18/03/2012

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ESTA SEMANA NA
"VIDA ECONÓMICA"

Construção civil pode perder 
12 mil empresas este ano

O setor da construção e do imobiliário corre o risco de perder 12 mil empresas este ano. A estimativa é traçada pelo presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, que, esta semana, esteve presente no Parlamento. O responsável alertou os partidos, uma vez mais, para a grave dificuldade que a fileira está a passar e acusou o Governo não pagar o que deve.
"Em 2012, podemos perder mais de 12 mil empresas", referiu Reis Campos, sublinhando que o setor vive uma situação de "asfixia financeira". "As empresas não aguentam um Estado que não paga as suas dívidas e uma banca que não lhes concede crédito", afirmou o presidente da AICCOPN, que esteve a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, no âmbito de um requerimento apresentado pelo Partido Comunista Português (PCP).

Encerram 14 empresas de construção
 e imobiliário por dia

De acordo com o mesmo responsável, a dívida do Estado ao setor ascende a 1,3 mil milhões de euros. O setor da construção e do imobiliário está a perder, em média, "14 empresas por dia e cerca de 360 trabalhadores".
Ainda no âmbito laboral, o presidente da AICCOPN sublinhou que, "numa década, o setor perdeu 283 mil postos de trabalho", dos quais 84 mil em 2011. O representante da associação salientou também que "a construção e o imobiliário atravessam a pior crise de que há memória", referindo que, "a partir de março/abril, o setor não tem encomendas, nem públicas, nem privadas".
Reis Campos voltou a insistir na urgência de o Governo definir estratégias e prioridades para o investimento, destacando a "necessidade de utilizar os 13 mil milhões de euros de verbas comunitárias", que poderiam ajudar a colmatar os problemas financeiros desta fileira económica.
Para além de Reis Campos, foi também a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas o presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP). Ricardo Pedrosa Gomes, por seu turno, destacou que o setor que representa, "daqui a dois anos, enfrentará um panorama francamente pior".
Ricardo Pedrosa Gomes reafirmou ainda que, "até meio deste ano, o setor da construção vai acrescentar 60 mil desempregados às estatísticas", caso não haja continuidade no programa Parque Escolar.


* Há cerca de dez mil casas em Portugal que nunca serão vendidas, ou por defeito de construção, ou por péssima localização, ou por serem ilegais etc.


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