17/07/2011

- UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA



Num banquete estava um padre católico sentado ao lado de um rabi judeu.
O padre, querendo gozar o rabi, enche o prato com pedaços de um suculento  leitão e depois oferece ao 'colega'.
O rabi recusa, dizendo:
- Muito obrigado, mas...não sabe que a minha religião não permite a carne  de porco?
- Liiiiivra!!! Que religião esquisita! Comer leitão é uma delííícia!
Comenta o padre com ironia.
À hora da despedida, o rabi chega e diz ao padre:
- As minhas recomendações à sua esposa!
E disse o padre, horrorizado:
- Minha esposa? Não sabe que a minha religião não permite casamento de sacerdotes?
- Liiiiivra!!! Que religião esquisita! Comer mulher é uma
delííícia!!!....mas se você prefere leitão....!!!

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HOJE




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GUARDA REDES BRILHANTES





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As vantagens de viajar em grupo






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ALZHEIMER
CAMPANHA INTELIGENTE

Richard Dawkins 

2 - O Serviço Irracional de Saúde



Filme que mostra a absurda realidade de um mundo onde ciência e tecnologia é deixada de lado para dar lugar a crenças e superstições infundadas em medicinas alternativas. Bilhões de dólares são gastos todos os anos com tratamentos que a ciência já demonstrou claramente não terem nemhum resultado, a não ser, enriquecer médiuns, videntes e homeopáticos por todo o mundo, aproveitando-se da ignorância do povo. Assistam ao vídeo e tirem suas próprias conclusões, obrigado!

Carregado por

Insolação e desidratação





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FERNANDA PALMA



Rating da Justiça


A Justiça portuguesa pode ser sujeita a um rating, tal como a dívida soberana? A lógica dos ratings surgiu há uns anos como solução para tornar vários subsistemas sociais mais eficazes.

Ao natural controlo interno e à crítica política externa, tem sucedido uma lógica de avaliação das instituições e dos seus agentes de acordo com pretensos critérios técnicos.

Aconteceu assim na Educação, com ratings de escolas que não consideram contextos sociais ou desigualdades de oportunidades. Por vezes, as avaliações só deprimem os avaliados e não ajudam a superar problemas. No Ensino Superior, a avaliação foi atribuída a agências privadas externas, embora constituídas de acordo com certas exigências de objectividade.

O "eduquês" transformou as técnicas pedagógicas num objectivo em si mesmo, com uma relativa desvalorização dos conteúdos científicos. A formação e a certificação de formadores ou a avaliação dos avaliadores tornaram-se uma finalidade do ensino. Paradoxalmente, em vez de se promover a qualidade, favoreceu-se a nivelação por um padrão de mediania.

Nas célebres agências de rating da economia, a avaliação também se tornou soberana, ganhando a dimensão de negócio com possíveis contornos criminais. Numa linguagem funcionalista, as agências tornaram-se um subsistema a necessitar de intensa regulação e controlo, ou seja, de avaliação, exprimindo a complexidade das sociedades modernas.

A Justiça de uma sociedade não está, de igual modo, subtraída a uma avaliação feita segundo a lógica de mercado, isto é, de acordo com a confiança que as pessoas depositam no sistema judicial e nas suas decisões. Nesta perspectiva, os cidadãos deixarão de ser apenas fonte da Justiça ou seus destinatários, para se transformarem em "consumidores".

Deste modo, a própria constitucionalidade pode tornar-se um critério de validação do Direito conflituante com a avaliação feita segundo critérios de eficácia. A Constituição será então vista como um obstáculo obsoleto. Se a norma é desejada, aplaudida e considerada eficaz, mesmo que só pelo seu simbolismo, por que razão deveremos opor-lhe critérios de constitucionalidade?

A recente revisão da Constituição húngara exprime esta crise, ao limitar as competências do Tribunal Constitucional em matérias de orçamento e fiscalidade. Apesar de a Constituição estabelecer parâmetros como o limite do endividamento do Estado, a competência foi transferida para o Conselho do Orçamento, o que significa que deixou de haver controlo da constitucionalidade.

* Professora Catedrática de Direito Penal

IN "CORREIO DA MANHÃ"
17/07/11


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PASSARUCOS






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Cosmos 

2 - Céu e Inferno





Em 1908, na Sibéria, uma explosão misteriosa abalou a paisagem, projetando árvores a milhares de quilômetros de distância e produzindo um som que se ouviu em todo o mundo.
Teria uma nave espacial extraterrestre sofrido um acidente nuclear?
Carl Sagan examina os testemunhos e conclui que a Terra foi atingida por um pequeno cometa.
Um modelo do sistema solar demonstra a possibilidade de outros planetas terem sofrido impactos semelhantes.
Tal como Immanuel Velikovsky proclamava, teria o planeta Vênus sido já um cometa gigante?
O Dr. Sagan conclui que não, que as provas não confirmam a afirmação.
Embarcamos numa viagem descendente através da atmosfera infernal de Vênus, para explorar a superfície de braseira, atingida esta pelo chamado efeito de estufa.
O destino de Vênus pode ser uma história de alerta para o nosso mundo.
O Dr. Sagan lança um aviso sensato para que sejam tomadas medidas de proteção do frágil planeta azul, a Terra.

CUIDE DAS CRIANÇAS

DAS SUAS E DAS DOS OUTROS

TODOS OS DIAS

 

Na estrada




Campanha da Prevenção Rodoviária Portuguesa "Vamos e Vivos"
"Se beber, tenha a coragem de não beber" 1988

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BRANCA DE NEVE - CANÇÃO DOS ANÕES



AMIZADE




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Proteção ainda é a melhor arma 

contra o cancro da pele








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Elefante bebé salva-se





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1- JARDINS  DE  MONET







5 - PLANTAS BENFAZEJAS

Horta de Temperos em Vasos





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6 - OS  PALHEIROS








1 – A MATEMÁTICA É EXACTA










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23 - FOTOJORNALISMO

O Comércio Tradicional





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32- ILUSTRES PORTUGUESES DE SEMPRE »»» reynaldo dos santos


REYNALDO DOS SANTOS

Médico, pedagogo, cientista, escritor, historiador e crítico de arte, um ser em movimento, universal: 1880-1970


QUANDO TUDO ACONTECEU...

