28/10/2011



HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"


Certificados de Aforro 
vão render mais em Novembro
Ainda assim, o retorno destes instrumentos continua
a ser menos rentável face aos novos depósitos.

É a primeira vez desde Agosto que a taxa de remuneração dos Certificados de Aforro vai aumentar. Quem subscrever estes instrumentos de poupança durante o próximo mês de Novembro pode contar com uma taxa bruta anual, para os seguintes três meses, de 1,58%. É o valor mais elevado desde Agosto. Esta subida de retorno é reflexo do aumento das taxas Euribor a três meses, utilizada para o cálculo dos juros deste produto do Estado. A subida das Euribor acontece numa altura em que a desconfiança no sector financeiro tende a aumentar, com os bancos a evitar emprestar dinheiro entre si.

Ainda assim, o retorno de 1,58% fica bastante abaixo dos 4% de taxa média que está a ser praticada pelos bancos nos novos depósitos a prazo, de acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a Agosto. Não é, portanto, difícil de perceber a contínua fuga de dinheiro que continua a atingir estes instrumentos de poupança do Estado. O baixo retorno faz com que desde o início do ano já tenham sido retirados mais de três mil milhões de euros dos CA. O Governo estima que o saldo, em 2011, seja negativo em mais de quatro mil milhões.[CORTE_EDIMPRESSA]

Será, de longe, o pior ano de sempre. Em 2010, a fuga atingiu os 1,4 mil milhões de euros. Recorde-se que, em Setembro, por altura da primeira revisão do memorando de entendimento, a ‘troika' referia que o ministério liderado por Vítor Gaspar estaria a estudar soluções para reter as poupanças dos portugueses. Medidas que, no entanto, não constam do Orçamento do Estado (OE) para 2012.

Pelo contrário, o Governo continua a assumir perdas com este instrumento de poupança. Além do valor que ainda estima perder este ano, o Executivo projecta perdas líquidas de mais 1,5 mil milhões em 2012. Para se ter uma ideia da dimensão destes números, o peso desde instrumento de poupança no financiamento do Estado passa de 10,2% em 2010 para 6,6% em 2011. Em 2007 pesava 16%.

Uma fuga que é muito pouco mitigada pelos Certificados do Tesouro (CT), instrumentos lançados em 2010, e que este ano deverão contribuir com 742 milhões de euros líquidos para os cofres do Estado. Para 2012, o Executivo estima um encaixe líquido de 600 milhões de euros com este produto.

Também ontem ficou conhecido que em Novembro a taxa de retorno para novas subscrições de Certificados do Tesouro fica inalterada nos prazos a cinco e a dez anos, e irá registar uma subida ligeira para as linhas de curto prazo, passando de 2,05% para 2,10%. Assim, para os CT a cinco anos a taxa bruta anual continua a ser de 6,10% enquanto para as aplicações a dez anos o retorno continuará a ser de 7,8%.

E enquanto os resgates líquidos dos Certificados de Aforro estão muito além do estimado no Orçamento do Estado para 2011, que esperava perdas de 500 milhões de euros, as subscrições líquidas dos certificados do Tesouro ficam aquém do inscrito no documento. O Governo esperava um saldo positivo de 993 milhões de euros, mas até à data amealhou apenas 580 milhões de euros. Em Agosto foram emitidos 70 milhões de euros, mas resgatados 45 milhões.


* Eram a verdadeira poupança dos mais frágeis, mas foram alvo de uma "teixarada" e ainda não foi dada nenhuma "passada" para os recuperar.

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