26/06/2011

OLIVEIRA DE AZEMEIS

DISTRITO DE AVEIRO









Oliveira de Azeméis é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Aveiro, situada na Grande Área Metropolitana do Porto, região Norte e NUTIII de Entre Douro e Vouga, a cerca de 208 metros de altitude e com cerca de 15 300 habitantes (2001). A cidade estende-se pelas freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago de Riba-Ul, São Roque, Ul e Macinhata da Seixa, embora as três últimas em pequena percentagem.


É sede de um município com 163,41 km² de área e 71 210 habitantes (2008), subdividido em 19 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Arouca, a leste por Vale de Cambra e Sever do Vouga, a sul por Albergaria-a-Velha, a oeste por Estarreja e Ovar e a noroeste por Santa Maria da Feira e São João da Madeira.

WIKIPÉDIA

História

A primeira referência documental a Oliveira de Azeméis data de 922, e trata-se de uma doação feita pelo rei Ordonho a um Bispo do Mosteiro de Crestuma. Dessa época existem hoje vestígios de ocupações proto-históricas e romanas.


Até ao séc. VII, o que marca Oliveira de Azeméis é o cruzamento de rotas tradicionais para o interior e para o litoral, para o norte e para o sul, bem como o facto de ser ponte de ligação da via militar romana que liga Lisboa a Braga, que aqui tinha o seu tão conhecido Marco Miliário da Milha XII.

Do séc. VII ao X, é alcaria e arraial de moçarebes e berberes que aqui se fixaram e desmantelaram a vida institucional anterior, assim como topónimos da área, hábitos típicos e o próprio traje regional. O próprio topónimo Azeméis tem uma etimologia que apela não só para uma colónia de Almocreves, mas ainda para colonizadores árabes da família Azemede.
Do séc. X ao XV, Oliveira de Azeméis é palco de lutas renhidas entre árabes e chefes militares leoneses e portucalenses, incluindo colonos adstritos aos mosteiros de Pedroso, Grijó e Cucujães, aos quais se deve o repovoamento e fundação das 19 freguesias, o aproveitamento dos cursos de água locais para a indústria de moagem e de irrigação das terras marginais, o desenvolvimento da já referida colónia de almocreves (Azemeles) e a instalação de uma acolhedora hospedaria para peregrinos e veraneantes que aqui vinham descansar, caçar ou pescar.
No período que vai do séc. XV ao XVIII, a história de Oliveira de Azeméis ficou marcada pela implementação da Comenda Real da Ordem de Cristo, em 1517, e destinada a arregimentar milícias para a defesa do território e policiamento do trânsito regional.


 Praca jose da costa 1900.jpg
Painel de azulejos na Praça de José da Costa

Em 5 de Janeiro de 1799, foi elevada à categoria de Vila e tornou-se Sede do Concelho. Com Mouzinho da Silveira, Oliveira de Azeméis passou a ser o concelho que é hoje.
No dia 16 de Maio de 1984 é elevada a cidade do distrito de Aveiro e diocese do Porto, mercê do seu notável progresso, densidade demográfica e categoria das suas estruturas urbanas.
Oliveira de Azeméis é elevada à categoria de vila em 05 de Janeiro de 1779, pois era terra sem Foral, que apenas aproveitara do Foral da Feira, dado por D Manuel I, em Lisboa a 10 de Novembro de 1514.


Gentílico Oliveirense
Área 163,41 km²
População 71 210 hab. (2008[1])
Densidade populacional 436 hab./km²
N.º de freguesias 19
Presidente da
Câmara Municipal
Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1779
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Entre Douro e Vouga
Distrito Aveiro
Antiga província Beira Litoral
Orago São Miguel
Feriado municipal Segunda-feira a seguir ao segundo domingo de Agosto
Código postal {{{codpostal}}}
Endereço dos
Paços do Concelho
Não disponível
Sítio oficial Não disponível
Endereço de
correio electrónico

O alvará de criação de vila foi ampliado em 24 de Outubro de 1779, criando-se o Concelho de Oliveira de Azeméis, a que foram anexadas por decreto do Príncipe Regente de 27 de Setembro de 1801, as freguesias de Santa Maria de Arrifana e a de S. João da Madeira, para preencher o nº de 20 freguesias marcado no Alvará de 05 de Janeiro de 1779.
A Arrifana voltou ao seu antigo Concelho, que era o da Feira e S. João da Madeira tornou-se Concelho. Em 1855, extinto o Concelho do Pinheiro da Bemposta, as 5 freguesias que o constituíam, passaram para Oliveira de Azeméis.
O feriado municipal de Oliveira de Azeméis é movel celebrando-se na segunda-feira a seguir ao segundo domingo do mês de Agosto.

IN "SITE DO MUNICÍPIO"
  
Tradições populares em Oliveira de Azeméis

Introdução

Este trabalho tem como principal objectivo apresentar uma viagem pelos usos e costumes tradicionais de Oliveira de Azeméis, predominantes sobretudo nos finais do século XIX, início do século XX. Das crenças e lendas às festas religiosas, passando pelos ofícios e vestuário da época, o artesanato, a gastronomia, as danças, cantares e os seus "cantadores", sem esquecer as desfolhadas ou os magustos, num roteiro que pretende valorizar certos aspectos muito ligados à realidade de Oliveira de Azeméis. Ao mesmo tempo, não se esquece o património natural, arqueológico e arquitectónico e as infra-estruturas existentes para a prossecução deste que pode e deve ser um contributo diferente para um Projecto de Educação Patrimonial.

