08/01/2012



ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"

Pingo Doce distribui panfletos 
a clientes sobre "graves inverdades"
A empresa Jerónimo Martins está a distribuir aos seus clientes do Pingo Doce um planfeto onde se defende do que considera "graves inverdades", numa nota assinada por Pedro Soares dos Santos.

A Jerónimo Martins está a distribuir aos seus clientes do Pingo Doce um planfeto onde se defende do que considera "graves inverdades" que têm sido ditas no seguimento da transferência do controlo da empresa para a Holanda.

"Em nome dos mais de 25 mil colaboradores que o Pingo Doce emprega em Portugal, e na sequência de muitas notícias e comentários das mais variadas origens produzidas ao longo dos últimos dias e que contêm graves inverdades, entende esta Companhia (...) partilhar consigo três verdades fundamentais (...)", lê-se na nota distribuída e que é assinada por Pedro Soares dos Santos, administrador-delegado da Jerónimo Martins SGPS, SA.

Sem nunca se referir ao facto de no passado dia 2, a Jerónimo Martins SGPS ter comunicado que a Sociedade Francisco Manuel dos Santos vendeu os 56,1% que detinha na Jerónimo Martins SGPS, dona do Pingo Doce, a uma sociedade sua subsidiária na Holanda, a nota prossegue e explicita "as três verdades" anteriormente anunciadas.
"Obrigações sociais e fiscais do Pingo Doce para com o Estado português e os seus cidadãos continuarão a ser honradas"

"A sede social e a residência fiscal do Pingo Doce mantém-se, como sempre, em Portugal e nunca a sua alteração esteve em questão"; sublinha a empresa, adiantando que "as obrigações sociais e fiscais do Pingo Doce para com o Estado português e os seus cidadãos continuarão a ser honradas como sempre foram (...)".

Por fim, o plafleto entregue à porta dos supermercados esclarece ainda que "a Jerónimo Martins, que detém maioritariamente o Pingo Doce, mantém também a sua sede e residência fiscal em Portugal, continuando a contribuir social e fiscalmente neste País".
Demagogia

O esclarecimento da Jerónimo Martins termina salientando que "tudo o que ouvir ou ler em sentido contrário ao que aqui afirmamos pode considerar, sem margem para qualquer dúvida, falso e/ou demagógico".

A nota da Jerónimo Martins surge após os vários comentários feitos desde dia 2 de janeiro, aquando do comunicado onde se ficou a saber que o controlo da Jerónimo Martins iria passar para as mãos de uma empresa com sede na Holanda. Além dos vários comentários feitos, chegou mesmo a haver apelos nas redes sociais a um boicote às compras no Pingo Doce e o assunto chegou a ser um dos temas no debate quinzenal no Parlamento com a presença do primeiro-ministro que se realizou na sexta-feira.

Na altura, Pedro Passos Coelho chegou a garantir que "a Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA) está a analisar os aspetos fiscais que rodeiam a operação [Jerónimo Martins] de modo a fazer uma leitura mais correta daquilo que se passou".

Perante estas declarações, a Agência Lusa perguntou ao Ministério das Finanças o que levou a ATA a iniciar a análise anunciada por Passos Coelho, se foram adotados os mesmos procedimentos quando outras empresas fizeram o mesmo tipo de operações e a que resultados chegaram e que tipo de procedimentos estão a ser adotados na análise anunciada pelo primeiro-ministro. No entanto, até ao momento não houve qualquer resposta.


* O PINGO DOCE é agora panfletário, à boa maneira trotskysta.
Claro que a família tem o direito a fazer o que bem quiser da sua fortuna, agora o sr. Soares dos Santos que não ande a armar-se em patriota, se for verdade que em 2001 criou mais mil empregos na suas empresas não foi por filantropismo. Se afirmou nas câmaras televisivas que criou esse milhar de postos de trabalho, podia ter dito quanto é que esses trabalhadores lhe geraram de riqueza pessoal, já que é accionista.
O problema é que os trabalhadores por conta de outrem e muitos profissionais liberais não podem escolher o país onde pagar os seus impostos, estão amarrados ao fisco nacional, não podem pirar-se, os patrões podem.


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