05/09/2011



HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Ordem dos Médicos defende imposto sobre ‘fast-food’
A Ordem dos Médicos defendeu esta segunda-feira a criação de um imposto sobre a 'fast food' e outros alimentos prejudiciais à saúde, avisando que não são possíveis mais cortes no sector sem pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde (SNS)


Para contrariar novos cortes na saúde

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, que falava esta segunda-feira, durante a cerimónia de assinatura de um protocolo de cooperação entre a Direcção-Geral da Saúde e a OM, reconheceu a necessidade de poupar e afirmou-se disponível para colaborar nessa poupança, para ser parte activa da solução e para apontar novos caminhos inovadores, sugerindo por isso a criação de "novos impostos selectivos".

"A crise é uma oportunidade para a criação de novos impostos selectivos que contribuam para melhorar a saúde dos portugueses e evitar que consumam medicamentos", defendeu.

Tal seria o caso de impostos sobre a 'fast food' e outros "alimentos não saudáveis, como o sal, os hambúrgueres, os venenosos pacotes de batatas fritas e as embalagens de dezenas de variedades de lixo alimentar", defendeu.

Consciente de que o "lobby da indústria agro-alimentar se oporá ferozmente" a esta medida, José Manuel Silva insiste que "o imposto selectivo sobre lixo alimentar contribuirá para financiar o SNS e melhorar a saúde dos portugueses".

Ainda no que respeita a poupanças, e desviando mais uma vez o foco dos cortes na saúde, o bastonário deixou um recado ao Governo quando lembrou que o "fundamental" para o país é "alterar a cultura de governação". "Qual foi a verdadeira doença que conduziu o país à bancarrota? A fraude, a corrupção, o enriquecimento ilícito, o nepotismo, a injustiça fiscal, a ausência de um Estado de Direito com um sistema judicial eficaz, a inimputabilidade dos dirigentes políticos e o peso da máquina do Estado", afirmou.

Por isso, considera que não basta cortar em alguns sectores da despesa pública, mas que é "primordial e obrigatório que a faustosa máquina do Estado faça dieta e seja reestruturada".

No final, exigiu a extensão aos políticos do mesmo nível da responsabilidade médica, considerando que, se um médico é penalizado quando erra, "um político tem que ser responsabilizado e julgado quando leva o país à bancarrota ou quando faz adjudicações directas de contractos de milhões de euros sem concurso público".

Na mesma cerimónia, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, não respondeu a este desatendo meao da criação de novos impostos selectivos, tendo mesmo iniciado a sua intervenção afirmando que os discursos são normalmente "momentos de declarações politicamente corretas". 

* O imposto sobre o "fast-food" é bem pensado, ficamos admirados com a ideia tardia de um dos líderes de uma das maiores corporações existentes em Portugal. Se não nos enganarmos aquele tipo de comida terá quase vinte anos no país. Mas para além do lixo alimentar que nomeou poderia ter-se lembrado do leite cheio de medicamentos veterinários que pululam nos supermercados, da horticultura e fruticultura cheia de hormonas para crescimento rápido, etc. Porque é que a Ordem dos Médicos não publica uma brochura com uma lista exaustiva dos alimentos que são verdadeiro lixo, para conhecimento da população? Já que o Estado não se compromete com esta acção pedagógica, que o faça uma instituição digna de todo o  crédito cientifico.


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