06/01/2012

MANUEL CATARINO



Na sombra da Loja


 Há uns anos, os candidatos a maçons eram obrigados a responder por escrito a meia dúzia de perguntas.

Entre os quesitos, três têm particular importância: "Quem são os seus amigos?"; "Quem são os seus inimigos?"; "Tem problemas com a Justiça?". As respostas tinham todo o interesse. Não por mera curiosidade sobre a vida social do aprendiz, mas como primeira avaliação do carácter: uma pessoa de bem não se senta à mesa com qualquer um, escolhe as companhias com critério e só muito dificilmente será acusada daqueles crimes que envergonham. Muita gente deve ter mentido quando preencheu o papelinho. Hoje, há maçons envergonhados entre canalhas, trambiqueiros, lobistas e corruptos. Ministros e deputados, juízes e procuradores, polícias e altos funcionários dos serviços de informações convivem – no segredo de algumas lojas! – com o crime a seu lado.

As leis fundamentais da redenção humana não aprovam tão insensata e perigosa convivência. O avental não tapa tudo nem empresta carácter: um biltre maçon não deixa de ser um biltre.

IN "CORREIO DA MANHÃ"
05/01/12

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