22/01/2012

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Gualdim Pais
(Braga 1118 - Tomar 1195)

D. Gualdim Pais (Gaudinus, Galdinus ou Gualdinus, em latim), Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal, de 1157 a 1195, foi o fundador do Castelo de Tomar.

A sua vida
Filho de Paio Ramires e de Gontrode Soares, nasceu na região do Minho, a norte de Braga, em 1118.

Foi criado no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e ficou muito cedo ao serviço do futuro Rei, D. Afonso Henriques, combatendo ao lado dos seus irmãos de armas, os cavaleiros Mem Ramires e Martim Moniz, em todas as batalhas contra os Mouros para conquistar o reino. 

Torna-se ilustre durante a tomada de Santarém, em 1147, e durante a de Lisboa, em 1149, antes de embarcar para a Palestina, onde participa no Cerco de Gaza, em 1153.

Ao retornar, foi ordenado como quarto Grão-Mestre da Ordem em Portugal (1157), então sediada em Soure, onde tinham castelo desde 1128 (Castelo de Soure) por doação de D. Teresa. Fundou, nessa capacidade, o Castelo de Tomar e o Convento de Cristo (1160), que se tornou o Quartel-General dos Templários no país, dando foral à nova vila no ano de 1162.

Também fundou o Castelo de Almourol, o da Idanha, o de Ceras, o de Monsanto e o de Pombal. Deu foral a Pombal em 1174.

Cercado em 1190 em Tomar pelas forças Almóadas sob o comando do califa Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, conseguiu defender o Castelo contra esse efetivo numericamente superior, detendo assim a invasão do norte do Reino por esta parte.

A sua imponência e o seu porte de guerreiro e de chefe realçam ainda mais o prestígio que lhe conferem as suas extraordinárias qualidades de combatente e de organizador. A sua estadia no Oriente permitiu-lhe aperfeiçoar a sua já comprovada experiência militar e, quando regressa da sua Cruzada, conhece já a missão que o espera. Em 1157, é nomeado o quarto Grão-Mestre da Ordem do Templo em Portugal, na época, sediada em Braga.

A visão de São Bernardo de Claraval

Alguns anos antes, quando D. Afonso Henriques se preparava para travar a batalha de Santarém, São Bernardo diz a Gualdim Pais que a Virgem lhe revelou, em sonhos, a vitória do Rei.

O Rei promete então oferecer a Claraval as terras e os subsídios necessários à construção de uma ampla abadia se vencer essa batalha decisiva. Vencida a batalha, o Rei cumpre a sua promessa e São Bernardo dirige-se pessoalmente a Alcobaça, acompanhado por cinco monges arquitectos encarregados de delimitar os terrenos necessários à Fundação, onde a primeira pedra é lançada pelo jovem monarca.

Mas a implantação de um mosteiro em território avançado necessita de protecção militar séria e o Rei confia esta missão aos Templários, que já possuem alguns castelos na região. O Rei doa então à Ordem do Templo todas as terras situadas entre Santarém e Tomar. Gualdim Pais fica encarregue de construir a cintura defensiva que envolve os bens de Claraval, ao mesmo tempo que reforça a protecção das fronteiras portuguesas face às incursões árabes.

Em 1160, Gualdim Pais financia a construção do Convento de Cristo e do Castelo de Tomar, que passa a ser o Quartel-General dos Templários em Portugal. É aí que se estabelece em 1162. Participou também na iniciativa de construção dos Castelos de Almourol, de Idanha, de Ceras, de Castelo Branco, de Monsanto e de Pombal. Instala-se em Pombal, em 1174.

Em 1190, Tomar foi cercada pelos Almorávidas sob o comando do Rei de Marrocos, Yusuf I, mas Gualdim Pais conseguiu defender o Castelo contra forças bastante superiores, impedindo assim a invasão do norte do Reino por essa região.

Morreu em Tomar durante o ano de 1195 (1233 da era espanhola). Repousa na Igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar, onde uma estela mural cobre um nicho que contém as cinzas do cavaleiro.

Pelas suas qualidades pessoais de bravura, pela sua acção incansável, pelos seus feitos, Gualdim Pais representa o tipo ideal do Templário, cuja lembrança se mantém acesa em terras portuguesas. É mesmo, ao que parece, o do perfeito iniciado, capaz de trabalhar com presciência para o futuro do seu país. Os seus sucessores terão apenas que aperfeiçoar a obra por ele iniciada.

Implantação da Ordem do Templo em Portugal

Dois meses apenas após a comparência do fundador da Ordem do Templo perante o Concílio de Troyes - cujo papel acabaria por ser decisivo para o reconhecimento e desenvolvimento da Ordem -, um dos seus companheiros recebeu uma primeira doação importante em Portugal. 

Em 19 de Março de 1128, a Rainha Teresa, viúva do Conde Henrique e tutora do seu filho Afonso Henriques, concede ao Templo o Castelo de Soure e respectivas dependências. Rapidamente, outras doações vêm juntar-se a esta. Não são necessariamente feitas por senhores poderosos, mas são em grande número. Assim, entre 1128 e 1130, 19 bens fundiários, incluindo vários domínios rurais, são atribuídos integral ou parcialmente ao Templo. 

Em Junho de 1145, D. Sancha, filha da Rainha Teresa, e o seu marido doam ao Templo o Castelo de Longroiva, na Estremadura Portuguesa, bem como as suas inúmeras dependências na região da metrópole de Braga. Nesta mesma cidade, o arcebispo João concede à Ordem, nesse mesmo ano, uma casa, um hospital para os peregrinos e metade dos rendimentos eclesiásticos da cidade, incluindo os dízimos. Paralelamente, os templários praticam uma política activa de compras que se conjuga com a piedade dos fiéis, cujos legados testamentários são regulares e importantes.
A partir de 1143, presença permanente dos Templários em Portugal

Os primeiros sinais tangíveis de uma presença permanente da Ordem do Templo no reino surgem a partir de 1143, ano em que um templário francês, Hugues de Martone, foi qualificado como procurador do Templo em Portugal. No ano seguinte, a pequena guarnição templária do Castelo de Soure é destruída durante um confronto com as tropas mouras de Santarém. Em 1147, os Templários conseguem a sua desforra, participando na tomada desta cidade e, em troca dos seus esforços, a Ordem obtém do Rei a autorização para receber todos os direitos cobrados em Santarém a título religioso.

No final dos anos 1150, sob o magistério de Gualdim Pais, o quarto Grão-Mestre português da Ordem do Templo no reino, inicia-se a extraordinária expansão da Ordem. Durante esta década, o Templo recebe do Rei um importante domínio agrícola na confluência do Nabão com o Zêzere, onde inicia a construção do Castelo de Tomar, que se tornará a sede do Templo em Portugal, e mais tarde do seu sucessor, a Ordem de Cristo. Uma década mais tarde, no âmbito de uma vasta doação de terras a sul do Tejo, mas que nunca passará de letra-morta, o Rei insiste em que os recursos da Ordem sejam utilizados apenas no reino e, nomeadamente, para prosseguir com a reconquista.

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