Fábrica em S. Roque - foto antiga

Não sendo o concelho de Oliveira de Azeméis muito rico em factos da história e, também por isso, não apresentando um conjunto monumental e arquitectónico de grande valor, é na cultura popular que assentam as suas mais profundas raízes.
Hoje, a velocidade galopante da vida moderna faz-nos esquecer, muitas vezes, os usos e costumes, as tradições e os saberes dos nossos antepassados. Reviver esses tempos idos, recordar a paz das aldeias, a alegria das coisas simples, em testemunhos plenos de sinceridade, são um contributo valioso para educar os filhos de hoje a saberem amar a sua terra e a(s) sua(s) história(s). Desta forma, o turismo sairia valorizado, e este seria um importante contributo para um Projecto de Educação Patrimonial. Para além disso, o concelho de Oliveira de Azeméis, pela sua importância e localização, é o pólo de onde floresce um turismo de negócios assente, apenas, no facto de ali estar sedeado um grande número de empresas. 

Contudo, tal como se apresenta, não tem um turismo de lazer evoluído, mas apenas o de recurso, vivendo com base em situações efémeras ou de casualidades mais ou menos bem sucedidas. É de extrema importância a definição de um Plano de Desenvolvimento Turístico, inventariando o que interessa e o que não interessa, separando as zonas cuja vocação não se coaduna com uma actividade turística e definindo as áreas com potencialidades para atrair o investimento.

Usos e costumes tradicionais

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Vestuário

É a consulta aos mais idosos que nos permite conhecer os trajes de outros tempos, nomeadamente do final do século XIX, inícios do século XX.

 No Mercado Dominical, local onde tem início a Rua Velha de Santo António, que constituía motivo de autêntica romaria para muitos , especialmente para os rapazes e moças, que aproveitavam para namorar e ao mesmo tempo almoçar ou merendar, sendo que aos mais pobres cabiam as sardinhas e os carapaus, aos mais abastados as enguias e as solhas...uns acompanhando com a broa de milho outros com o Pão de Ul. Ali, perfilhavam as “ fritadeiras de peixe “, que em mesas desmontáveis de madeira, lavadas com sabão de cor amarela, serviam o peixe frito : trutas , barbos , enguias , solhas, pescado nos Rios Caima , Ul, ou na Ria de Aveiro, zona da Murtosa ou Salreu.

Mesmo tratando-se do mesmo concelho, fala-se que, muitas vezes, os habitantes de freguesias muito próximas ostentavam diferentes trajes (COSTA, 1990, p. 34).
Aliás, as pessoas eram distinguidas pelo seu trajar: o camponês rico do remediado, por exemplo.
Outro factor de diferenciação era a quantidade de ouro transportado. Este era um factor de riqueza. Todas as mulheres tinham brincos. O poder económico e a riqueza viam-se pelo tamanho dos brincos, cordão e medalhas.


Foto tirada no início do Século XX
Grupo de Lavradeiras de Oliveira de Azeméis, que no multissecular mercado semanal, então ao domingo, situado na Praça dos Vales – hoje Jardim Público, se encontravam para vender  os produtos agrícolas ( milho , feijão , batatas e muitos outros géneros ), às gentes que ali vinha desde a serra à beira-mar.

Não há qualquer obra publicada em Oliveira de Azeméis sobre esta temática. Recorremos a três responsáveis de Grupos Folclóricos, concretamente Teresa Leite, Amália Pinheira e Fernanda Quintino, as quais, em conversas informais, nos foram facultando diversas informações essenciais para a elaboração deste trabalho. Os diferentes ofícios dos finais do século XIX, inícios do século XX, de acordo com pesquisas efectuadas em diferentes grupos folclóricos do concelho são: Traje domingueiro feminino, Feirantes, Camponeses, Moleiros, Padeira, Tremoceira, Regueifeira, Sardinheira, Romeiros, Carvoeiros, Barbeiro, Sapateiro, Galinheira, Leiteira, Vidreiro, Criados, Noivos (ricos), Noivos (povo).
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Artesanato

Apesar de algumas "artes" estarem já extintas, pelo falecimento de artesãos e pela falta de continuadores do seu trabalho, o concelho de Oliveira de Azeméis continua a ter muitos artesãos no activo. Não obstante a falta de um local onde estes possam mostrar publicamente o seu trabalho, com alguma dificuldade pode-se "visitar" os artesãos nos respectivos domicílios e adquirir peças de inestimável valor.


Destaca-se o seguinte artesanato: escultura, olaria em grés, artefactos em madeira, tanoaria, latoaria, cestaria, sacas e tapeçarias em tiras de farrapos, artefactos em arame, rodízios de madeira para moinhos e carros de bois, arcos de festa, vassouraria, cobres, vidro, escudelas, canastras e artigos em verga e vime.
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Crenças / Lendas

As crenças/lendas mais conhecidas dizem respeito ao Santuário de La-Salette. Reza a história, e de acordo com o transcrito por António César Guedes (1985, p 3-52) que em Oliveira de Azeméis tudo começou em 1870 quando um Verão escaldante, como não havia memória, trazia as populações aterrorizadas. As nascentes secas, o solo empedernido, as plantas e as frutas definhadas; Tal era o panorama nesse mês de Julho que fazia prever a breve trecho o aspecto da fome e da miséria. Rezavam-se preces em todos os templos da região.

