12/11/2011

 YORKSHIRE TERRIER







Classificação F.C.I.:
Grupo 3 - Terriers Seção 4 - Terriers de Companhia
Padrão FCI no - 86 - 19 de maio de 2009.
País de origem: Grã-Bretanha
Nome no país de origem: Yorkshire Terrier
Utilização: Companhia, sem prova de trabalho

ORIGEM E EVOLUÇÃO
O surgimento desta raça está atrelado a fatos históricos ocorridos na Grã-Bretanha, mais precisamente na Escócia, antes de seu reconhecimento oficial. Ao fim do século XI, servos e trabalhadores adquiriram a permissão de criarem cães, porém seu tamanho não deveria ultrapassar o de um aro metálico de sete polegadas de diâmetro, o que acredita-se ter sido possível fator para o início dos cruzamentos artificias que deram origem às raças posteriormente chamadas de terriers. Nessa época o cão que passasse sem problemas por este aro era considerado pequeno o suficiente para não caçar, já que a classe servil à qual pertenciam seus donos não tinha o direito à caça de subsistência.

Até o século XVIII a maioria dos britânicos trabalhava na agricultura mas, com o advento da revolução industrial, houve grandes mudanças na vida familiar e muitos, ao lado de seus cães, deixaram o campo para se transferirem ao Condado de Yorkshire, onde cresceram pequenas comunidades ao redor das minas de carvão, dos moinhos têxteis, e das indústrias de lã.[1] Mais diretamente ligado ao surgimento dos yorkshires, dita uma raça relativamente recente, estão os cruzamentos entre vários cães de pequeno porte já conhecidos desde então, que se aglomeraram junto a seus donos nas proximidades destes centros de trabalho. De todas as teorias sabidas a mais aceita fala de cruzamentos naturais entre black and tan, skye terrier, dandie dinmont e até mesmo maltês, todas tradicionalmente conhecidas como caçadoras em tocas, e que estavam presentes nas regiões de Manchester e Leeds, ocupadas pelo novo cenário que surgia de crescimento urbano.
Nessas comunidades, com destaque para a composta pelos operários de West Riding, estes cães passaram a ser vistos não apenas como animais de companhia em casa e nas minas de carvão, mas como úteis rateiros na caça aos roedores que se escondiam por baixo dos terrenos das casas, e nas competições de bar, nas quais estes caninos disputavam o posto de maior matador de ratos em apostas para posteriormente serem vendidos como valiosas peças.
Bem sucedido como companheiro e caçador, chamou a atenção de criadores que, entusiasmados, iniciaram um novo processo seletivo na busca de um melhoramento do padrão e das características de beleza e como rateiro. Estes processos iniciais, acredita-se, foram os que geraram o primeiro cão projetado e produzido com sucesso, cujo comportamento deveria ser corajoso, o tamanho diminuto e a aparência bela.
Fisicamente estes cães acabaram por pesar entre 5 e 7 kg e tinham o pelo macio e rajado, como ainda pode ser visto na raça moderna.
A criação da específica raça é creditada ao cavalheiro inglês Peter Eden, um notável criador da época e respeitado juíz de competições oficiais. De sua posse faziam parte exemplares de palagem longa e acetinada azul e fulva, bem como o ancestral de um dos mais conhecidos yorkshires de exposição da época, além de ter-lhe sido atribuído o primeiro registro de um yorkshire no Livro de Criação, sob o nome "terrier escocês de pêlo curto e yorkshire".
No século seguinte ao início do êxodo para as cidades, por volta do ano de 1861, o yorkshire foi apresentado pela primeira vez à nação inglesa em Birmingham, quando desfilou como variedade especial de uma outra raça. Alguns anos mais tarde apareceu em sua primeira exposição canina, foi reconhecido como raça pelo American Kennel Club, e inserido no Britsh Kennel Club sob o nome de yorkshire terrier, cujo primeiro padrão previa dois grupos distintos: um para os exemplares de até 2,3 kg, preferidos para companhia, e outro para os de até 6 kg, prediletos para a caça aos roedores. Em 1898 foi criado o primeiro clube dedicado restritamente à raça.

