05/04/2012

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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Lacuna na lei permite a políticos
 "abusar" da velocidade na estrada

A infração por excesso de velocidade de Mário Soares - apanhado anteontem a cerca de 200km/h na A8, em Leiria - volta a levantar o problema do regime de exceção aplicado a viaturas oficiais. A lei não especifica o que considera ser "marcha urgente de interesse público e os políticos abusam", acusa o porta-voz da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados. 
 A ACA-M prepara, neste momento, um ação contra o Estado por omissão na legislação, na sequência de um acidente que vitimou, em Fevereiro, um jovem de 23 anos na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa, revela o advogado da associação. O autocarro com adeptos polacos do Legia, escoltado pela PSP, não terá respeitado o sinal vermelho.


Para o presidente da Automóvel Club de Portugal, Carlos Barbosa, o comportamento do ex-presidente da República foi "inaceitável" a vários níveis. "Não deu o exemplo e disse que seria o Estado a pagar, pelos vistos, em tom mal educado".

Manuel João Ramos, da ACA-M, condena de forma veemente a conduta "anti-social de Mário Soares" e explica que é preciso legislar no sentido de tornar cúmplice o político, para que não recaia a culpa no motorista, como sucedeu no caso Mário Mendes. Soares também era conduzido por motorista. "Afinal, quando se pode considerar marcha urgente e colocar em risco a vida dos outros?".

Utilizam o regime de exceção viaturas oficiais, ambulâncias, equipas de futebol, concretiza a ACAM. O princípio que o justifica - a segurança - baseia-se na ideia de que a alta velocidade pode evitar atentados. Não foi possível obter reação, em tempo útil, de Mário Soares e um esclarecimento da parte da Autoridade Nacional Segurança Rodoviária.


* Democráticamente Portugal deve muito pouco a Mário Soares, a sua luta contra o esquerdismo radical de 1975 tinha objectivos mais pessoais que nacionais, sempre revelou uma enorme ânsia de poder que o fez, dentro do PS, tirar o tapete a pessoas como Guterres e Jorge Sampaio, coladinhos a ele ficaram Jaime Gama e Manuel Alegre aos quais depois deu com os pés. Até Salgado Zenha companheiro de sempre se afastou.
Esta história da A8 não é um problema de excesso de velocidade mas sim um problema de arrogante impunidade, como se constata.

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