Quartel dos Bombeiros edifício antigo

Perante este quadro horrível, o Abade da Paróquia de Oliveira de Azeméis, Padre João José Correia dos Santos, organizou a cinco do mês de Julho uma procissão de penitência levando o Santo Cristo até ao Monte de Crasto, junto ao velho Cruzeiro, que recordava a última "estação" do remoto Calvário. Aí, numa breve alocução, sugeriu a ideia de nesse mesmo local se construir uma capelinha em honra de Nossa Senhora da La-Salette. Segundo reza a tradição, muitos dos peregrinos antes de chegarem às suas casas foram apanhados por uma chuva copiosa que pôs termo a tão horrível seca. Logo se procurou dar cumprimento ao voto feito pelo Abade em momento tão angustioso.
Em 6 de Janeiro de 1871 lançava-se a primeira pedra para a Capela. A sua construção arrastou-se por vários anos e só foi concluída em 1880 graças aos esforços de uma comissão presidida por Bernardo José da Costa Bastos.
A imagem de Nossa Senhora de La-Salette, que havia sido esculpida no Porto, na oficina de Manuel Soares Oliveira, já desde 19 de Setembro de 1875, encontrava-se exposta na Igreja Matriz, esperando pela conclusão da sua capela.
Assim, no dia 19 de Setembro de 1880, foi intronizada a Imagem e inaugurada a capela, dando lugar a grandes festejos que atraíram a Oliveira de Azeméis um número impressionante de peregrinos calculado em 15 a 20 mil pessoas. Admitindo um certo exagero dos cronistas da época, o certo é que os festejos atingiram um brilho invulgar. Já na véspera, às 17 horas, o clero e a Comissão Promotora com a Filarmónica de Santiago de Riba-Ul e numerosos fiéis, procederam à bênção da nova capela. E toda a noite se trabalhou para preparar a grande procissão do dia seguinte. Desde a Igreja à capela todo o trajecto apresentava-se com bandeiras, galhardetes, arcos, verdes e muito mais.

Parque de La  Salette (planta)
 Quando a Comissão Patriótica Oliveirense, em 1909, meteu mãos à obra para transformar num parque o árido e inóspito Monte dos Crastos, tomou também conta da capelinha que aí existia desde 1880 consagrada à Nossa Senhora da La-Salette. Em local tão isolado era preciso alguém que tomasse conta da capela e a abrisse quando necessário. A escolha da Comissão Patriótica recaiu num habitante do lugar de Cidacos conhecido pelo "Tio Martinho", homem honesto e cumpridor. Mas o "Tio Martinho" passou a andar preocupado:   os roubos sucediam-se e não se descubram os culpados. E atingiu o máximo de falta de respeito e heresia quando roubaram um valioso anel, levando-o com o dedo mínimo da mão direita que partiram a Nossa Senhora. Assim, o "Tio Martinho", apesar de muito cansado, não pôs qualquer dificuldade quando a Comissão lhe pediu para ficar de guarda à capela durante a noite após as festas, dado que havia objectos de culto de valor que tinham servido nas festas, além da caixa de esmolas. Muniu-se de uma espingarda caçadeira que lhe emprestaram e preparou-se para passar a noite tomando as devidas precauções. 
Igreja Matriz anos 80
Passado pouco tempo, acordou com um barulho na capela, mas do sítio onde estava (escadas que davam acesso ao pequeno côro), não via nem era visto. Pegou na arma e, espreitando, viu um vulto junto ao altar. Não esperou por mais nada: Meteu a arma à cara e disparou. Apesar da pequena distância a que disparou (a capela era pequenina), o vulto continuou de pé. O "Tio Martinho", que tinha outro cartucho na arma, aproximou-se intimando o intruso a manter-se quieto. E assim o manteve sob vigilância até o dia clarear. Nesta altura fechou-o bem na Sacristia e saindo cá fora começou a tocar o sinete da capela, ao mesmo tempo que gritava por ladrões. Em breve espaço de tempo tinha ocorrido muito povo, e cercando a capela, entraram no seu interior e prenderam o gatuno. Trouxeram-no para a vila e, na cadeia, foram examinados os ferimentos que se limitavam a alguns chumbos que tinham ficado à flor da pele e, caso curioso, o tiro tinha-lhe decepado o dedo mínimo da mão direita. Interrogado, confessou que tinha sido ele que algum tempo antes tinha roubado o anel e partido o dedo mínimo da mão direita da Nossa Senhora. O "Tio Martinho" voltou à capela e junto ao altar encontrou o dedo, ainda ensanguentado do gatuno. Curiosamente, tantos anos passados, e esse mesmo dedo ainda se encontra num frasco com álcool na actual capela.
Como é que os chumbos penetraram na pele, cortaram cerce o dedo do gatuno? O mesmo dedo que ele tinha partido a Nossa Senhora. Coincidência? Milagre?!...
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Festas

São várias as festas e romarias de carácter religioso celebradas neste concelho (MORGADO, 1988, p. 37).
Começando pela própria cidade de Oliveira de Azeméis temos as festas em honra de Nossa Senhora de La-Salette, na segunda semana do mês de Agosto.
Nas freguesias temos em Carregosa a festa do Mártir S. Sebastião, em Janeiro, a festa de Nossa Senhora da Ribeira, em Agosto, as Festas de Santo António, a de Nossa Senhora de Lurdes no dia 1 de Agosto e a festa de S. Miguel que se efectua no mês de Setembro. Em Cesar, a festa de S. Pedro no primeiro domingo de Julho.
Chegando a Fajões temos a festa de Nossa Senhora da Ribeira, a de S. Martinho e a de S. Marcos.

