08/06/2011

ALMORRÓIDA RECESSIVA



Portugal é o único país do euro 
em recessão

por Eva Gaspar


Eurostat confirmou hoje que Portugal voltou a entrar em recessão no primeiro trimestre do ano.

Na Zona Euro e entre os países intervencionados, Portugal é agora um caso singular.

Ao fim de três anos a perder “músculo”, a economia grega voltou a crescer nos três primeiros meses do ano, ainda que muito pouco: 0,8% face ao trimestre anterior, mas na comparação homóloga os números são pesados, ao apontarem para uma nova contracção (ainda que menos acentuada) de 4,8%.

A segunda estimativa do Eurostat para a evolução do PIB entre Janeiro e Março, hoje divulgada, volta a não apresentar dados para a Irlanda, mas a expectativa é que também nestas paragens onde foi necessário pedir ajuda externa o crescimento económico esteja de regresso, mesmo que muito tímido.

Contas feitas, Portugal é agora o único país do euro em recessão, com a confirmação de que o primeiro trimestre de 2011 foi o segundo consecutivo em que o PIB diminuiu em cadeia: 0,7%, após uma contracção de 0,6% na recta final de 2010. A variação homóloga (comparação com o mesmo trimestre do ano anterior) entrou também em terreno negativo: o PIB caiu 0,7%, quando no trimestre anterior ainda havia crescido 1%.

Os dados do Eurostat não introduzem, assim, alterações à primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística, que atribuiu o regresso da recessão ao “acentuado contributo negativo” da procura interna, em resultado da forte diminuição dos gastos de consumo das famílias e, e menor grau, do investimento, que mais do que anulou o comportamento positivo das exportações.

Alargada a comparação aos 27 países da União Europeia, Portugal encontra paralelo na Dinamarca, que entrou também em recessão no primeiro trimestre, com uma segunda variação trimestral negativa do PIB (0,5%, após 0,2%). Já por comparação com o ano passado, a economia dinamarquesa ainda continua a crescer: 1,3% no primeiro trimestre de 2011, menos de metade dos 3% registados nos últimos três meses de 2010.

IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
08/06/11

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