1880 – No dia 3 de Dezembro nasce em Vila Franca de Xira. 1898 – Terminados os estudos primário e secundário, parte para Lisboa, estudar Medicina. 1903 – Conclui em Julho o Curso de Medicina e parte para estágio em Paris, nas Clínicas dos Profs. Guyon, Albarran, Cathelin, Tuffier e Pinard. 1904 –Visita de estudo às Clínicas de Boston, Chicago, Rochester, Baltimore, Filadélfia e Nova Iorque. Sócio da Associação dos Médicos Portugueses. 1906 – Tese de Doutoramento sobre «Aspectos cirúrgicos das pancreatites crónicas». Casa com Suzana Cid no dia 18 de Agosto. Cirurgião dos Hospitais. 1907 – Aprovado em mérito absoluto no concurso para Professor Extraordinário da Faculdade de Medicina de Lisboa. 1908 – Membro da Société Internationale de Chirurgie. 1909 – Estágio nas Clínicas de Berlim e Kummel. 1910 – Curso Livre de Urologia no Hospital do Desterro, onde apresenta o seu novo aparelho e método de uroritmografia. 1911 – Estágio nas Clínicas de Veneza e Viena de Áustria. Membro da Associação Francesa de Urologia. Encarregado da regência de Propedêutica Cirúrgica. 1912-1914 – Estágios em Paris e Londres. Membro da Associação Alemã de Urologia. Estágios em Berlim, Hamburgo, Bremen, Bona e Bruxelas. Cirurgião dos Hospitais Civis de Lisboa. 1916 – Vice-Presidente da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa. Missões do Governo junto dos exércitos francês, inglês e belga. Membro do Comité Inter-Aliado para o estudo da Cirurgia de Guerra. 1917 (Fevereiro) a 1918 (Dezembro) – Esteve em França, na 1.ª Grande Guerra, como cirurgião nos Hospitais Ingleses do Norte da França (26 General Hospital) e depois no Hospital Wimereux. Consultor de cirurgia do Corpo Expedicionário Português (C.E.P.), como Capitão (Português) e Major (Inglês). 1919 – Delegado português à Conférence Chirurgicalle InterAlliée, durante a Grande Guerra. Membro Consultivo na Fundação Prémio Erasmo (Amsterdão). Medalha de Ouro de Bons Serviços na Grande Guerra. Distinguished Servicer Order (D.S.O.) 1922 – Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra. 1924 – Académico correspondente da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando (Madrid). 1925 – Director do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Arroios. 1928 – Início dos trabalhos originais de arteriografia e aortografia. 1930 – Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. 1931 – Comendador de número da Ordem Civil de Alfonso XII de Espanha. 1932 – Professor Catedrático da Cadeira de Urologia do Hospital de Santa Marta. Membro da Société Internationale d’Urologie. Membro de Honra da Sociedade Francesa de Angiologia e Histologia Patológica. Membro correspondente da Société Nationale de Chirurgie de Paris. Membro da Academia de Belas-Artes de Sevilha. Um dos dez vogais Efectivos e Fundadores da Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa. 1935 – Académico de Honra da Academia Nacional de Medicina de Madrid. Delegado português no Comité da Sociedade Internacional de Cirurgia. Membro da Academia de Cadiz. 1936 – Académico de Honra da Academia Hispano-Americana. Membro correspondente da Sociedade Belga de Urologia. Medalha de ouro da Société Internationale de Urologie. Sócio Honorário do Grupo dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga. 1937 – Medalha de Ouro (Violet Hart Fund), prémio de cirurgia vascular de Rudolph Matas sob os auspícios da Tulane University of Louisiana. Presidente da Associação Portuguesa de Urologia. Membro Honorário da Academie Royal d’Archéologie de Belgique. Membro Titular e Fundador da Academia Portuguesa de História. 1938 – Um dos quatro Académicos Honorários da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando (Madrid). Procurador à Câmara Corporativa, por inerência de funções. 1939 – Sócio Honorário da Sociedade Nacional de Belas-Artes.1940 – Plano, orientação e prefácio do Inventário Artístico de Portugal. Grã Cruz da Ordem Militar de Santiago de Espada. 1941 – Professor Catedrático de Patologia e Terapêutica Cirúrgica da Faculdade de Medicina de Lisboa . Membro Honorário do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Urologia. Grande Oficial da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. 1942 – Director da Faculdade de Medicina de Lisboa. 1945 – Presidente da 6.ª Secção da Junta Nacional de Educação. 1946 – Oficial da Legião de Honra. 1947 – Membro correspondente da Associação Espanhola dos Escritores Médicos. 1948 – Professor catedrático de Clínica Cirúrgica. Membro correspondente de l’Academie Nationale de Medicine, de Paris. 1949 – Membro Honorário da Sociedade de Urologia de Barcelona. Presidente do Congresso Internacional de História de Arte, em Lisboa. 1950 – Membro de Honra do American College of Surgeons. Jubilado como Professor Catedrático. 1951 – Membro de Honra da Royal Society of Medicine, de Londres e da Universidade de Alger. 1952 – Um dos nove membros honorários estrangeiros da Académie de Chirurgie, de Paris. Membro correspondente da Academia dos Lincei, de Roma. Membro correspondente do Instituto de França (Académie des Inscriptions et Belles Lettres). 1953 – Académico Emérito do Instituto de Coimbra. Presidente do XV Congrès Internationale de Chirurgie, em Lisboa. 1954 – Sócio Honorário do Instituto Vasco da Gama, de Goa. 1955 – Commandeur da Legião de Honra. 1956 – Casa em segundas núpcias com Irene Virote de Carvalho Quihó, no dia 28 de Novembro. Presidente do Congresso de Zurique e da Société Européenne de Chirurgie Vasculaire. Presidente da Sociedade de Cirurgiões Cardio-Vasculares. Cavaleiro do Império Britânico (K.B.E.). Presidente da Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa 1957 – Académico Emérito da Academia Mondiale degli Artisti e Professionisti, de Roma. 1959 – Sob a invocação do seu nome é fundado no Hospital de Santa Maria o Centro de Investigação Angeológico «Reynaldo dos Santos». Doutor Honoris Causa da Universidade de Bahia. Professor Honorário de História de Arte da Escola de Belas-Artes da Universidade da Bahia. Vogal correspondente da Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro. 1961 – Presidente da Academia das Ciências de Lisboa. 1964 – Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Paris, Estrasburgo e Toulouse. Medalha de prata do Instituto de Urologia do Hospital de la Santa Cruz y San Pablo. 1967 – Presidente da Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa. 1969 – Gran Cruce do Mérito Civil de Espanha. Grande Prémio da Cultura Nacional. 1970 – Falecimento a 6 de Maio, em Lisboa.

