31/03/2012


BICHON
          FRISÉ




Classificação F.C.I.: Grupo 9 - Cães de Companhia Seção 1.1 - Bichons e Raças Assemelhadas
Padrão FCI nº 215 - 11 de maio de 1998.
País de origem: Bélgica / França
Nome no país de origem: Bichon à Poil Frisé
Utilização: Companhia. Sem prova de trabalho

HISTÓRIA
A palavra Bichon é frequentemente utilizada para descrever pequenos cães brancos tais como o Coton de Tulear, o Maltês, o Frisé, o bolonhês e o Havanês.
O Bichon Frisé é uma raça muita antiga, das espécies raças Bichon, que compreende o Maltês, o Bolonhês e o Havanês. As diferenças entre eles foram-se demarcando com o passar do tempo, e com a variedade de locais onde iam sendo criados. Não há certeza acerca da sua origem mas é reconhecido como uma raça franco-belga. O Bichon Frisé ("Bicho" em francês significa preparar-se com vaidade e Frisé significa encaracolado) possui uma ligação genealógica directa com o Maltês e o Poodle, e as três foram simultaneamente cruzadas entre si, ao longo de vários anos.

Alguns registos históricos contam como, por volta do século XII, pequenos cães brancos de pêlo longo, eram, dados como presente e lembranças, um pouco por toda a Europa. A sua origem é pois, ainda hoje, incerta. Mas ainda que se assista a alguns desacordos parece ser certo que a sua origem sejam os países mediterrânicos, particularmente Itália. Seria então um cruzamento de Poodle e Maltês.

Outras correntes defendem que a sua origem surge no Tenerife, ilha pertencente ao arquipélago das Ilhas Canárias, na costa de Espanha, pela mão de marinheiros do século XIV.
A sua expansão para a Europa deu-se a partir do século XV, quando passou a ser conhecido como um cão típico das famílias reais. Companheiros e muito resistentes, foram tendo aceitação, especialmente em Espanha (onde eram chamados de Teneriffe) e na França.

Neste país, na corte de Henrique III (1547/1589), eram mimados e enfeitados a tal ponto que teriam originado o verbo "bichonner", que em francês significa "enfeitar". O rei Henrique III, grande apreciador de cães pequenos e felpudos, acolheu esta raça como a sua preferida. Os gastos que fazia com eles eram de tal ordem, que começaram a causar polémica no seio da corte. De qualquer modo, e seguindo a influência causada pelo rei, estes animais tornaram-se quase obrigatórios nas cortes europeias. A raça prospera té Napoleão III, altura em que o seu prestígio começou a entrar em decadência no seio das cortes europeias, e damos conta da sua criação por pessoas do povo.

Passa a ser o companheiro dos amoladores de rua e a fazer parte das companhias de circo. Assim, os seus antepassados de ligação ao homem fazem dele um animal de estimação muito sensível. Os italianos descobriram estes cães durante o Renascimento, mas foram os franceses que, posteriormente, reivindicaram a origem do Bichon. Com a 1ª GGM a raça ficou quase extinta, sendo que o que lhe valeu foram os esforços do Kennel Club Francês, que conseguiu recuperá-los e oficializou a raça a nível nacional em 1934, e a nível mundial durante a década de 1970. É uma raça muito confundida com os Poodles.

Nos Estados Unidos, o primeiro casal chegou em 1956, e a raça foi reconhecida em 1972. São, actualmente, depois da Bélgica e França, os maiores criadores de Bichon Frisé do mundo. No Brasil a raça foi introduzida em 1978, com um casal trazido dos Estados Unidos pela criadora Sônia Ehlermann.

Imortalizado em algumas pinturas de Goya, foi no Renascimento que essa raça encontrou o seu período de maior esplendor. É ainda hoje muito apreciado como animal de companhia.

APARÊNCIA GERAL: cão pequeno, alegre, jovial, de movimentação viva; focinho de comprimento médio; pelagem longa, enrolada, tipo cacheada, muito solta, semelhante
à pelagem da cabra da Mongólia. Porte da cabeça alto e orgulhoso; olhos escuros vivos e expressivos.

TEMPERAMENTO
É um cão extremamente activo, simpático, divertido, amistoso, expansivo, muito sociável mesmo com pessoas estranhas e outros cães, alegre, sempre a tentar agradar ao dono e a estar perto dele, meigo, robusto, vivo, de temperamento estável, com movimentação elegante, estilo e ar de dignidade e inteligência, com porte majestoso. O seu temperamento excepcional faz dele um cão ideal para famílias com crianças.

É também muito usado em terapias humanas que envolvem a presença de animais já que o seu tamanho e aspecto contribuem favoravelmente no relacionamento com os doentes, que se sentem estimulados pela sua docilidade. Mas apesar do seu aspecto frágil e de brinquedo, assume perfeitamente o papel de desportista, ganhando reconhecimento em competições como o agility e o flyball.

O Bichon tem também um especial talento para travessuras, o que poderá surpreender quem adquiriu o cão apenas pela sua aparência. Por isso, deve ser educado desde muito cedo por forma a que perceba facilmente os limites para as suas brincadeiras. Se for preciso deixá-los longos períodos sozinhos, os donos devem acostumá-los desde cachorros a não latir enquanto estiverem sós. Procure não o mimar demasiado, e assuma a posição de líder da matilha. O principal elemento para o sucesso de uma boa educação será a postura dos donos que não devem deixar-se levar pelo aspecto frágil do filhote, mimando excessivamente o cão.