Ao fim da Era vitoriana a raça atingiu ascensão social por ter sido escolhido pela rainha Vitória como seu cão de estimação, passando então a figurar como companhia das senhoras aristocratas e da alta burguesia, que ornamentavam seus animais de acordo com o modelo da roupa que usavam no dia. A partir de então o ora caçador eficiente tornou-se em definitivo um cão de companhia de luxo, como se vê modernamente ao lado de celebridades. Foi devido ao seu diminuto tamanho - ele é o menor de todos os terriers[6] - e aparente fragilidade, que o yorkshire, quase sempre chamado apenas de york, manteve sua popularidade no mundo, sendo frequentemente escolhido por pessoas que moram em casas pequenas ou apartamentos para serem suas companhias. Graças a sua personalidade, entretanto, também é animal preferido por donos que ocupam grandes mansões, não se limitando então aos que possuem reduzidos espaços.
O yorkshire terrier, como conhecido nos dias mais próximos, difundiu-se por todo o mundo. Em 1932 apenas trezentos foram registrados no Kennel Clube Britânico, ao passo que em 1957 este número subiu para 2 313 e, em 1970, chegou a ser a raça mais popular da Inglaterra. Na década de 1990 atingiu o ápice de exemplares em lares, ao atingir os 25 665. Contudo este número reduziu-se próximo da metade em apenas quatro anos.
No ano de 2009 foi eleita uma das dez raças mais populares do mundo em pesquisa que ressaltava seu temperamento corajoso, seu companheirismo e o seu tamanho, próprios para companhia sem restrição de idade.

OS YORKSHIRES NA CULTURA HUMANA
Os yorkshires são presença constante na cultura humana desde que surgiram como caçadores em miniatura na Europa. Úteis, foram usados como rateiros nas sujas vilas britânicas que nasciam ao redor das grandes fábricas. Ao notar sua eficiência enquanto trabalhador, o homem passou a usa-lo em competições de rateiros em bares da região de Yorkshire: quanto maior o número de ratos apanhados, maior era o valor do vencedor. Atrelado a este valor estava também a busca por cães menores, mais ágeis, belos e versáteis, sempre com o foco no lucro. Quando por volta de 1859 surgiram as primeiras exposições, os pequenos cães já eram os favoritos na Inglaterra, sendo então acasalados entre si, para gerarem exemplares ainda menores e puros.
Após os esforços de aperfeiçoa-los, os yorkshires começaram a conquistar inúmeros títulos e prêmios ao redor do mundo em pistas de glamour e exposições de raças. Do maior campeão da raça e um dos primeiros a se destacar permaneceram seus trinta filhotes, cujo padrão é bastante semelhante ao estabelecido pela FCI, e cujo neto conquistou o primeiro título norte-americano em exposições
Bem como ocorrido com inúmeras raças, a yorkie teve sua criação prejudicada durante a Segunda Guerra Mundial, quando praticamente parou de ser desenvolvida após se tornar popular na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. No entanto, sem sofrer com inúmeras baixas ou com o perigo da extinção, sua criação foi retomada com o fim da guerra, em 1945. 
Famoso, tornou-se o cão ideal de muitos lares, seja por sua beleza, seja por sua personalidade. Por vezes considerado uma raça da moda, pode ser facilmente visto na companhia de celebridades como Xuxa, Gisele Bündchen e Brett Favre.

Entre os yorkshires que se destacaram na sociedade humana, pode-se citar Smoky, que serviu na Segunda Guerra Mundial. Encontrada em 1944 por um soldado americano na Nova Guiné, pensou-se que ela pertencia aos japoneses. Como a cadela não entendeu nenhum dos comandos na língua oriental, bem como na língua inglesa, foi vendida ao Cabo William A. Wynne, acompanhando-o em campo de batalha, acondicionada em sua mochila durante as patrulhas aéreas. Tendo aprendido truques, Smoky passou a entreter as tropas durante as viagens da Austrália à Coreia. Com o fim da guerra, mudou-se para os Estados Unidos com seu dono, onde teve sua história contada em um jornal e onde acabou por tornar-se famosa. Por dez anos Smoky viajou por todo o país fazendo apresentações e aparecendo em programas de TV. Faleceu em 21 de fevereiro de 1957, aos aproximados quatorze anos. Em 11 de novembro de 2005, Dia do Veterano, foi inaugurado um monumento no Cleveland Metroparks, na Reserva de Rocky River, em Ohio, em sua homenagem. A escultura mostra a cadela sentada dentro de um capacete de guerra. Em Cleverland existe ainda um memorial, no qual vê-se sua foto e lê-se a seguinte passagem: O menor soldado da Segunda Guerra Mundial e o mais famoso cão de guerra.