Rancho folclórico das Ceifeiras
As festas em honra de Nossa Senhora da Alumieira animam a freguesia de Loureiro na segunda-feira de Páscoa.
Em Macinhata da Seixa são celebrados o Santo António e o Santo André.
Em Madaíl o S. Mateus na segunda semana de Setembro.
Três são as festas que se fazem na freguesia de Ossela: a festa em honra de S. Frutuoso em Maio, a festa em honra de Nossa Senhora da Fonte e em Honra da Senhora da Graça.
Em Palmaz podemos visitar as festas em honra de Nossa Senhora da Piedade em Maio. Se preferirmos Agosto temos as festas de S. Lourenço ou no último domingo do mesmo mês as festas de S. Luís. No mês de Setembro ocorre ainda a festa da Senhora do Bom Despacho.
Em Pindelo, no dia 10 de Junho, celebra-se a festa do Corpo de Deus.
Tuna Invicta

Na freguesia do Pinheiro da Bemposta são celebradas as festas de S. Paio, em Julho, de S. Luís, no último domingo de Agosto, da Senhora da Ribeira, de S. Silvestre e do Mártir S. Sebastião.
Falando de Santiago de Riba-Ul temos as Festas do Rio que se celebram durante toda a primeira semana de Agosto.
Em Travanca existem as festas em honra do Espírito Santo, no último domingo de Maio, da Nossa Senhora das Flores e de S. Martinho.
Nos dias 2 e 3 de Fevereiro é celebrado em Ul o S. Brás.
Na vila de Cucujães temos as festas do Santo António da Ínsua em Junho, de Nossa Senhora da Conceição e de Santa Luzia em 13 de Dezembro e também as festas do Mártir S. Sebastião. No fim do mês de Julho são celebradas as Romarias de S. Sebastião, também em Cucujães.
Em S. Roque, decorrem no lugar de Bustelo as festas de Santo António (Junho), com animado desfile de marchas.
Para além das festas populares, há a destacar de igual modo as desfolhadas. Segundo os nossos informantes, era tradição que o lavrador chamasse os amigos à sua eira, para a última desfolhada do ano. Homens e mulheres, com o traje de trabalho, sentavam-se à volta das espigas e, com a luz da lua, desfolhavam o milho, enquanto das gargantas saltavam cantares regionais. No final, o anfitrião oferecia as castanhas, o vinho e a boroa para, mais do que um acto de gratidão, festejar-se esta grande festa do Outono. O serão começava com os habituais cumprimentos entre todos. Depois de todos se sentarem, os cestos eram enchidos, aos poucos, com o milho já desfolhado. 
Feira dos 27, Nogueira do Cravo
 O anfitrião, entretanto, separava as espigas do folhedo e eis que surgia uma espiga de "milho-rei". Aí, o homem tinha de levantar-se, beijar as mulheres e "apertar o bacalhau" aos homens.
Uma das figuras mais características era o "encarapuçado", ou "serandeiro", o qual não era convidado do dono da quinta. Enquanto as mulheres aguardavam pelo beijo, este circulava por entre as pessoas, para ver se a sua noiva se encontrava lá pelo meio. Como este intruso não queria ser descoberto, vestia uma capa preta e colocava um capuz, que as raparigas tentavam tirar para descobrirem quem era, afinal, aquele visitante misterioso...
Enquanto os cestos se enchiam, o carregador transportava-os para o canastro, protegendo-se com um capuz de linhagem e, nos pés, calçando umas pesadas chancas. Depois de terminado o longo conclave, a hora era de varrer a eira, com uma vassoura de giesta. Mas a festa ainda não tinha acabado! Mulheres de um lado, homens do outro, começava o canto ao desafio. Cada grupo, pela voz do chefe, tinha de responder ao outro, até que um não tivesse mais improviso para continuar. Depois, castanhas, vinho e boroa com fartura...
Enquanto todos cantavam, dançavam, comiam e bebiam, o milho repousava no canastro, permanecendo ali durante alguns meses, até ficar seco. A tarefa seguinte seria malhá-lo e limpá-lo para, finalmente, ir para a moagem.
Avivar a memória dos mais velhos e ensinar aos mais novos estas tradições, para que elas não se percam, é tarefa que algumas Associações têm vindo a desenvolver neste concelho. Contudo, estas iniciativas não têm um aproveitamento turístico e/ou pedagógico, acontecem por iniciativa de uns e convites a poucos, sem uma divulgação cuidada e atenta.

Capela de Nossa Sra das Flores
 Em todo o concelho comemorava-se o S. Martinho, em Novembro, e há freguesias que conseguem mobilizar muitas pessoas, que empolgam esta tradição. Na base da festa está o vinho novo que, das pipas e torneiras, sai para o torro, constituindo motivo de prova. As castanhas assadas, ainda a fumegar, são passadas de mão em mão, sendo este o melhor aperitivo para o acompanhamento do precioso liquido. No borralho assam-se as castanhas e da pipa vem o carrascão ou a saborosa água-pé, a qual saboreia-se e bebe-se em honra a S. Martinho, o santinho sempre evocado, amigo dos pobres, até ao ponto de ter cortado a sua capa para agasalhar dois pedintes... Reconstituir estas tradições populares, tarefa anual dos homens da terra noutros tempos, torna-se deveras importante.
Reconstituindo, transmite-se às gerações vindouras, envolve-se as populações e os forasteiros, ávidos por conhecer estas tradições populares.
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 Folclore

