19/07/2011


HOJE NO "i"

Banqueiros recusam os 12 mil milhões da troika. 
Ajuda a Portugal fica mais barata
Custos de reputação e interferência do Estado na 
gestão dos bancos são os principais motivos 
para a rejeição da ajuda estatal

"Os bancos vão resistir a ser ajudados pelo Estado." É desta forma que os banqueiros das principais instituições financeiras portuguesas resumem a rejeição do pacote de 12 mil milhões de euros destinados pela troika à recapitalização do sector. O custo na reputação das instituições e a destruição de valor causada pela interferência do Estado na gestão das instituições são os principais motivos de recusa.
A confirmar-se que os bancos conseguem reforçar os seus rácios de capital sem recorrer à ajuda do FMI, o empréstimo a Portugal ficará mais barato, uma vez que o Estado só pagará juros sobre os restantes 66 mil milhões de euros do resgate.
No âmbito do pacote de ajuda externa foi determinado que os bancos devem atingir um rácio core tier I de 9% no final de 2011 e de 10% em Dezembro de 2012. No caso de o sector não ser capaz de atingir atempadamente estas metas, poderá ser necessário um financiamento público - de forma temporária - para garantir o reforço dos rácios de capital. O controlo da gestão dos bancos continuaria numa primeira fase nas mãos dos accionistas privados, permitindo- -lhes mais tarde recomprar a posição ao Estado. A destruição de valor para os accionistas afasta a banca deste pacote.
Os banqueiros chegam mesmo a questionar a "aparente contradição" entre a promoção de privatizações de empresas públicas (TAP, ANA, RTP, entre outras) e o simultâneo "empurrão" dado à banca para que seja intervencionada com capital público.

* Têm cartas na manga....


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