Apesar de se adaptar muito bem a apartamentos, os Bichons precisam de gastar a sua energia em passeios diários. Mesmo sendo um cão de aparência frágil, aguentam facilmente longas caminhadas ao lado do dono. Gosta de ter espaço para correr e brincar.

CABEÇA: em harmonia com o corpo.
REGIÃO CRANIANA
Crânio: plano ao toque, embora pareça arredondado, devido à pelagem. O crânio é mais longo que o focinho.
Stop: pouco acentuado.

REGIÃO FACIAL
Trufa: arredondado, bem preto, de textura fina e brilhante.
Focinho: não deve ser nem muito grosso, nem pesado e tampouco pontudo. O sulco entre as arcadas superciliares é ligeiramente aparente.
Lábios: finos; bem secos, porém, menos secos do que os do Schipperke; caídos o suficiente para cobrir o lábio inferior, mas nunca pesados ou pendentes. Normalmente pigmentados de preto até as comissuras labiais. O lábio inferior não pode ser pesado, nem aparente; são firmes, ocultando a mucosa com a boca fechada.
Maxilares / Dentes: dentes normais, isto é, os incisivos do maxilar inferior devem tocar a face interna dos incisivos do maxilar superior.
Bochechas: planas e pouco musculosas.
Mordedura: em tesoura. 
Olhos: escuros, contorno das pálpebras o mais escuro possível, de formato mais arredondado que amendoado; de inserção frontal; espertos, tamanho médio, ocultando a esclerótica. Os olhos não são nem grandes, nem proeminentes como os do Grifo de Bruxelas e do Pequinês; a órbita não deve ser saliente e o globo ocular não deve ressaltar de maneira exagerada.
Orelhas: caídas e bem revestidas de pêlos finamente frisados e longos. São portadas, de preferência, para a frente, quando em atenção, de maneira que a borda anterior
toque o crânio sem se afastar obliquamente. O comprimento da cartilagem não deve atingir a trufa como no Poodle, mas alcançar a metade do focinho. As orelhas são, aliás, bem menos largas e mais finas que as do Poodle.

PESCOÇO: bastante longo, de porte alto e orgulhoso. Redondo e fino junto ao crânio, alargando-se, gradualmente, para encaixar, harmoniosamente, nos ombros. Seu comprimento é aproximadamente 1/3 do comprimento do tronco (proporção de 11 cm para 33 cm para um exemplar de 27 cm de altura na cernelha), tomando-se como base os pontos dos ombros contra a cernelha.

TRONCO
Lombo: largo, bem musculoso e ligeiramente arqueado.
Garupa: ligeiramente arredondada.
Peito: bem desenvolvido, esterno pronunciado, as falsas costelas são arredondadas e não terminam bruscamente. Na horizontal, é bastante profundo.
Flancos: bem elevados ao ventre; pele fina e não solta, dando uma aparência esgalgada.

CAUDA: implantada um pouco mais abaixo da linha superior que a do Poodle. Normalmente a cauda é portada alta e graciosamente curvada, na linha do dorso, sem ser enrolada; não é cortada e somente a pelagem poderá cair sobre o dorso.

MEMBROS
ANTERIORES: vistos de frente, são retos, bem aprumados, de ossatura fina.
Ombros: bem inclinados, não proeminentes, parecendo ser do mesmo comprimento que o braço, em torno de 10 cm.
Braços: não separados do corpo.
Cotovelos: não virados para fora.
Metacarpos: vistos de frente, curtos e retos; vistos de perfil, são levemente inclinados.
POSTERIORES: a pélvis é larga.
Coxas: largas e bem musculosas; bem oblíquas.
Jarretes: em comparação com os do Poodle, são mais angulados.
Patas: tendinosas. Unhas, de preferência, pretas; entretanto, é um ideal difícil de se atingir.

PELE: a pigmentação debaixo dos pelos brancos é, preferivelmente, escura. Os órgãos sexuais também são pigmentados em preto, azulado ou bege.
PELAGEM
Pelo: fino, sedoso, bem solto, encaracolado; semelhante ao da cabra da Mongólia. Não é nem liso, nem encordoado; com o comprimento variando entre 7 e 10 cm.
TOSA: pode apresentar-se com as patas e o focinho ligeiramente aparados.
COR: branco puro.
TAMANHO: a altura máxima na cernelha não deve ultrapassar 30 cm. O tamanho é elemento de valorização a favor dos exemplares menores.

CUIDADOS
Deve-se dar apenas ração de boa qualidade e água. Algumas das rações industrializadas encontradas no mercado tem balanceamento perfeito para o organismo do cão, suprindo todas as suas necessidades, não sendo necessário administrar complementos alimentares tais como vitaminas, sais minerais, aminoácidos, etc..
PELAGEM
Para mantê-la bonita e saudável é necessário dispender duas horas semanais, no mínimo, entre escovações banho e secagem. Caso contrário, ela ficará embolada e sujeita a abrigar pulgas e outros parasitas.
PELE
É muito sensível, como geralmente acontece com animais de pele clara, sendo muito afeto ás alergias e irritações comuns, que causam feridas e levam á queda de pelos no local, se não forem tratadas adequadamente. O médico veterinário poderá fazer orientação adequada a cada caso.
OLHOS
Devem ser limpos com água boricada, com frequencia, pois a raça pode apresentar (embora não seja comum) excesso de lacrimação, conhecido como dacriocistite. É bom trimar a região para que os pelos não invadam os olhos, causando irritação ou inflamações.


NOTAS:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal.

IN
- CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA
- ARCA DE NOÉ

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