O concelho de Oliveira de Azeméis tem treze ranchos folclóricos.
A preservação dos usos e costumes, e o seu reviver, faz parte dos objectivos destas agremiações. Eis os seus nomes:
Grupo Folclórico Infantil e Juvenil de Cucujães, Rancho Folclórico As Ceifeiras de S. Martinho de Fajões, Grupo Folclórico de Cidacos, Rancho Infantil de Cidacos, Grupo Os Pauliteiros de Ossela, Grupo Folclórico de Palmaz, Grupo Folclórico e Etnográfico de Palmaz, Rancho Folclórico Juventude Santa Maria de Pindelo, Rancho Folclórico Recordar é Viver, Rancho Folclórico "A Chama", Rancho Folclórico Cravos e Rosas, Rancho Folclórico As Padeirinhas de Ul e Rancho Folclórico de S. Miguel de Azagães.

Primeiro Grupo Folclórico as Padeirinhas
 O concelho, rico como é em tradições etnográficas e folclóricas, não pode esquecer estas colectividades, que muitas vezes vivem com dificuldades para concretizarem os seus objectivos.
O papel e a importância das danças, cantares e trajes, como retracto fiel das regiões a que estão ligadas, merece, por isso, um debate amplo e sério. Embora a Federação do Folclore Português – organismo máximo da tutela deste sector - impeça adulterações etnográficas, já que a inscrição neste organismo obedece a certos requisitos, o certo é que há grupos que não conhecem o carácter testemunhal dos trajes, das cantigas e danças. Muitas vezes, por falta de formação dos seus dirigentes, os ranchos querem o "bonitinho", esquecendo que este, muitas vezes, não simboliza as tradições do povo e a época que pretende retratar. Um dos erros mais flagrantes, notado com frequência, é o uso de meias bordadas num traje de campo e de trabalho...
Apesar da hipótese de estarmos a assistir, portanto, ao "gato por lebre", quando presenciamos a qualquer Festival de Folclore, estes são sempre aguardados com enorme expectativa. Afinal, o Folclore é uma tradição das mais genuínas...
Quanto ao concelho de Oliveira de Azeméis, a riqueza do seu folclore tem contribuído para o desenvolvimento do turismo. Contudo, dadas as poucas condições de trabalho da maioria dos grupos, aquilo que nos é dado ver é, cada vez mais, uma imagem desfocada de uma realidade que já foi, e apenas é, conhecida na memória dos mais idosos. E disto são unânimes os nossos interlocutores.

Não podemos esquecer a questão dos "cifrões". Um distrito com muitas dezenas de ranchos, algumas entidades e organismos oficiais parecem ver o renascimento do folclore com maus olhos, pois a recolha dos costumes de outrora é cara, o dinheiro é escasso (a maioria dos grupos subsiste à base de pequenos subsídios, quando os há) e há uma urgente necessidade de dar a estas agremiações as verbas à altura da sua importância.
O folclore não é só as danças e os cantares; É tudo o que o povo espiritualmente transmite de geração em geração. Neste "tudo" cabem os jogos e tradições antigas, em suma, o fruto do fenómeno das aculturações.
O povo aprende sem saber quem o ensinou. É por isso que assistimos, em diferentes regiões, às mesmas danças e cantares dançadas e cantadas com ligeiras alterações. Isto é o reflexo da forma como o povo captou essa dança ou cantoria, adaptando-a à sua maneira de estar e ao seu sentimentalismo, bem como é reflexo das vias como essa dança ou cantoria chegou a essa região.
O comportamento das pessoas de hoje é totalmente diferente de há 70, 80 ou 100 anos. Logo, para recriar esses tempos, temos de nos isentar da vida que levamos actualmente, viajando até ao passado e, depois, no regresso ao presente, temos de reconstituir o mais fielmente possível o que pesquisámos. Divulgar as danças e cantares regionais é, acima de tudo, apresentar um verdadeiro "museu-vivo". O modo de vida dos nossos antepassados é pretexto para trabalhos de investigação levados a cabo, sobretudo, por ranchos folclóricos que, depois, os apresentam em festivais no concelho, no país e no estrangeiro.
Normalmente, um grupo folclórico inicia uma actuação com a rusga. Tal como o nome indica, esta "moda" era dançada e cantada nas caminhadas que se faziam, em grupo, às festas e romarias. A seguir, vêm danças movimentadas e alegres. Por exemplo, esta "moda": Após uma tarefa cumprida, apesar do cansaço, todos se juntavam para alegremente cantarem e dançarem as músicas que surgiam com facilidade e iam enriquecendo o nosso património cultural. Os "viras" são, pois, o retractar dessa riqueza que tão importante é preservar e divulgar.
O nosso povo tinha uma vida muito dura, mas não deixavam de ser pessoas muito unidas. Trabalhavam de sol a sol, mas os seus trabalhos rudes não lhes tiravam a vontade de dançar. As danças alegres que animavam as eiras ou os terreiros devem ser retratadas. Os grupos folclóricos do concelho de Oliveira de Azeméis retratam, muitas vezes, o quotidiano de Aveiro, capital deste distrito. As suas marinhas de sal, a ria ou o farol da Barra, são temas que servem de inspiração.
Mas não só Aveiro e Portugal influenciam as tradições deste povo. Muitos espanhóis, naturais da Galiza, vieram há 100 anos para esta região trabalhar na construção da linha do Caminho de Ferro. Aqui se instalaram, partilhando culturas. Mas não quiseram deixar passar a oportunidade sem mostrar que também sabiam dançar e que, tal como nós, tinham o seu folclore. E os "viras" espanhóis são muito apreciados.
De entre as muitas "modas", outra há que merece referência: "Ciranda" era o nome que o povo dava ao crivo ou peneira. Este era um instrumento que servia para separar os cereais ou o feijão das impurezas. Então, a "ciranda" servia para "cirandar"! Em conjunto, no espírito de entre-ajuda comum no povo daquele tempo, juntos dançava-se com este instrumento.
Retratar as danças e cantares de outros tempos, é relembrar as mulheres que quebravam a monotonia dos seus trabalhos domésticos com cantigas arrastadas, dado o cansaço que era provocado pelas duras tarefas ou pelo calor. Estas cantigas, ou cantadas, eram muito comuns nos trabalhos do linho, nas ceifadas e nas cortadas. Muito ricas, sem dúvida.
Dos nomes que se dão hoje a essas "modas", destaca-se os seguintes: "A Rusga", "A Moda Nova", "Lambão", "Vira", "Vão as Madamas ao meio", "A Cana Real das Canas", A Ciranda", "O Tome Rebelo" e outras muitas vezes com nomes próprios de pessoas, já muito idosas ou que já faleceram mas marcaram uma época ou uma geração.
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 Gastronomia