AS ORIGENS

Nasce em 3 de Dezembro de 1880, na Rua das Varinas, em Vila Franca de Xira, filho de Clemente José dos Santos e de Maria Amélia Pinheiro dos Santos e neto paterno de Clemente José dos Santos, Barão de S. Clemente, título que recebeu pelo seu desempenho e dedicação à causa pública, enquanto taquígrafo e bibliotecário-mor das Cortes de S. Bento, pessoa esclarecida, sócio da Academia Real das Ciências.

Seu pai era um conceituado médico em Vila Franca de Xira. Reynaldo é o filho mais novo de uma fratria de cinco filhos do casal. No dia 14 foi baptizado na Igreja Parochial de S.Vicente Martyr daquela vila e recebe o nome de Reynaldo.


O ESTUDANTE

Reynaldo faz os seus estudos primários e secundários em Vila Franca de Xira, sendo considerado um bom aluno, tendo em conta as inúmeras notícias sociais publicadas no jornal «O Villafranquense». De acordo com os Anuários da Escola Médico-­Cirúrgica de Lisboa ingressa nessa escola em 1898 e sai em 1903. Não se pode considerar que tenha sido um aluno brilhante, tendo tido uma classificação final de 13 valores.

Instala-se primeiro na «casa das Cortes» do palácio de S. Bento, onde morara o seu avô paterno. Reynaldo ficaria ali temporariamente na companhia da irmã Emília, na mesma casa onde mais de três décadas depois se instalaria Oliveira Salazar. Posteriormente, ocuparia quartos na Rua Formosa e no Largo do Mastro.

O interesse pelas Belas-Artes nasce durante as férias, na Figueira da Foz, quando, conjuntamente com Henrique de Vilhena, começa a participar nas campanhas arqueológicas conduzidas pelo advogado António Santos Rocha que lhe aconselha a ler Taine, autor que vai desempenhar grande influência no campo dos estudos da arte.

Aprende agora a profissão do pai, mas não deixa de cultivar os seus interesses diletantes através de visitas à Feira da Ladra, onde faz a sua primeira compra artística, uma pintura de origem francesa que irá manter em destaque, no seu gabinete de trabalho.

Sobre a sua prestação escolar, Reynaldo diz que as lições de Carlos Tavares e de José Gentil despertavam interesse, mas a maioria dos professores eram autoritários, monótonos e pesados. Na parte final do curso, Ricardo Jorge vem transferido do Porto, e Reynaldo diz que «pela primeira vez tive a noção do que eram as lições de um Mestre».

O MÉDICO E O PROFESSOR

Concluído o curso, em 1903, na Escola Médico Cirúrgica, foi-lhe atribuída vaga de médico em Barrancos, local onde João Afonso de Carvalho, abastado lavrador e capitalista, possuía minas de cobre e que, com um oportuno patrocínio a Reynaldo, o lança num outro mundo profissional e social. 

João Afonso de Carvalho, amigo de Clemente dos Santos, confrontado com a desilusão do jovem resolve conceder-lhe uma verba para estagiar em França, com alguns dos mestres mundiais da cirurgia. Entre 1903 e 1904 Reynaldo trabalha com Tuffier, Albarran, Guyon, Cathelin e Pinnard. A convivência com estas figuras exerce uma profunda influência no jovem, reforçando-lhe na personalidade uma sólida desenvoltura ao nível das relações humanas, aspecto que consideraria como vital na sua actividade clínica e, depois, na de historiador.

Porque sobrara dinheiro da «bolsa», faz nova viagem, em 1905, e ao contrário da corrente, escolhe os Estados Unidos, apesar dos americanos ainda beberem a sua cultura na Europa. Mas Reynaldo intuíu que era na América que estava a nascer a Medicina Moderna. Depois de conviver com a elite científica do seu tempo, Reynaldo regressa prestigiado ao seu país.

Grato ao seu mecenas, homenageia-o, dando o seu nome ao seu primeiro filho – João Afonso Cid dos Santos, nascido em 1907. João Afonso de Carvalho lega ainda a Reynaldo participações no Mercado Geral de Gados.

Ainda em 1906, conclui a sua tese de doutoramento sobre Aspectos Cirúrgicos das Pancreatites Crónicas faz concurso para Professor, fica aprovado em mérito absoluto e inicia docência na Faculdade de Medicina.

Reynaldo dos Santos, cada vez mais crítico com o sistema de ensino, com a organização hospitalar e com a Faculdade, incompatibiliza­-se com um dos professores mais antigos e recebe um ofício assinado por José Gentil, do seguinte teor: «Ex.º Sr. Reynaldo dos Santos. Para seu conhecimento e devidos effeitos, notifico a V.Ex.a que, tendo o Professor Francisco Augusto d'Oliveira Feijão apresentado, em Conselho da Faculdade, a carta que V. Ex.a lhe endereçou, o Conselho tomou a deliberação de desligar V. Ex.a do serviço, sem vencimento, instaurando-lhe immediatamente processo disciplinar. Saude e Fraternidade. Faculdade de Medicina de Lisboa, 5 de Julho de 1916». Quando este ofício é enviado a Reynaldo, este não se encontrava em Portugal, por ter sido nomeado para estudar a articulação do apoio médico entre as frentes de combate e a retaguarda.

De regresso a Portugal reencontra as querelas na Faculdade, da qual se encontrava agora suspenso. Num rascunho de carta (para João Chagas?), escreve: «Meu Exmo. Amigo; Quando recebi a sua carta … iam as separatas das minhas conferencias, a caminho de França. E devem estar transpondo a esta hora o arame farpado da censura ... Continuo suspenso, e o meu processo não segue apesar mas minhas repetidas reclamações. A Faculdade desculpa-se dizendo que está em férias! Na Escola Medica a Justiça está em férias ... Se quizesse descrever agora aquelas impressões, era capaz de o fazer em papel sellado ... Dê-me pois licença. Vou-me desinfectar. E antes de calçar as luvas, um aperto de mão do seu amigo».

