09/01/2012




HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Ordem dos Médicos admite 
problema de saúde pública na Madeira


A presidente da secção regional da Madeira da Ordem dos Médicos admitiu esta segunda-feira que a suspensão na comparticipação dos medicamentos, implementada desde as 00h00 nas farmácias do arquipélago, pode tornar-se num problema de saúde pública

"Isto vai tornar-se num problema de saúde pública, vamos ter doenças crónicas descompensadas, sobretudo diabéticos, hipertensos, e pessoas com falta de medicamentos para o tratamento de doenças neoplásicas", afirmou Henriqueta Reynolds.

A Associação Nacional das Farmácias (ANF) deixou esta segunda-feira de garantir a dispensa de medicamentos a crédito devido ao incumprimento do Governo Regional do plano de pagamentos da dívida às farmácias, no valor de 77 milhões de euros.

"A nossa reacção é de uma grande preocupação com os doentes da Região Autónoma da Madeira", acrescentou Henriqueta Reynolds, considerando "lamentável" a situação e acreditando que se está perante "a efectiva insolvência da região".

Para a presidente da secção regional da Madeira da Ordem dos Médicos, "o Governo central tem de tomar medidas". "Isto é uma situação impensável numa região que faz parte de um todo nacional. O que podemos fazer é pedir a intervenção do Governo, tentar que alguém se chegue à frente", declarou, manifestando desagrado pelo problema e o desejo de que seja rapidamente ultrapassado.

No início da passada semana, a ANF anunciou em comunicado que iria deixar de garantir a dispensa de medicamentos a crédito a partir de hoje.

"As farmácias aguardaram até ao limite das suas possibilidades. Aguardaram que lhes fosse efectuado hoje [sexta-feira] um pagamento que permitisse retomar o plano para regularização da dívida em oito anos", referia o comunicado, sublinhando que "esse pagamento não foi efectuado, nem foi dada qualquer explicação".

A ANF, que lamenta a situação e espera que o executivo madeirense retome o plano de pagamentos, informa ainda que a partir de hoje os beneficiários terão de solicitar directamente ao Governo Regional "a comparticipação no preço dos medicamentos que até agora era logo descontada pelas farmácias no acto de compra".

Em Dezembro, a ANF tomou igual posição, depois de o executivo liderado por Alberto João Jardim ter deixado de cumprir o plano, mas recuou na sequência da garantia da sua execução.

O Governo Regional comprometeu-se então a regularizar os dois milhões de euros relativos a Novembro e, simultaneamente, continuar a assegurar o pagamento mensal mínimo de quatro milhões de euros, o que não sucedeu, motivando esta decisão, que não afecta as pessoas que têm outros subsistemas de saúde.




* Está claro, através do silêncio, o grau de preocupação que o Governo Regional manifesta pelos seus cidadãos.


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