Com ou sem influências da gastronomia de outras regiões, sobretudo da Beira Alta, Oliveira de Azeméis tem, na verdade, pratos caracteristicamente seus, confeccionados por famílias que ficaram conhecidas na História do seu lugar, exactamente por esta ou aquela especialidade.
Seria interessante que os restaurantes do concelho apresentassem, a par das suas ementas habituais, estes pratos, como um contributo para a preservação da nossa gastronomia que, apesar de tudo, poderemos considerar, ainda, muito rica: Vitela assada no forno; Papas S. Miguel; Arroz de Ossos do Suã – Cesar; Borrego (Anho) à moda de Fajões; Pão de Ul; Queijadinhas de cenoura; Formigos Cesarenses; Caladinhos; Beijinhos de Azeméis; Rabanadas; Sopa Seca; Rojoada com arroz de feijão; Nacão de porco (mais recente), etc..

Aqui ficam alguns dos pratos regionais mais reconhecidos como sendo oliveirenses. Também os doces e o pão de Ul enriquecem esta pequena lista, à qual muitas outras especialidades poderiam ser acrescentadas.
Diversas correntes de opinião defendem que a gastronomia do concelho de Oliveira de Azeméis é pobre, quase inexistente. Partindo dessa hipótese, e tentando confirmá-la ou desmenti-la, lançamos mãos ao trabalho. Ao conversar com alguns estudiosos na matéria, pudemos chegar à conclusão que esta premissa tem a sua razão de existir, apesar de assentar em critérios falsos ou pelo menos fundamentados em bases menos verdadeiras. Para a enraização desta ideia, muito contribuiu o esquecimento em que caíram os pratos típicos regionais e as receitas caseiras de outras épocas e, sobretudo, a inexistência de uma recolha profunda ou de um levantamento dos mesmos.

Por outro lado, tal como noutras regiões, a nossa gastronomia sofreu algumas influências, não menos positivas, advindas do facto de Oliveira de Azeméis ser um ponto geográfico de confluência de diversas culturas e etnografias. É que não podemos esquecer que este concelho desempenhou um papel importante na Mala-Posta, de acordo com SANTOS (1979, p. 16) o que obrigava a passagem, pelo burgo, de outros povos e de outras tradições. Esta situação possibilitou a troca de ideias, de conceitos, usos e costumes, quer a nível etnográfico e cultural, quer a nível gastronómico e outros, entre pessoas tão diferentes. As Beiras interligaram-se e difundiram-se entre si. A gastronomia não foi excepção.
Na obra de Eça de Queirós, várias são as referências a Oliveira de Azeméis. No seu livro "A Capital", o típico "Botequim da Corcovada" leva-nos a acreditar que Eça de Queirós conhecia (e referia-se) ao velho botequim oliveirense do largo de Santo António, que existiu no século XIX. (QUEIRÓS, 1980, p. 9).
Esta opinião é partilhada por Alberto Couto (1985, p. 14) que, no seu estudo "Eça de Queirós e Oliveira de Azeméis", salienta: "Pois sucede que o botequim que existiu no Largo de Santo António, em Oliveira de Azeméis, num prédio também já desaparecido, era pertença de umas damas, geralmente conhecidas pelas "senhoras do Botequim". Naquele lugar se reunia a finaflor da vila e arrabaldes, a denotar preferência pelos acepipes fabricados na cozinha da casa e pelo monumental bilhar, que era, sem dúvida, o mais aprazível divertimento da época (...)"

 O Dr. Maurício Antonino Fernandes, ex-director da Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis e historiador da região, em entrevista pessoal também nos falou um pouco deste botequim:
"Tinha a cozinha, onde se confeccionava óptimos pitéus, uma sala de jantar e uma varanda virada para o Caima. Era um encanto. Aí iam muitas pessoas passar a sua noite a jogar, a comer e a petiscar. Como não havia televisão, assim passavam o tempo deliciando-se com os pitéus da casa; Havia o gosto em preparar esses pitéus.
A proprietária tinha já uma certa idade, talvez o seu porte físico teria levado Eça de Queirós a falar da Casa da Corcovada..." Agora o Botequim de Santo António já não existe, dando lugar a um chalé brasileiro. Não obstante, as escadas que davam para o lado da praça ainda lá estão, do lado de dentro.
Se este Botequim de Santo António desempenhou um papel importante na gastronomia oliveirense do seu tempo, não menos importância teve a Coutada do Côvo.

