21/02/2012




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Portugal queria banir para sempre a TVI das reuniões de Bruxelas

Porta-voz da REPER portuguesa defendeu posições mais duras depois gravação da conversa entre Vítor Gaspar e o ministro alemão

Portugal queria banir a TVI para sempre das chamadas tour de table, em Bruxelas, na sequência da conversa gravada e difundida entre os ministros das Finanças de Portugal e da Alemanha. Maria Rui Fonseca, porta-voz da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER), disse ao Expresso online ter agido “em articulação e segundo instruções do Ministério das Finanças”, explicando que estas decisões ficam aquém do defendido por Portugal: “A recolha de imagens pelas televisões devia acabar e passar a ser feita pelos serviços do Conselho, que posteriormente as distribuiriam”. E em relação à suspensão do jornalista da TVI, que ficará proibido de aceder à sala das reuniões ministeriais, a postura é semelhante. Maria Rui diz que se trata de uma decisão “infantil”, uma vez que a estação portuguesa tem “antecedentes” na matéria e “nada garante que não voltem a fazer a mesma coisa”. “A TVI devia ser banida para sempre do tour de table”, opina.

Os serviços de imprensa do Conselho de Ministros da União Europeia decidiram na semana passada implementar regras mais restritivas para a recolha de imagens nos instantes que antecedem o início das reuniões ministeriais e suspender, durante um mês, o repórter de imagem da TVI responsável pela recolha das imagens da polémica.

A decisão foi tomada depois das pressões de Portugal, com o apoio da Alemanha e de Espanha. A REPER acusa a TVI de ter tido uma atitude semelhante em 2008, ao divulgar uma conversa de Rui Pereira, ministro da Administração Interna no governo de José Sócrates, Num vídeo já famoso, Rui Pereira aparece a fazer rasgados elogios à beleza de Carla Bruni, mulher de Nicolas Sarkozy, e a gracejar com o facto de o presidente francês ter de cuidar muito bem do seu aspecto para estar à altura da beleza da mulher. Qual adivinho, Rui Pereira terminou a conversa dizendo ao seu interlocutor que agora era perigoso falar dessas e de outras matérias por causa dos microfones direccionais.

Maria Rui Fonseca diz que desde essa altura decidiu vedar o acesso da estação de Queluz de Baixo ao tour de table das reuniões do Conselho Europeu, em que participam os chefes de Estado e de governo dos 27: “No que depender de mim, a TVI não volta a recolher imagens em nenhum tour de table”.

“Estamos de consciência tranquila. Fizemos o nosso trabalho”, afirmam por seu turno Pedro Moreira, o correspondente da TVI em Bruxelas, e António Galvão, o repórter de imagem visado pela decisão em causa. Numa declaração conjunta, os dois jornalistas manifestam ainda um desejo: “Esperamos que o facto da câmara da TVI não estar na sala ajude o Conselho Europeu a combater a recessão económica e o desemprego de 24 milhões de pessoas”.

Ministro alemão à defesa Stefan Bredohl, o porta-voz da REPER alemã, confirmou ao Expresso online o apoio dado pelo seu país a “todas” as decisões tomadas na sequência do episódio Gaspar/Schäuble. E explica que a divulgação do som das imagens recolhidas no referido contexto representa uma “violação da confiança” que deve existir entre políticos e jornalistas: “Os primeiros devem ser autênticos, os segundos devem comprometer-se a não divulgar as conversas”.

Segundo Bredohl, o ministro das Finanças do seu país deixou bem claro que espera uma “implementação a sério” destas regras: “Se isso não acontecer, duvido que o ministro Schäuble entre na sala enquanto decorrer o tour de table”.

A partir de ontem o número de câmaras presentes no tour de table será mais reduzido, a sua permanência na sala será mais curta e restrita a um perímetro mais afastado dos ministros.


* Há muitos anos Fassbinder dirigiu um filme chamado "O DIREITO DO MAIS FORTE À LIBERDADE" se não o viram procurem-no e percebam o significado do título.
"Democráticamente" os políticos querem fazer censura descarada e a oposição portuguesa, estranhamente, nem mexe.
ESTAMOS LIXADOS


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