06/11/2011

38 - ILUSTRES PORTUGUESES DE SEMPRE »»» zé do telhado



Zé do Telhado, alcunha de José Teixeira da Silva, nasceu a 22 de Junho de 1818 no lugar do Telhado, pertencente à aldeia de Castelões de Recesinhos, na comarca de Penafiel, e daí a razão de ser conhecido assim[1].

Foi um militar famoso salteador, do século XIX, em Portugal, e era chefe da quadrilha mais famosa do Marão.

É conhecido por "roubar aos ricos para dar aos pobres" e por isso muitos consideram-no como o Robin dos Bosques português.

Diz-se que era filho de um capitão de ladrões e no seio de uma família onde extorquir o alheio era actividade de raízes fundadas, mas, o que parece ser verdade é que aos 14 anos era rapaz habituado ao "campo" foi viver com um seu tio, no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, para aprender com ele o ofício de castrador e tratador de animais[2]. No dia 3 de Fevereiro de 1845 casou-se com a sua prima Anna Lentina de Campos e da qual teve cinco filhos.

Houve muito de "político" na sua imagem pública

O grande número de assaltos, em todo o norte de Portugal, entre 1842 e 1859, foi num período muito conturbado pois foi coincidente com o pedido de maior resistência de D. Miguel, no exílio com seu governo, aos seus partidários "miguelistas" que tentaram formaram grupos de guerrilha em todo o país. Tal como existia toda uma ala mais liberal mais conservadora que estava descontente e da qual ele fez parte. Só assim se explica nomeadamente haverem alguns padres no seio do seu bando.

Tinha vasta experiência militar começada no quartel de Cavalaria 2, os “Lanceiros da Rainha” que toma parte contra o partido dos setembristas e pela restauração da “Carta Constitucional”, no mês de Julho de 1837. Aí derrotado vê-se em Espanha fugido.

Ao regressar grassava no país uma revolta larvar contra o governo anti-clerical de Costa Cabral e quando estala a “Revolução da Maria da Fonte”, a 23 de Março de 1846, vê-se envolvido como um dos líder da insurreição. Coloca-se às ordens o General Sá da Bandeira que também tinha aderido. 

Assume o posto de sargento e distingue-se de tal forma na bravura e qualidades militares, na expedição a Valpaços, que recebe a Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal.

O pior é que o seu «partido» entra em «desgraça», amontoa dívidas de impostos que não consegue pagar e é expulso das Forças Armadas.

Já como "Zé do Telhado", chefe bandoleiro mais conhecido do país, foi apanhado pelas autoridades em 31 de Março de 1859 quando tentava fugir para o Brasil, e preso na Cadeia da Relação, onde conhece Camilo Castelo Branco.

Hoje sabe-se que seu julgamento teve muito de farsa.

Em 9 de Dezembro de 1859 foi condenado ao degredo na pena de trabalhos públicos por toda a vida na costa África ocidental ultramarina. Foi-lhe comutada a pena aplicada na de 15 anos de degredo desde 28 de Setembro de 1863[3]. Viveu em Malanje, fez-se negociante de borracha, cera e marfim.

Casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve mais três filhos.
Morreu de varíola no ano de 1875 (57 anos) em Angola.

WIKIPÉDIA 

NR: Incluímos este português nesta rubrica por o sentirmos muito próximo do cidadão justiceiro que agora bem precisamos.

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