 Dizia-nos o Dr. Maurício Fernandes:
"Já no tempo de D. Manuel, na Coutada do Côvo, eram frequentes as caçadas ao javali (porco bravo), ao coelho e à perdiz - entre outros -, caçadas estas que se tornaram, anualmente, tradicionais.
No fim, havia sempre o assar dos animais caçados, as petiscadas no espeto... isto faz parte da história da Gastronomia nacional". Para além disso, o concelho possuía rios ricos, na época não poluídos, sendo a pesca privilégio só de alguns senhores. Os condes da Feira tinham privilégios da pesca na área que ia de Ul até S. João da Madeira, enquanto os senhores de Angeja possuíam a reserva do Caima, etc..
"A pesca dava origem a que fossem confeccionados determinados pitéus. Todos assados no espeto e servidos com arroz de forno em caçarolas de barro. Aqui existiam muitos tipos de peixe de água doce, com os quais se faziam certos pratos característicos...", refere o historiador.
Mas os menos abastados tinham, também, os seus pratos característicos, tendo em conta o que nos disse Lindolfo Ribeiro, um profundo conhecedor destas coisas de gastronomia e mestre culinário com programa televisivo regular.
"O Pão de Ul é caracterizadamente oliveirense. Isso ninguém nega. Com esse pão fazia-se a sopa seca. Era uma sobremesa fácil e barata, já que constava apenas de pão de Ul, açúcar amarelo, folha e casca de laranja, e, também, manteiga..."
A tradição conventual, referida tanto por Lindolfo Ribeiro, quanto pelo Dr. Maurício, está ainda bem patente na nossa gastronomia.
A proximidade geográfica de Arouca, as relações familiares e, sobretudo, o Mosteiro de Cucujães - Beneditino -, permitiram este tipo de influência.
"Os mosteiros eram uma espécie de escola, não só para as freiras, como para as criadas de famílias mais ricas", alerta-nos o Dr. Maurício Fernandes.
São cerca de doze ou catorze as variedades de doces que foram trazidos para Oliveira de Azeméis, com enormes características conventuais. Línguas de gato e morcelas, são apenas duas das muitas que a própria criada do Côvo aprendeu... ela que foi, também, servidora de Eça de Queirós, na chamada Casa de Tormes.
Tendo em conta a opinião deste profissional de restauração e cozinha, do historiador Dr. Maurício Fernandes e a nossa própria, por unanimidade se pode afirmar que o que faz falta é uma recolha cuidada destes pratos regionais, no sentido de os preservar e promover. Mesmo em termos de recolha bibliográfica, nenhum dos nossos interlocutores tem obra publicada sobre esta temática. O ex-libris gastronómico do concelho é Pão de Ul, caracterizadamente típico, não só pelo seu excepcional sabor, como pela forma tradicional que apresenta. Assim, o Pão de Ul torna-se único no mundo, um verdadeiro "ex-libris" da gastronomia oliveirense. A sua confecção é, no entanto, simples, numa mistura sábia de farinha, água, sal e fermento. O segredo reside, precisamente, na maneira de o amassar (à mão) e do seu cozimento (em forno de lenha). Contudo, encontrar Pão de Ul à venda torna-se uma tarefa quase impossível.

 Património

 Património Natural

De acordo com os dados que nos são fornecidos pelo PDM – Plano Director Municipal, o qual serviu de base para este capítulo, o relevo do concelho é marcado pela baixa altitude, com valores que rondam os 200 a 250 metros, embora se possam encontrar pontos situados acima dos 500 metros de altitude.
Esta situação encontra-se principalmente na parte leste do concelho, em freguesias como Palmaz, Ossela, Carregosa e Fajões. Em contrapartida temos S. Martinho da Gândara e Loureiro, freguesias da parte oeste do concelho, que apresentam valores muito baixos, sendo em certos casos inferiores aos 100 metros. A responsabilidade da movimentação do relevo, na sua maior parte, é das linhas de água que ao longo do tempo têm vindo a provocar a erosão e o encaixe dos respectivos vales.

Rio CAIMA
Oliveira de Azeméis possui um clima Temperado Mediterrânico, com valores de precipitação elevados. Ao mesmo tempo, meses há em que a precipitação é menor ou igual a duas vezes o valor da temperatura.
Em termos de hidrografia, o concelho está incluído na Bacia Hidrográfica do Vouga, do qual o Caima é afluente. Como rios temos, exactamente, o Caima, que é o principal rio que atravessa o concelho. Nasce na Serra da Freita e atravessa as freguesias de Ossela e Palmaz, sensivelmente com uma ligeira orientação nordeste-sudeste. Com esta mesma orientação, o Antuã tem a sua nascente nas Alagoas, no concelho de Arouca, e segue em direcção a Ul, onde recebe o Rio Ul. Para além destes três rios, a rede hidrográfica é caracterizada pela existência de pequenos rios e ribeiras afluentes, como por exemplo a ribeira da Felgueira e a ribeira da Filvida, ambas afluentes do rio Caima; o rio Ul tem também como afluentes a ribeira do Pintor e o rio Cercal; apenas o rio Antuã não possui nenhum rio ou ribeira merecedores de registo.