Mantendo-se o seu diferendo com a Faculdade, Reynaldo impulsiona a investigação experimental no pequeno Hospital de Arroios e resolve começar a dar aulas não oficiais naquele hospital. Os seus dotes de comunicador, experiência internacional e interesse pela investigação, atraem numerosos estudantes, formando-se aquela que ficou conhecida como «Universidade de Arroios».

Em 1930, ocupa a recém-criada Cátedra de Urologia. Em 1932 é eleito Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa e, dez anos volvidos, passa a dirigir a própria Faculdade de Medicina, com a qual tantos desentendimentos tivera.

O INVENTOR

Em Dezembro de 1908, idealizou e desenvolveu o urorhytmographo, que segundo a Carta Patente tem por fim «registar graphicamente o valor e o rhytmo da excreção renal bem como o funcionamento dos ureteros». Apresentado em Lisboa e depois em Paris.

Em 28 de Junho de 1927, Egas Moniz obtém a primeira imagem arteriográfica dos vasos cerebrais. Em Janeiro de 1929, Reinaldo continua a investigação da arteriografia a nível das artérias periféricas. Nasce assim a «jóia da Coroa» de Reinaldo, a aortografia, realizada em colaboração com A. Lamas e P. Caldas. Em 10 de Março, o novo método foi apresentado à Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa e a 20 de Março à Sociedade de Cirurgia de Paris.
A partir de Outubro de 1930, a aortografia foi usada nas Clínicas de Necker e Legueu em Paris, e de Holfelder, em Frankfurt.
A aortografia veio permitir um melhor estudo dos tumores, anomalias vasculares e de posição, e traumatismos do rim, abrindo as portas ao futuro estudo da hipertensão vásculo-renal.
A primeira aortografia foi realizada em 1929. Inicia-se a aortoterapia, em casos de abcesso peri-renal. Reinaldo dos Santos pratica igualmente a cavografia.
Não surpreende que lhe fosse atribuída a Medalha de Ouro da Sociedade Internacional de Urologia. 

O PERSONAGEM NA PRIMEIRA PESSOA

«Tenho sido até hoje o homem mais independente deste mundo, e desejo ardentissimamente continuar a sê-lo», escrevia ele a Cortesão em 1913.
 Num texto dedicado a Manuel Monteiro, Reynaldo dizia: «sempre entendi que perante o dilema da fidelidade ao que julgamos ser a verdade histórica (que pode ser efémera como toda a verdade cientifica) e por outro lado um dever de amizade, que é uma verdade eterna, é a convicção crítica que se sacrifica e não a sensibilidade do amigo».

E escrevia a Raul Proença: «Enfim, isto é a terra dos patrioteiros que julgam que Portugal é aquilo que eles imaginam e afirmam quando afinal é outra coisa, uma coisa que eles ignoram».

«A crise educativa resolve-se mandando gerações novas completar os estudos nos outros payses … sem receio de os desnacionalisar. O que desnacionalisa, é encontrar a pátria inferior, indifferente, vasia e estúpida».

E NA TERCEIRA PESSOA

Fisicamente tinha uma aparência distinta, equilibrado em proporções. Sobressaía a cabeça bem modelada e vincada nas formas. Nariz um tanto aquilino. Afagava a cada momento o farto cabelo, enquanto tirava e voltava a colocar os óculos numa mobilidade constante de expressão e corporal. Em Reynaldo era tudo em movimento. Sentia-se uma dinâmica interna traduzida pelo pensar, pela formulação de conceitos, nas atitudes e na acção.
(Juvenal Esteves)

Reynaldo é um exemplo perfeito do homem de qualidade ... uma completa independência de espírito, uma extraordinária capacidade de apreensão e de compreensão, uma visão virgem e larga dos problemas e um sentido humano das coisas sempre presente … De tudo isto resultou uma capacidade para despir os problemas e reduzi-los às suas verdadeiras proporções naquilo que eles têm de essencial ... Foi sempre claro e simples quando expunha aos outros quaisquer assuntos ... Por isso avançou onde os outros se teriam embaraçado em aspectos secundários.

Reynaldo é um dos raros herdeiros dos renascentistas. Mais do que a sua erudição, é o seu pensamento que é realmente humanístico.

Vê como um pintor, ouve como um músico, defende como um advogado de qualidade, constrói como um arquitecto, escreve como um estilista, sente como um homem, pensa como um filósofo.

O encanto pessoal de Reynaldo dos Santos vem justamente desta constelação vibrante, que fascinou sempre os que o rodearam. E a sua obra é o produto universalista do seu pensamento. 
(Prof. Cid dos Santos).

A Reynaldo dos Santos, cientista, historiador, esteta ou simplesmente homem, nunca faltava o calor humano – esse vivo entusiasmo que desperta à sua volta o magnetismo da simpatia e possibilita o milagre de criar. Toda a criação implica amor. Cria-se com a inteligência e a sensibilidade, com o cérebro e o coração. E se, em Reynaldo dos Santos, a inteligência cintilava como um astro, a sensibilidade parecia ainda maior, mais quente, mais aguda, tudo abraçando, tudo iluminando, tudo adivi­nhando, em sua larga palpitação humana. Eis porque podemos por certo proclamá-lo príncipe da Sensibilidade. Reynaldo dos Santos foi um homem de excepção, um desses raros homens que alargam as fronteiras da Terra e as fron­teiras do Sonho. A sua perda deixará um enorme, um terrível vazio. É a queda do roble gigante, que assombra a floresta. (Fernando de Pamplona)

Há na personalidade de Reynaldo dos Santos três aspectos a considerar: o científico, o artístico, o humano.

E o homem? Desta vez não nos acontece, como tantas outras na vida: admiramos um sábio, ou um artista e, depois de conhecê-lo, quereríamos vol­tar a ler os seus livros, ou contemplar as suas obras, mas nunca mais voltar a vê-lo. Em Reynaldo, a qualidade do homem é tão fina como a da sua persona­lidade de médico ou de escritor. O seu rosto agudo e sensual, de nobres sen­sualidades, é um espelho do seu carácter.
É um desses seres para quem no primeiro grau do parentesco está a amizade.
(Gregório Marañon)

Profissionalmente, Reynaldo dos Santos era um cientista ... A sua extraordinária lucidez permitiu-lhe aperceber-se de que, a não ser que se aceitem grandes riscos, as ciências exactas e o progresso técnico não são nem podem ser suficientes para o pleno exercício da vida interior, precisamente porque toda uma parte do ser humano, a mais espiritual, deve aspirar, pela própria missão da espécie, a essa procura da qualidade.
E como a Arte é, por excelência, a procura pura da qualidade, foi nesse domínio que Reynaldo dos Santos encontrou o contra-peso que fez dele um homem completo.
(René Huyghe)

Mas também há os que dizem mal:

«… Mas tal omissão está afinal dentro do processo de trabalho praticado pelo sr. dr. Reinaldo dos Santos … Todo o investigador ou historiador que se preza cita as fontes em que se apoia e de que se serve.