Outro destacado yorkshire foi Blairsville Royal Seal, também conhecido por "Tosha", apelido ganho de seus admiradores. Criado por seu proprietário Sr. Brian Lister e sua esposa, Rita, foi considerado o "rei entre os cães". Tosha ficou conhecido por sua presença, sentida até mesmo por um novato. Seal foi um dos mais famosos cães de pista de todos os tempos e, durante sua carreira de exposições, conquistou 50 CCs, sob os olhos de 50 juízes diferentes; foi best in show por 12 vezes, e por 16 vezes reserva de best in show; conquistou 33 prêmios de Melhor de Grupo; e foi ainda o Top Dog de todas as raças durante dois anos consecutivos, tornando-se assim o antepassado de muitos campeões, caracterizando, ainda hoje, um diferencial nos pedigrees de alguns yorkshires atuais. Morreu aos quinze anos de idade, em 1988, mesmo ano em que seu recorde de CCs fora quebrado por Osman Sameja, que encerrou a carreira com 52, embora admita-se hoje que alguns resultados foram duplicados.

Algo bom ou ruim para seu desenvolvimento como raça, outros três yorkshires ficaram famosos após figurarem, em 2005, no Livro dos Recordes como os menores cães vivos do mundo: Pequeno Pinóquio e Whitney foram marcados com, respectivamente, 10,3 cm no comprimento e 7,6 cm na cernelha. No entanto, como de fato o menor cão do mundo em ambas as medidas, esteve o yorkshire do britânico Arthur Marples, que adulto mediu 9,5 cm no comprimento e 7,11 cm na cernelha. No cinema figurou ao lado de Audrey Hepburn em Funny Face; Na tv, esteve ao lado de Carmen Electra no programa Til Death Do Us Part: Carmen and Dave; E na literatura, foi Yorky em Fred Basset de Alex Graham.

APARÊNCIA GERAL: de pelagem longa; o pelo cai perfeitamente reto, repartido por uma linha que se estende da trufa à extremidade da cauda, de maneira igual para cada lado. Muito compacto e de contorno definido, porte imponente (empinado), o
que lhe confere um ar importante. O conjunto de suas formas revela vigor e um corpo bem proporcionado.

COMPORTAMENTO/TEMPERAMENTO:.alerta,,inteligente terrier de companhia. Cheio de vivacidade e disposição.
A inteligência canina é campo ainda sob estudos. Contudo, uma das listas mais conhecidas foi a elaborada pelo veterinário e neuropsicólogo, Stanley Coren, na qual divide a inteligência dos cães em três: adaptativa (capacidade de resolver problemas), instintiva (comportamento ditado geneticamente) e de obediência (capacidade de obedecer a comandos). Nesta listagem, o yorkshire terrier ocupa a 27ª posição, ao lado do chesapeake bay retriever e do puli, sendo classificado o mais inteligente entre os terriers, duas colocações a frente do segundo representante deste grupo, o airedale terrier, bem como qualificado como um cão de trabalho acima da média.

Sua personalidade, apesar do tamanho reduzido, é em geral vista como aventureira. É ainda classificado como um pequeno animal cheio de energia, bravo, leal e esperto. Ainda sob aspectos gerais, é um canino de temperamento descrito como carinhoso e afável, características primordiais para o sucesso como cão de companhia em lares ao redor do mundo. Por seu tamanho, é capaz de conviver com crianças, embora não aprecie o convívio com outros cães, já que é um animal territorial. Tal adjetivo o torna um bom cão de guarda, sempre alerta e atento, apto a dar sinal ao menor dos ruídos. Esta qualidade é também vista como um defeito, já que o alarme é dado através de latidos constantes. Qualificado como ativo, é ainda independente, já que não tem como preferência ficar no colo de seu dono, embora não goste de passar muito tempo sozinho. De acordo com classificação geral de adestramento canino, o yorkie é um animal que apresenta desafio de obediência moderado a donos inexperientes.

