19/01/2012



HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Malparado no crédito ao consumo 
chega aos 10%

Um em cada dez euros de empréstimos para a aquisição de bens de consumo pode não ser recuperado pelos bancos, relevam os dados estatísticos ontem disponibilizados pelo Banco de Portugal.

O crédito ao consumo é a categoria onde o peso do malparado é maior, atingindo os 9,94% no final de Novembro. O nível de incumprimento é também elevado nos empréstimos a particulares para outros fins, chegando aos 9,79%.

O pagamento da prestação da casa continua a ser o último crédito que os portugueses deixam de pagar. O peso do malparado aumentou ligeiramente, mas fica muito longe das restantes classes: 1,89%. Ao todo as famílias têm 4.777 milhões de euros em empréstimos em atraso, 3,4% do total.

As empresas continuam a registar níveis de incumprimento superiores aos particulares. O nível dos incobráveis atingiu os 6,55% em Novembro.

Outra tendência que se mantém é o corte no crédito concedido. Os bancos emprestaram um total de 4,3 mil milhões de euros (menos 12,5% que no período homólogo), com as empresas a absorverem a maior "fatia". Os empréstimos aos particulares sofreram uma redução drástica.

O total de novos empréstimos para as famílias foi de 678 milhões de euros, um valor que não tem precedentes desde que há dados (Janeiro de 2003). Este montante corresponde a uma quebra de 48,91% face ao mesmo período de 2010, com todos os segmentos de financiamento a contribuíram para esta evolução. É no crédito à habitação que a travagem é mais acentuada: foram concedidos 230 milhões de euros, uma redução de 68,36%.

Cristina Casalinho, economista-chefe do Banco de Portugal, considera que a quebra nos empréstimos "deve subsistir até o ajustamento externo e a necessidade de aumento da poupança o justificarem". "O condicionamento que a concessão de crédito actualmente vive implica que os bancos privilegiem actividades orientadas para a exportação e redução de importações: porque reduzem o desequilíbrio externo, melhoram as perspectivas de crescimento a prazo e representam menor risco de crédito".

(Artigo publicado inicialmente a 9 de Janeiro e republicado hoje, devido à divulgação do Boletim Estatistico do Banco de Portugal)


* Malparada anda a vida dos portugueses que não vêem na classe política alguém que lhes fale com verdade.

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