar-se em Vizela.

Jardim Manuel Faria
O Jardim Manuel Faria, tem o nome de Manuel João de Freitas Ribeiro de Faria, que foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vizela e Vereador da Câmara Municipal de Guimarães. 

Empresário da indústria têxtil, ofereceu, graciosamente, o primeiro e o segundo andar do edifício – sede da extinta firma “Brito & Gomes” (da qual era sócio-gerente), para que ficasse assegurada a instalação, em Vizela, do Posto Médico da Previdência Social, cuja localização era reivindicada noutras latitudes de grande labor industrial. Como vereador municipal, promoveu a abertura da Avenida dos Bombeiros Voluntários, bem como do jardim público e rua que têm o seu nome. Foi um dos principais mentores da organização do pedido de criação do município de Vizela, apresentado ao Governo em 27 de Outubro de 1964. Este local, que sofreu uma grande intervenção no ano de 2000, é conhecido como a "Sala de Visitas" da cidade de Vizela. Aqui pode observar-se o Coreto revestido com diversos painéis de azulejos, que representam uma igreja das sete freguesias que constituem o concelho de Vizela. Neste coreto tem actuado várias vezes a Banda Filarmónica da Sociedade Filarmónica Vizelense, em várias actividades culturais promovidas pela Câmara Municipal, bem como outras Bandas, que se deslocam a este concelho para a realização de encontros musicais. Neste local encontra-se a Estátua - Vizela Romana, alegoria que simboliza a origem Romana das Termas de Vizela, da qual foi o autor o pintor vizelense José Pereira da Costa, reproduzida em estátua pelo escultor portuense João Barata Feyo. Foi colocada aquando a Comemoração do 2º. Aniversário do Município de Vizela, a 19 de Março de 2000. Ao lado desta estátua poderá ver-se uma lápide erigida em homenagem a Camilo Castelo Branco, que nasceu em Lisboa a 16 de Março de 1825, tendo-se suicidado, já definitivamente cego, a 01 de Junho de 1890, em S. Miguel de Ceide (Famalicão).Este foi o primeiro escritor profissional português do Século XIX, que realizou bastantes obras muito importantes, entre as quais se mencionam passagens em Vizela, nomeadamente nas "Novelas do Minho". Esta lápide foi colocada aquando a comemoração do centenário da morte deste escritor. Por último, poderá ainda ver-se uma outra lápide colocada a 17 de Junho de 2000, em homenagem aos Antigos Combatentes do concelho, onde são destacados alguns, referindo o ano e o local onde os mesmos morreram. Os seus jardins impecavelmente cuidados e floridos todo o ano, os seus confortáveis bancos e a sua importante centralidade, fazem com que este jardim nunca esteja “sozinho”, pois é visível a movimentação constante quer crianças, quer de idosos.

Praça da República
Situada no coração da cidade. Foi neste espaço que surgiram os primeiros vestígios da ocupação romana, ao descobrirem-se, em 1787, as antigas termas construídas pelos romanos.
Até 1996, funcionava neste local um mercado que atraía aos centro da cidade habitantes das terras vizinhas. Mas, a partir daí, ficou decidido que a Praça deveria constituir um espaço de lazer para os vizelenses, sobretudo para os jovens. A ser assim, este local sofreu uma grandiosa reforma, permitindo que seja este o espaço de eleição para a realização das principais actividades culturais e de animação do concelho.
Não querendo deixar de assinalar a importância histórica deste local, foi colocado no solo da Praça, junto da Bica-Quente, uma inscrição e um monumento em homenagem ao Deus Bormânico, reconhecido como sendo um Deus salutífero das águas termais.

Sítio do Santuário de S. Bento das Peras
No cimo do monte do mesmo nome, a uma altitude de 410 metros. Do seu miradouro observa-se um dos mais belos panoramas de todo o país. O acesso é feito por boa estrada asfaltada com um percurso de 4 km.
A capela antiga data do século XVI e a mais recente foi aberta ao culto em Outubro de 1970. Além destas duas capelas, poder-se-á ainda admirar uma Cista Romana.
Característica única deste local, são também os penedos pintados de branco que se apresentam por toda a encosta do monte, que significam o agradecimento dos devotos por graças concedidas.
Perto da capela antiga, existe também uma loja de recordações, onde podemos encontrar diversos objectos, assim como uma pequena mostra do artesanato vizelense.

Sítio do Monte de St.º Adrião
Na freguesia de mesmo nome, no cimo da colina existe um belíssimo miradouro onde se situa a capelinha da Senhora da Tocha.
Este, que outrora fora um importantíssimo Castro pré-romano, é um local que proporciona ao visitante uma magnífica paisagem, sendo também um local de grandes lendas encantadas e de milagres.

GASTRONOMIA

Gastronomia Típica 
São inúmeros os restaurantes existentes em Vizela que confeccionam maravilhosamente bem os pratos tradicionais da gastronomia minhota, como a vitela assada, os saborosos rojões e os mais variados pratos confeccionados com bacalhau.
Todavia, é na doçaria que Vizela mais se destaca.
O "Bolinhol" ou "Pão-de-Ló Coberto", é o doce tradicional da gastronomia Vizelense que ao longo dos anos, vem sendo distinguido com a atribuição bem merecida de alguns prémios. Este ex-libris está também presente em várias feiras gastronómicas, onde se tornou desde há muito, verdadeiro embaixador de Vizela.
Este pão-de-ló coberto, ou mais conhecido tradicionalmente por “Bolinhol”, é a mais famosa especialidade gastronómica de Vizela. Como foi já anteriormente mencionado, este é um doce único em Portugal, apresenta uma forma rectangular com uma suave cobertura de açúcar. A sua massa é levemente húmida o que lhe atribui um sabor inigualável.

Bolinhol
Breve Historial
O "Bolinhol" ou "Pão-de-Ló Coberto", é o doce tradicional da gastronomia Vizelense que ao longo dos anos, vem sendo distinguido com a atribuição bem merecida de alguns prémios. Este ex-libris está também presente em várias feiras gastronómicas, onde se tornou desde há muito, verdadeiro embaixador de Vizela.
É bastante difícil afirmar-se com verdadeira exactidão qual o ano em que se deu início à confecção deste maravilhoso legado gastronómico.
A grande feitora desta especialidade gastronómica foi a Senhora Joaquina da Silva Ferreira.
Este pão-de-ló coberto, ou mais conhecido tradicionalmente por “Bolinhol”, é a mais famosa especialidade gastronómica de Vizela. Como foi já anteriormente mencionado, este é um doce único em Portugal, apresenta uma forma rectangular com uma suave cobertura de açúcar. A sua massa é levemente húmida o que lhe atribui um sabor inigualável.
A sua extrema e refinada qualidade, faz com que este doce seja vendido não só nas três confeitarias vizelenses, a "Casa do Bolinhol Kibom", a "Delícia" e a "Pastelaria Fina", mas também noutras confeitarias nacionais, sobretudo no Porto.
Será ainda de destacar que o Bolinhol da confeitaria "Casa do Bolinhol Kibom", alcançou o 2º lugar no concurso de doçaria nacional e o 1º lugar no concurso promovido pela Região de Turismo Verde Minho.
Já no ano de 2006, foi organizado pela primeira vez pela Câmara Municipal de Vizela, e com muito sucesso, a 1ª Feira do Açúcar “O Bolinhol Convida”, dando efectivo destaque ao nosso doce, levando o nome do mesmo por todo o país.

IN:
- WIKIPEDIA
- SITE DO MUNICÍPIO

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