Presente nos lares desde a Revolução Industrial, é um cão bastante popular ainda nos dias de hoje, sendo considerado o cão de raça miniatura mais popular do mundo. No Brasil é desde 2001 a raça número um; Em 2007, figurou como a terceira raça mais popular em Portugal; E, em 2009, foi eleita a terceira raça mais popular em todo o mundo embora, três anos antes, também tenha sido o primeiro colocado em lares da Espanha.

Versáteis e facilmente adaptáveis, estes são animais criados para viverem dentro de um apartamento ou em uma fazenda. No entanto, requerem cuidados não importando onde seus donos desejem morar. Até os seis meses de vida ou até que seja vacinado, é indicado que o yorkie permaneça dentro de casa, a fim de evitar doenças e o próprio ambiente externo em si, no qual poderá cavar, rastejar e fuçar. Como animal ativo, necessita ainda de exercícios diários, não apenas para desenvolver sua musculatura e suas habilidades instintivas, mas também para manter-se calmo e obediente, o que evita o estresse e, consequentemente a depressão.[56]

CABEÇA
REGIÃO CRANIANA
Crânio: mais para pequeno e plano, não muito proeminente ou arredondado.
REGIÃO FACIAL
Trufa: preta.
Focinho: não muito longo.
Maxilares/Dentes: perfeita, regular e completa mordedura em tesoura. Os dentes são bem colocados em maxilares de igual comprimento.
Olhos: de tamanho médio, escuros, brilhantes, com expressão inteligente e de inserção frontal. Não proeminentes. Bordas palpebrais escuras.
Orelhas: pequenas, em forma de “V”, portadas eretas, sem serem muito afastadas, revestidas de pelagem curta, de cor fulvo saturado e intenso.

PESCOÇO: de bom comprimento.
TRONCO: compacto.
Dorso: nivelado.
Lombo: bem firme.
Costelas: moderadamente arqueadas.

CAUDA: anteriormente era costume ter a cauda cortada.
Cortada: de comprimento médio, com muito pelo; de cor azul mais escuro que o restante do corpo, especialmente na extremidade da cauda. Portada um pouco mais alta que o nível do dorso.
Não Cortada: com bastante pelo, de coloração azul mais escuro que o restante do corpo, especialmente no final da cauda. Portada um pouco mais alta que o nível do dorso. Tão reta quanto possível. O comprimento deve dar ao cão uma aparência balanceada.

MEMBROS
Anteriores: pernas retas, bem revestidas de pelagem castanho dourado intenso, levemente mais claro nas pontas que nas raízes, não ultrapassando acima do nível dos cotovelos.
Ombros: bem inclinados.
Posteriores: vistos por trás, membros perfeitamente retos. O joelho é moderadamente angulado. Bem revestidos de pelagem castanho dourado intenso, cujas pontas são alguns tons mais claros que as raízes, não ultrapassando acima do nível dos joelhos.
PATAS: redondas; unhas pretas.

MOVIMENTAÇÃO: livre, com boa propulsão. Anteriores e posteriores trabalham corretamente direcionados para a frente, mantendo a linha superior nivelada.

PELAGEM
Pelo: no tronco, o pelo é moderadamente comprido, perfeitamente reto (sem ondulações), brilhante; de textura fina e sedosa, nunca lanosa. Na cabeça, é longo, de cor castanho dourado intenso, e de cor mais saturada nas faces, na base das orelhas e no focinho, onde o pelo é bem longo. A cor castanho da cabeça não deve alcançar o pescoço, bem como não pode haver mescla de pelos escuros ou
encarvoados na cor castanho em qualquer parte do corpo.
COR: azul aço escuro (não azul prateado), estendendo-se do occipital à raiz da cauda, jamais mesclados de pelos fulvos, bronze ou escuros. No peito, a pelagem é de um castanho intenso e brilhante. Todos os pelos de cor castanho são mais escuros na raiz que no meio, ficando ainda mais claros nas pontas.

PESO: até 3,1 quilos.

NOTAS:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal.

IN:
" Confederação Brasileira de Cinofilia" 
WIKIPÉDIA

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