Com o sr. dr. Reinaldo dos Santos, esse método de trabalho … quase não se enxerga nos seus escritos … sem nos citar uma só vez, subscrever, como sendo suas, as teses, que não são poucas – é o miolo do livro! ...

Acusando o sr. dr. Reinaldo dos Santos de nos haver plagiado, tanto em ideia como em forma verbal, fazemo-lo com a máxima objectividade … Tudo isto é irrefutável... Não receamos o mínimo desmentido».
(Adriano de Gusmão).

O CIRURGIÃO NA GUERRA


Recordando-se como «um rebelde e um isolado», já em 1914 Reynaldo critica duramente a passividade portuguesa, nomeadamente pelo não envio de auxílio clínico para os feridos da Guerra Mundial então deflagrada.

«De todos os paizes ... excepto do nosso, é esta a triste verdade! N'uma conflagração como a actual, formidavel pelos effectivos em lucta, terrivel pelo poder destruidor das suas armas de guerra e portanto pavorosa pelo numero infindavel de feridos a socorrer … se sob o ponto de vista nacional é impolitico ficar-lhe extranho, sob o ponto de vista humanitário é uma vergonha não apparecermos com o nosso contingente de pessoal e material de socorros devidamente organisados. Não faz honra aos nossos sentimentos humanitários. Defende o envio de uma «ambulância» portuguesa, com três cirurgiões, um médico, pessoal de enfermagem e material de tratamento e exige o envolvimento da sociedade … Para o financiamento, apela à mobilização da generosidade dos particulares, às campanhas dos jornais, às subscrições públicas, às receitas da caridade, iniciativas essas a que se deveria juntar o auxílio governamental.

DIÁRIO DE GUERRA

Reynaldo deixa transparecer a sua simpatia pelo lado aliado, facto que não deve ser desligado das principais amizades que firmou tanto nos laboratórios e clínicas no estrangeiro como nos ciclos de convívio que integrou em Portugal.

Foram impressões fortes aquelas que o português colheu na Flandres, onde se alternavam os exemplos de abnegado sacrifício com outros de pura destruição. Via feridas na carne e na alma dos homens, assim como no património das cidades. Em várias localidades flamengas encontra o mesmo rasto: «Vi o que resta de Lampernisse: um pedaço de muro rôto por três ogivas. E era tudo! Todas tinham preciosidades de arte. Raras puderam ser salvas duma destruição metódicamente cruel». «Todavia tive ontem uma grande emoção ao ver as tapeçarias da Catedral de Reims que escaparam … algumas ainda esburacadas por tiros e estilhaços de obus».

Dedicando-se a sistematizar técnicas de tratamento cirúrgico e de organização hospitalar, Reynaldo tinha aprofundado a amizade com médicos estrangeiros, decidindo-se por regressar ao teatro do grande conflito mundial.

No norte de França, como médico voluntário, trata os feridos nas instalações inglesas do 26 General Hospital ... Via na capacidade organizativa inglesa um verdadeiro modelo a seguir.

Com a entrada de Portugal no grande conflito mundial, Reynaldo, já com experiência e integrado no meio, foi escolhido para chefiar os serviços cirúrgicos do Corpo Expedicionário Português.

Pressente então a chegada de problemas: «A mudança para o hospital português vai-nos dar água pela barba e entretanto já nos dá lama pelo joelho quando lá vamos, de botas impermeáveis e altas».

Apesar de em Lisboa se desejar a sua substituição, manteve-se à frente do Hospital, responsabilizando-se directamente por cem camas, num horário das 8.30 às 23.00 horas.

Por companhia tinha os colegas Alberto Mac-Bride, Augusto Lamas e o cunhado Jorge Cid, reconstruindo-se o núcleo do grupo que anos atrás dinamizava projectos de investigação médica e organizava visitas a monumentos.

Em novos périplos, agora por terras francesas, surgiam episódios caricatos, como referiu Reynaldo a Susana Cid: «o trem que nos trazia era puxado por um cavallo a morrer e guiado por um cocheiro bebado. Foi preciso o Lamas guiar o carro, eu puxar o cavallo á sella e o Jorge Cid de pé, ao lado. Aqui, nas noites de luar, o fado e a guitarrada são os aeroplanos boches e o canhoneio da barragem aérea».

Reencontraria José de Figueiredo em Paris.

Durante o ano de 1919, Reynaldo ainda representaria o Exército através da participação em conferências sobre cirurgia de guerra. Nesse período conservara-se ainda a relação difícil com a instituição militar, exemplificada quando ao cirurgião, major pelo exército inglês, apenas foi reconhecido o posto de capitão, por ser essa a patente atribuída em Portugal às suas funções. Não sem provocação, Reynaldo escrevia no seu Curriculum que era «capitão promovido a major».

REYNALDO E A ARTE

Reynaldo dedicou, desde novo, parte do seu tempo e do seu amor às mais variadas formas de arte, como a Pintura, Escultura, Arquitectura, Mobiliário, Azulejaria, Faiança, Ourivesaria, Vidragem, Iluminura e Tapeçaria, sobre todas escrevendo, depois de as investigar e estudar.

Em 1915, em colaboração com José de Figueiredo (que Reynaldo considerava o seu maior mestre nos domínios da arte) descobriu em Pastrana (Espanha), tapeçarias com motivos da tomada de Arzila por D. Afonso V, atribuídas ao pintor quatrocentista Nuno Gonçalves. Esta descoberta levou à publicação de uma monografia, em 1925, em colaboração com Jorge Cid.

