05/01/2012


HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Chefe de gabinete de Isaltino organizou jantar maçónico com Montenegro, ex-espiões e quadros da Ongoing

Quase 200 deputados são membros da maçonaria, entre os quais os líderes das bancadas parlamentares do PS e do PSD, que pertencem a obediências diferentes.

As profundas ramificações da maçonaria na política portuguesa e as suas ligações ao mundo dos negócios e aos serviços secretos estão hoje em grande destaque na imprensa generalista.

Escreve o “Público” que Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD que recusou ontem esclarecer se é ou não maçon, foi um dos convidados para um jantar reservado a membros da loja Mozart, em que participariam altos quadros da Ongoing, entre os quais o antigo director do SIED, Jorge Silva Carvalho.

A iniciativa do jantar-debate “reservado apenas a membros da nossa casa” e que contaria com a intervenção de Joaquim Aguiar, do grupo Mello, e a moderação de António Saraiva, presidente da CIP, teria a cabido a Nuno Manalvo, antigo chefe de gabinete de Isaltino Morais na Câmara de Oeiras.

O jornal teve acesso ao email-convite, em que se informa que o objectivo é dinamizar o grupo de reflexão “Acreditar em Portugal” com vista a “uma maior interacção com o mundo profano”.

O jantar, agendado para 4 de Julho para o restaurante Tasca da Esquina “do nosso confrade Vítor Sobral”, acabou por não se realizar, pelo menos na data prevista, mas o “Público” revela a extensa lista de convidados e constata a “comitiva de peso” da Ongoing: sete comensais, entre os quais o presidente e vice-presidente, Nuno Vasconcelos e Rafael Mora (na foto, nos extremos direito e esquerdo, respectivamente), Silva Carvalho, antigo director das secretas agora a trabalhar para o grupo, e António Costa, director do “Económico”, propriedade do grupo de comunicação que tem uma participação qualificada na Impresa – e um litígio aberto com o principal accionista, Francisco Balsemão.

Já o “Diário de Notícias” faz um levantamento dos deputados que são membros da Maçonaria e chega à conclusão que são 182, quase 80% do plenário. Entre os maçons, estarão os líderes das bancadas parlamentares do PS e do PSD, Carlos Zorrinho e Luís Montenegro, que pertencerão, no entanto, a obediências diferentes: GOL (Grande Oriente Lusitano) e GLLP (Grande Loja Legal de Portugal), respectivamente.

O jornal escreve que muitos deputados concordam que seria vantajoso declararem publicamente a sua pertença à Maçonaria ou outras filiações, secretas ou não, sendo um deles Rui Paulo Figueiredo, deputado do PS e um dos raros maçons assumidos de São Bento, que pertence a GLLP onde militirá o "irmão" Montenegro.

As ligações à Maçonaria voltaram a saltar para a actualidade mediática depois de Teresa Leal Coelho, deputada social-democrata que tentou redigir um relatório comum sobre as secretas, no rescaldo da intercepção da lista de chamadas feitas por um antigo jornalista do "Público", ter alegadamente admitido, numa primeira versão do documento, "influências maçónicas" nos serviços de informação do Estado.



* O País nas mãos da Lojas!


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