10/01/2012




HOJE NO
"PÚBLICO"

Morais Sarmento admite ter sentido influências da Maçonaria no PSD

No programa Falar Claro da Rádio Renascença, transmitido na segunda-feira à noite, Morais Sarmento afirmou já ter sentido "num ou noutro momento que alinhamentos, e por isso processos de decisão e de escolha, nos partidos do arco constitucional tinham influência, por exemplo, da Maçonaria". O social-democrata diz-se "preocupado" por isso acontecer tanto no partido de que é militante como no PS, no CDS e até no PCP - e realça que neste último acontece "só que não é assumido porque é proibido, e portanto faz-se sem se fazer".

"Isso preocupa-me porque eu estou num partido em que há alinhamentos que escapam à lógica do partido, às regras do partido, aos valores do partido, às razões por que ali estamos", criticou Nuno Morais Sarmento. "Quando vejo escolhas internas nos partidos serem condicionadas por alinhamentos desses... eu sou francamente contra. Já o combati no passado e combatê-lo-ei sempre", afirmou o antigo ministro do PSD.

Vera Jardim contra denúncia obrigatória
O também antigo ministro socialista Vera Jardim, com quem Morais Sarmento divide o programa de comentário, defende que os políticos devem revelar se pertencem à Maçonaria, mas que isso não deve ser uma obrigação estipulada por lei. "Eu nunca fui da Maçonaria, estou inteiramente à vontade. Mas acho que isto se transformou numa coisa um bocadinho causticante porque agora um político chega a qualquer sítio e perguntam-lhe logo se é da maçonaria. Acho que não devemos exagerar."

Vera Jardim diz "simpatizar bastante" com as declarações que vieram a público "no sentido da abertura, de as pessoas dizerem abertamente 'eu sou desta loja'. Mas não defendo que sejam obrigados a isso por lei. Isso são coisas diferentes." O militante socialista deixou ainda o desejo de que as várias obediências e tradições maçónicas deixem o princípio do secretismo para que as pessoas possam "à vontade" que lhe pertencem.

Teresa Leal Coelho contra declaração
No Jornal das Nove, na SIC Notícias, na passada semana, a deputada do PSD Teresa Leal Coelho, autora do relatório sobre as secretas em que foram feitas diversas acusações à Maçonaria, afirmou que não lhe “perturba nada” que os parlamentares “sejam da Maçonaria ou da Opus Dei”.

”Está no âmbito individual de cada um”, disse, manifestando-se contra a possibilidade de os deputados declararem, no seu registo de interesses, que pertencem a lojas maçónicas. “Ser-se maçon ou Opus Dei não é perturbador da vida pública, desde que os interesses do Estado de direito democrático não sejam suplantados por interesses particulares”, acrescentou, aproveitando para sublinhar que os serviços de informação só “foram instrumentalizados no passado”.



*  A deputada Teresa Leal Coelho sabe muito bem que os serviços de informação "não foram só instrumentalizados no passado" e também devia entender que  "o âmbito individual de cada um" não se coaduna com os interesses do Estado. Assim, entendemos que quem quer pertencer a "sociedades subterrâneas" não se deve infiltrar nos orgãos nacionais de poder. Os portugueses sempre foram mestres a "fintar", cabe aos políticos o dever de, pedagógicamente, ensinarem o contrário. Já nos chega a "imbroglândia" dos dirigentes desportivos.

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