Em 1922, estudou em Itália (Toscana), a obra do pintor Português Álvaro Pires d'Évora, de quem um dos mais importantes quadros foi adquirido em 2002, por um importante Banco português, regressando assim ao país de origem do seu pintor. Estudou cuidadosamente o pintor Nuno Gonçalves e os seus famosos e discutidos painéis da Adoração de S. Vicente.
No capítulo da Arquitectura escreveu e publicou vários trabalhos sobre as Sés de Lisboa, Évora e Coimbra, e sobre Arquitectura Regional onde as Igrejas e Ermidas foram objecto de estudo pormenorizado.
Abordou as origens históricas do Mosteiro de Alcobaça e da Batalha. Outros monumentos do mesmo estilo, como as Igrejas de Santa Clara e de São Francisco, em Santarém e a de Santa Iria do Olival, em Tomar, foram também objecto da sua curiosidade e estudo.

O seu interesse pela Arquitectura Portuguesa, incidiu sobretudo sobre o Estilo Manuelino, identificando em 1922, Francisco Arruda como sendo o Autor da Torre de Belém, símbolo da Arte Manuelina.

Em 1952, Reinaldo dos Santos, estudou a arte nas «Descobertas Marítimas» e publicou sobre essa matéria um extenso trabalho. Alargou os seus estudos sobre o Manuelino, a Tomar, Évora e Setúbal.

Sobre a arte escultórica, publicou «A Escultura em Portugal», onde analisa e estuda vários objectos, como ornamentos de Igrejas e Mosteiros, rosáceas e capitéis, estátuas e presépios (como o de Machado de Castro), e a escultura tumular, com manifesto destaque nesta última, dos túmulos de D. Pedro e Dona Inês, em Alcobaça.

Estudou também o Estilo Indo-Português, a que dedicou grande preocupação e estudo. Em colaboração com a sua esposa, D. Irene Quilhó dos Santos, estudou as Colecções Particulares de Ourivesaria Portuguesa, sem ignorar as Faianças Portuguesas dos Séculos XVI e XVII.

O APOLÍTICO

Apesar de relutante em aderir a qualquer bandeira política, ficou próximo do reformismo republicano, desde logo pela própria educação médica. De facto, fora ao positivismo – filosofia determinante na formação científica dos clínicos no final do século XIX e inícios do seguinte – que o movimento republicano foi buscar parte substancial da sua fundamentação teórica.

Ainda que Miguel Bombarda, o expoente máximo da ligação entre o republicanismo e a classe médica, não tivesse visto implantar o novo regime, os médicos ganham efectiva influência com o 5 de Outubro, participando mais activamente em variados domínios da vida cívica e política.
 Insistindo na sua condição de «apolítico»,Reynaldo conviveu de perto, para além de Bombarda e de Figueiredo, com republicanos como Luís Derouet, João Chagas, Raul Proença, Jaime Cortesão, João de Barros e mesmo Raul Lino e Afonso Lopes Vieira, entusiastas iniciais da Revolução.

Como lembra Rui Ramos: «Costumava então dizer-se que, se a monarquia fora o império dos bacharéis em Direito, a República representava o advento do império dos médicos».

Embora considerando-se apolítico, o certo é que esteve sempre por dentro de vários grupos com grande actividade política. Fez parte do Grupo dos Amigos do MNAA, do Grupo da Biblioteca, da União Cívica, dos Homens Livres (Livres da Finança e dos Partidos), das Revistas Seara Nova, Atlântida, Lusitânia, escrevendo e sendo dirigente dessas revistas conjuntamente com António Sérgio, Carolina de Michaelis, António Lopes Vieira, Raul Proença, Câmara Reis e Francisco de Lacerda, sendo um dos maiores defensores deste na questão da Filarmonia.

À frente dos destinos da Academia, Reynaldo teve por inerência assento na Câmara Corporativa, com uma participação subordinada essencialmente às questões da educação, envolvendo-se em algumas medidas reformistas.

Na última aula proferida na Faculdade de Medicina («A formação das elites»), Reynaldo apoiou-se no exemplo da «Geração de 70» para criticar a censura, a perseguição de intelectuais, a deficiência da educação nacional e a escassez de meios com que se debatia o Instituto de Alta Cultura.

Reynaldo aproveita a visita da rainha Isabel II para considerar a Inglaterra como modelo a seguir, uma vez que soube criar da própria desagregação do respectivo Império uma dinâmica que manteve o Reino na vanguarda científica e cultural.

No entanto, e ainda que se considerasse apolítico, como Presidente da Academia Nacional de Belas-Artes desempenha uma acção importante na organização de eventos que não deixavam de celebrar o regime, recebendo críticas certeiras.

Tendo sido apresentado a Mussolini, apenas disse dele – «Mas que grande actor!»

Requisitado para formular um parecer sobre a Proposta de Lei de Organização Hospitalar, Reynaldo apresentaria o seu documento em Janeiro de 1946, suscitando as suas vincadas críticas um aceso debate na Assembleia.

Respondendo a Reynaldo e desafiando-o, Vergílio Correia, professor da Universidade de Coimbra, escreve num artigo sobre Hodart, que «a precipitação desse amador em tornar conhecido que dera um passeio a Toledo de proposito para conhecer a obra de Odarte, e que nada descobrira, teve como consequencia pôr em relevo a relativa inocuidade do metodo de observação directa que puzera em práctica».

Para aquele, a ênfase deveria ser colocada no valor probatório da documentação; para Reynaldo, na sensibilidade aquando da interpretação directa das peças artísticas.

Deste modo, ao contrário da sua acçã nos domínios da investigação cirúrgica, Reynaldo dos Santos não deixaria uma verdadeira escola no campo da História da Arte.

Se com alguns autores procuravam manter uma certa cordialidade académica, já entre si degladiavam-se impiedosamente com monografias, artigos, investigações, documentos, citações, viagens, hipóteses e intuições, com uma linguagem frequentemente excessiva e violenta.

