06/09/2011



HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"


Malparado sem fim à vista
Numa altura em que os bancos emprestam 
menos dinheiro, famílias e empresas aumentam 
o valor das dívidas à banca

O crédito considerado de cobrança duvidosa aumentou em julho, com o malparado a subir 3,9 por cento entre as empresas e 1,4 por cento no caso dos particulares. Segundos os dados do Banco de Portugal, ontem divulgados, este é o nível de incumprimento mais elevado desde Maio de 1998.
Ao contrário do que aconteceu em junho, quando as cobranças duvidosas das empresas recuaram para 5,78 mil milhões de euros, em julho este valor subiu para 6 mil milhões de euros, o mais alto desde novembro de 2010.
O mesmo aconteceu com as famílias, com os bancos a terem mais dificuldade em recuperar o dinheiro emprestado, sobretudo no crédito à habitação, onde o malparado passou de 1,99 para 2,02 mil milhões de euros (mais 1,6 por cento). No total, os bancos têm um total de 4,38 mil milhões de euros de crédito malparado das famílias, o equivalente a 3,10% do total dos financiamentos. No crédito à habitação, o incumprimento subiu para 1,77%, sendo este o valor mais alto desde Novembro de 2009. Para os particulares, o segmento onde o malparado é mais alto é no consumo, onde o incumprimento aumentou para 8,90%, o nível mais elevado desde que há registo, em Dezembro de 1997.
Empréstimos dos bancos em queda

A banca portuguesa, por outro lado, está a cortar a fundo no financiamento às empresas e às famílias. Em Julho, foram concedidos menos 1,7 mil milhões de euros em novos empréstimos do que há um ano. Segundo os dados do BdP, os novos empréstimos dos bancos portugueses atingiu, em julho, os 864 milhões de euros, o valor mais baixo desde que há registo dos dados, ou seja, desde 2003. Segundo o banco central luso, esta quebra reflecte não só as maiores restrições à concessão de crédito por parte dos bancos, mas também uma menor procura por parte dos portugueses.
Os novos empréstimos a particulares estão 48,4 por cento abaixo do nível de há um ano: são menos 810 milhões de euros à disposição das famílias. A quebra é particularmente forte no caso do crédito à habitação, onde o volume de novos empréstimos diminuiu em julho em 62 por cento face ao mesmo mês de 2010.
Nas empresas, o financiamento dos bancos caiu 907 milhões de euros em termos homólogos, o que equivale a uma quebra de 18,5 por cento.
O financiamento da banca nacional junto do Banco Central Europeu (BCE) aumentou em agosto pelo segundo mês consecutivo, atingindo 46.019 milhões de euros.


* Ele é o mal parado, ele é o mal parido...

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