RIO UL
No que diz respeito à caracterização florestal, aproximadamente 69% do território de Oliveira de Azeméis classifica-se com predominância de solos de aptidão florestal. Os povoamentos florestais do concelho são constituídos, essencialmente, por pinheiro bravo e eucalipto, formando manchas contínuas. Constata-se também que já houve, e ainda há, embora já em menor escala, a substituição do pinheiro por eucalipto.

 Património Arqueológico

De acordo com o PDM – Plano Director Municipal de Oliveira de Azeméis – neste Município podemos mencionar as áreas protegidas de La-Salette, da Lomba e do Castilho.
No concelho encontramos, na freguesia de Carregosa, a Mamoa de Silvares, em Cesar a área protegida do Monte Calvo pertencente à Serra da Naia e igualmente a área protegida do Monte Calvo mas do lado da Serra do Pinheiro. Na freguesia de Fajões, a Mamoa de Mourisca.
Ossela
Passando a Loureiro, encontramos a Mamoa das Almas Mouras e a área protegida do Antuã. Em Ossela existe o Castro das Baralhas. A área protegida da Mó e a área protegida da Raposeira são em Palmaz.
Na freguesia de Santiago de Riba-Ul, a Mamoa do Peralta, o Castro de Vila Cova e a área protegida do Calvário. Em S. Martinho da Gândara, o Castro do Troncal.
Em Travanca temos a área protegida das Flores e o Castro de Damonde e, por último, na freguesia de Ul encontra-se o Castro de Ul e a Mamoa da Baixa.
São quase ignorados os traços primitivos da região onde assenta o concelho de Oliveira de Azeméis. Contudo, os machados de silex encontrados, em especial os de 1899 no rio Caima, são a excepção. Mas, o que é importante é que estes objectos provam que na denominada idade da Pedra Polida o Homem ali exerceu a sua actividade, tão restrita de recursos. Os vestígios de primitivos povoamentos pré-históricos são muitos, encontrados nos seus cinco Crastos.
O reconhecimento dos Crastos em diversos pontos do concelho é o que vem denunciar que os antigos habitantes da região procuravam os cerros montanhosos para ali instalarem os seus redutos. Estes povos costumavam escolher para sua defesa as escarpas dos montes, instalando baluartes, muralhas e fossos. Porém, o que verdadeiramente constituía fortins muralhados eram os castros. Os pequenos povoados aglomeravam-se, pelo menos, na vizinhança das cividades e castros, onde buscavam abrigo para pessoas e bens, ao mínimo sinal de incursão.
Seu testemunho as diversas mós encontradas em vários locais do actual concelho principalmente no Castelhão de Oliveira, próximo da Igreja Matriz e no Largo do Senhor da Campa, em Santiago de Riba-Ul.

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O PARQUE DE LA SALETTE

 O parque de La Salette é considerado o ex-libris da cidade de Oliveira de Azeméis, marcado pela beleza e tranquilidade.
Localizado sobranceiramente à cidade, o parque da cidade comemorou em 2009 o primeiro centenário. A ele rumam milhares de pessoas em Agosto, durante as Festas em honra de La Salette.
 

O parque nasceu de uma promessa da população de Oliveira de Azeméis a Nossa Senhora de La Salette rogando pela queda de chuva. A promessa foi cumprida com a construção de uma capela, inaugurada a 19 de Setembro de 1880. Os primeiros trabalhos no parque iniciaram-se a 07 de Abril de 1909.O plano geral do parque foi concebido por Jerónimo Monteiro da Costa, paisagista do virar do século XIX e herdeiro de uma cultura oitocentista em torno da horticultura, jardinagem, concepção e construção de jardins e, à altura, Director dos Jardins Municipais do Porto e da Real Companhia Hortícolo-Agrícola Portuense. O parque ocupa 17 hectares e a sua gestão é da responsabilidade da Fundação La Salette.

 Parque Temático Molinológico

O Parque Temático Molinológico de Oliveira de Azeméis pretende ser um «museu vivo» das estruturas da confecção do pão e de moagem de cereais, uma actividade com mais de 200 anos de existência.
Além de um lugar agradável e de apetência turística, o parque assume-se como um espaço didáctico e de conhecimento para as crianças e jovens das escolas.
O projecto da autarquia, no valor de 1,25 milhões de euros, tem sido, de forma constante, alvo de visitas de pessoas de todo o país.

O espaço é constituído por 11 moinhos de água, a maioria recuperados pela autarquia ao abrigo de uma candidatura ao III Quadro Comunitário de Apoio, e os restantes por promotores privados.
Um dos principais núcleos procura recriar todo o percurso associado às actividades da secagem, moagem de cereais e ao fabrico do pão podendo os visitantes assistir, ao vivo, à moagem dos cereais e às padeiras a confeccionarem o tradicional pão de Ul.
A nível museológico há ainda espaço para conhecer as alfaias associadas a este tipo de artes e uma zona multimédia. Um outro núcleo está direccionado para a indústria do descasque de arroz que foi a evolução do declínio da primitiva moagem de cereais.
Um terceiro núcleo, localizado na freguesia de Travanca, aproveita a frente ribeirinha para o desenvolvimento de acções de educação ambiental e de actividades lúdicas e de lazer.
O objectivo do parque molinológico é entrar nos circuitos da oferta turística da região numa perspectiva de promoção do município de Oliveira de Azeméis enquanto destino turístico ligado à fruição dos recursos patrimoniais, históricos e paisagísticos. 

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