Mantém outras e variadas polémicas, com Adriano Gusmão e outros

O RECONHECIMENTO

Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Paris, Estrasburgo, Toulouse,Bahia e Alger.
Director da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Medalha de Ouro de Bons Serviços na Grande Guerra.
Distinguished Servicer Order (D.S.O.)
Medalha de ouro da Société Internationale de Urologie.
Medalha de Ouro (Violet Hart Fund), da Tulane University of Louisiana.
Medalha de prata do Instituto de Urologia do Hospital de la Santa Cruz y San Pablo (Barcelona).
Grande Prémio da Cultura Nacional.
Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra.
Comendador de número da Ordem Civil de Alfonso XII de Espanha.
Grã Cruz da Ordem Militar de Santiago de Espada.
Grande Oficial da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
Oficial da Legião de Honra
Commandeur da Legião de Honra.
Cavaleiro do Império Britânico (K.B.E.).
Gran Cruce do Mérito Civil de Espanha.
Presidente da Associação Portuguesa de Urologia.
Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa.
Presidente da 6.ª Secção da Junta Nacional de Educação
Presidente do Congresso Internacional de História de Arte.
Presidente do XV Congrès Internationale de Chirurgie.
Presidente do Congresso de Zurique de Chirurgie Vasculaire.
Presidente da Société Européenne de Chirurgie Vasculaire.
Presidente da Sociedade de Cirurgiões Cardio-Vasculares.
Presidente da Classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa.
Presidente da Academia das Ciências de Lisboa.
Presidente da Academia Nacional de Belas-Artes de Lisboa.
Académico de Honra da Academia Nacional de Medicina de Madrid.
Académico correspondente da Real Academia de Belas-Artes de S. Fernando.(Madrid).
Académico de Honra da Academia Hispano-Americana.
Académico Emérito do Instituto de Coimbra.
Académico Emérito da Academia Mondiale degli Artisti e Professionisti, de Roma.
Membro da Academia de Cadiz
Membro correspondente da Sociedade Belga de Urologia.
Sócio Honorário do Grupo dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga.
Membro Honorário da Academie Royal d’Archéologie de Belgique.
Membro Titular e Fundador da Academia Portuguesa de História.
Sócio Honorário da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Membro Honorário do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Urologia.
Membro Honorário da Sociedade de Urologia de Barcelona.
Membro correspondente da Associação Espanhola dos Escritores Médicos.
Membro correspondente de l’Academie Nationale de Medicine de France.
Membro de Honra do American College of Surgeons.
Membro de Honra da Royal Society of Medicine, de Londres
Membro honorário estrangeiro da Académie de Chirurgie de France.
Membro correspondente da Academia dos Lincei, de Roma.
Membro correspondente do Instituto de França.
Sócio Honorário do Instituto Vasco da Gama, de Goa.
Professor Honorário de História de Arte da Universidade da Bahia.
Vogal correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Membro Consultivo na Fundação Prémio Erasmo (Amsterdão).
Procurador à Câmara Corporativa, por inerência de funções.


IN "VIDAS LUSÓFONAS"
Um extraordinário trabalho de Carlos Vieira Reis

STA MARIA DA FEIRA
Distrito: AVEIRO









Santa Maria da Feira é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Aveiro e situada na Grande Área Metropolitana do Porto, região Norte e sub-região de Entre Douro e Vouga, com cerca de 11 040 habitantes.

É sede de um município com 213,45 km² de área e 147 406 habitantes (2008), subdividido em 31 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Vila Nova de Gaia e de Gondomar, a leste por Arouca, a sueste por Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, a sul e a oeste por Ovar e a oeste por Espinho. O município de Santa Maria da Feira inclui 3 três cidades (Fiães, Lourosa e Santa Maria da Feira) e diversas vilas (actualmente 13, entre as quais a destacar: Argoncilhe, Arrifana, Lobão, Mozelos, Nogueira da Regedoura, Paços de Brandão, Rio Meão, São João de Vêr, São Miguel do Souto, São Paio de Oleiros e Santa Maria de Lamas).

História

Santa Maria da Feira tem um passado antiquíssimo, fruto da sua localização em pleno território da outrora intitulada Terra de Santa Maria, uma vasta área que, para além do próprio concelho feirense, cobria os actuais concelhos de Albergariaa-Velha, Arouca, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Gondomar, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Ovar, São João da Madeira, Sever do Vouga, Vale de Cambra e Vila Nova de Gala.

A Terra de Santa Maria aparece pela primeira vez documentada como tal em 111 7, numa doação de D. Teresa a Coutinho de Osselva, tendo surgido já antes, em 977, sob a denominação arcaica de “Cvitas Sanctae Mariae”. Uma denominação relacionada com a conquista destas terras aos sarracenos, levada a cabo pelo Conde de Civitas Portucalenses D. Munio Viegas, seus filhos D. Egas e D. Garcia, os descendentes de D. Arnaldo de Bayão e os senhores de Eixo Ois e MameI, e sob o patrocínio de Nossa Senhora, acabando por ser baptizada em honra desta. As suas origens são, no entanto, muito anteriores, e remontam às origens da própria humanidade. Os vários monumentos funerários — vulgos mamoas — encontrados um pouco por toda a região, bem como os posteriores vestígios castrejos, atestam bem da antiguidade da ocupação destas terras, perdendo-se na era antes de Cristo, e prolongada depois ao longo do Império Romano, que por aqui deixou também marcas indeléveis e numerosas, como as vias que continuaram a ser utilizadas ao longo dos tempos, as pontes, entre outros sinais evidentes. O Castelo da Feira, como expoente máximo de uma monumentalidade medieval conservada até hoje e autêntico ex-libris de toda uma região, acompanhado por um conjunto religioso igualmente significativo, ilustra a riqueza histórica de Santa Maria da Feira, antes de chegar aos dias de hoje. O Castelo é, aliás, elemento central de toda a evolução histórica local.

O seu aspecto actual é, obviamente, apenas uma das muitas facetas adquiridas desde a sua origem, que se esfuma no recuar dos tempos, mas cuja lógica aponta para a época dos romanos, havendo mesmo quem o considere o verdadeiro berço da pátria. Seja como for, afirmava-se já como um dos mais importantes castelos na altura da reconquista, quando, por ocasião da antiga divisão administrativa dos conventos, se começou a evidenciar como um dos pólos fundamentais de desenvolvimento na região, juntamente com o Mosteiro de Cucujães e o Mosteiro de Arouca.

Por várias vezes reconstruído, viajando também um pouco ao sabor das próprias contingências de cada época, a sua história encontra-se intimamente ligada à da povoação que começou por se aglomerar em seu redor, e que provinha da antiga Lancóbriga, mais tarde denominada de Cicitas de Santa Maria. Um movimentado e cada vez mais concorrido mercado que aqui se desenvolvia, conhecido por Feira, acabou por lhe dar o nome definitivo.

A sua importância afirma-se de tal maneira, que depressa se torna capital de toda a Terra de Santa Maria, estatuto confirmado no foral concedido pelo Rei D. Manuel 1 à “Vila da Feira e Terra de Santa Maria”, a 10 de Fevereiro de 1514, referindo-se ele próprio à Feira como “cabeça da Terra de Santa Maria”. Da feira que despontava na Terra de Santa Maria nasce, assim, Santa Maria da Feira, cujo percurso ao longo da história é em parte o percurso do próprio castelo, seu símbolo-mor desde sempre. Atingido, então, o clímax, o castelo começa lentamente a perder importância, readquirindo apenas mais tarde o seu estatuto e a sua dignidade, muito por “culpa” dos seus próprios conterrâneos.

E, assim, um castelo que vai ficando à margem do processo de expansão cristã para sul, passando a funcionar principalmente como residência senhorial — privilegiada, é certo —, e não tanto como palco de combate. A sua degradação atinge o auge por voltas do século XV, levando a uma reconstrução completa, responsável pela sua “cara” actual. Mas a curva descendente continua, e mais se agrava com a decisão de D. Pedro II em incorporá-lo na Casa do Infantado, que vê os seus bens leiloados, em 1837, e o castelo a ficar completamente isolado e abandonado. Foi então que intervieram os próprios feirenses, fundando a “Comissão de Vigilância e Conservação do Castelo da Feira”, em 1905, e contribuindo mesmo individualmente, tudo em prol da sua pérola mais valiosa.

Cultura

Santa Maria da Feira afirma-se no panorama cultural nacional à custa de uma vasta e diversificada programação que vai desde a programação de espaços como o Cine Teatro António Lamoso e o Europarque, até aos eventos de rua, que levam muitos a consideram a Feira como a capital nacional das Artes de Rua. Para reforçar esta componente, prepara-se a instalação do Centro de Artes de Rua 7 Sóis 7 Luas nas antigas instalações do Matadouro Municipal.
Ao longo de todo o ano, vários eventos levam mais longe o nome da cidade e da região:

Património

Designações↓ Categoria↓ Tipologia↓ Freguesia↓ Grau↓ Ano↓
[2] Castelo da Feira ou Castelo de Santa Maria da Feira ou Castelo de Santa Maria Arquitectura militar Castelo Feira MN 1910
[3] Casa da Torre ou Quinta da Torre Arquitectura civil Casa São João de Vêr IIP 1977
 Troço da estrada real Lisboa - Porto em Airas Arquitectura civil Estrada São João de Vêr IIP 1992
 Edifícios da Mala-Posta de Sanfins ou Edifícios da Mala-Posta de São Jorge ou Antiga muda de Souto Redondo Arquitectura civil Edifício Sanfins IIP 1974
Mamoa da Quinta da Laje Arqueologia Mamoa Pigeiros IIP 1997
Castro de Fiães Arqueologia Castro Fiães VC-IIP
 Castro de Romariz Arqueologia Castro Romariz IIP 1945
 Casa da Quinta do Engenho Novo ou Parque Municipal Arquitectura civil Quinta Paços de Brandão IIP 1971
 Casa da Portela Arquitectura civil Casa Paços de Brandão IIP 1982
 Troço da via antiga de Mosteiró Arquitectura civil Via Mosteiró IIP 1992
 Conjunto - Igreja da Misericórdia de Santa Maria da Feira e dependências anexas, escadarias e chafariz Arquitectura mista Conjunto Feira VC 1995
Conjunto do Convento dos Lóios incluindo a Igreja e a escadaria monumental Arquitectura religiosa Convento Feira VC
 Mercado Municipal de Santa Maria da Feira Arquitectura civil Mercado Feira VC 2004
 Capela de Santo Estevão da Arrifana Arquitectura religiosa Capela Arrifana IIM
 Quinta do Seixal Arquitectura civil


TURISMO

Museu Convento dos Lóios


O Museu Convento dos Lóios é um espaço dedicado à História do concelho de Santa Maria da Feira e da região. Reabriu as portas ao público a 26 de Junho de 2009, depois de profundas obras de remodelação e adaptação a museu municipal. Tem como missão a salvaguarda, valorização e divulgação de testemunhos e memórias do passado como herança histórica e cultural, legados a gerações futuras.





Museu do Papel Terras de Santa Maria


Instalado num antigo engenho papeleiro fundado em 1822, a sua grande marca identificadora reside no facto de ser um museu manufactureiro e industrial em actividade, integrando um espaço de produção manual de papel – antigo Engenho da Lourença – e um espaço industrial – Casa da Máquina – onde se mostra o processo de fabrico em contínuo.

Termas de S. Jorge


Na Vila de Caldas de S. Jorge, a 25 km do Porto, encontrará um refúgio para recuperar o seu equilíbrio físico e psicológico, face às tensões da vida moderna.
As Termas de S. Jorge estão vocacionadas para tratamentos de patologias músculo-esqueléticas, vias respiratórias e pele, associando os benefícios da hidroterapia a um espaço que convida ao repouso e ao equilíbrio global.
Numa filosofia de prevenção e promoção da saúde, as Termas de S. Jorge oferecem uma gama de tratamentos vocacionados para o bem-estar físico e psicológico.
Apresentar uma oferta termal integrada, num ambiente acolhedor e com o profissionalismo de técnicos qualificados, é a missão das Termas de S. Jorge.


O castelo medieval


Antecedentes

Embora a primitiva ocupação humana do seu sítio remonte à pré-história, adquiriu maior relevância quando os Lusitanos aqui ergueram um templo em honra da divindade Bandeve-Lugo Tueræus. Após a Invasão romana da Península Ibérica, por aqui passava a estrada que unia Olissipo (Lisboa) a Bracara AugustaBraga), conforme os testemunhos arqueológicos que remetem esta ocupação ao período do Baixo-Império.

 À época da Reconquista cristã da península, este centro religioso pagão tendo sido transformado em um centro Mariano, desenvolveu-se aqui uma feira regional, cuja elevada expressão daria nome ao local (Feira de Santa Maria). 

A primeira referência documental à sua fortificação consta no manuscrito "Chronica Gothorum" (anônimo, fins do século XII), que noticia a vitória de Bermudo III de Leão (1028-1037) sobre um chefe Mouro em terras do Castelo de Santa Maria1045). Será deste período a construção da parte inferior da Torre de Menagem com funções de alcáçova, protegida por uma cerca amuralhada, da qual restam apenas os vestígios.


IN "WIKIPÉDIA"
IN "SITE DA CÂMARA MUNICIPAL

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