04/12/2010

3 - OH SENHOR DOUTOR!!!!


A Medicina é - diz quem a pratica - a mais bela das profissões. Quem a exerce sabe que cada vez mais deve estar atento à qualidade da comunicação que mantém com o paciente como parte primordial de todo o projecto terapêutico: saber escutar o doente, entender as suas formas de expressão e saber transmitir em termos simples e directos aquilo que pensa e aquilo que pretende que o doente assimile e ponha em prática, sem recorrer ao linguajar hermético e técnico que caracteriza alguns sectores da classe médica, é para o clínico muito mais de meio caminho andado para o sucesso...
'O doente que tem que contar em minutos os males de um 'maldito corpo que não corresponde aos desejos da alma' está sujeito a lapsus linguae, frutos da atrapalhação, da timidez, do incómodo de ali estar perante o médico. Compreendamo-lo pois com bom humor!'
Carlos Barreira da Costa, médico Otorrinolaringologista da mui nobre e Invicta cidade do Porto, decidiu compilar no seu livro 'A Medicina na Voz do Povo', com o inestimável contributo de muitos colegas de profissão, trinta anos de histórias, crenças e dizeres ouvidos durante o exercício desta peculiar forma de apostolado que é a prática da medicina. E dele não resisti a extrair verdadeiras jóias deste tão pouco conhecido léxico que decidi compartilhar convosco.

As dores da coluna e do aparelho muscular 
e esquelético são difíceis de suportar:
'Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta'.
'O pouco cálcio que tenho acumula-se na fractura'.
'Já tenho os ossos desclassificados'.
'Alem das itroses tenho classificação ossal'.
'O meu reumatismo é climático'.
'É uma dor insepulcrável'.
'Tenho artroses remodeladas e de densidade forte'.
'Estou desconfiado que tenho uma hérnia de escala'.

O português bebe e fuma muito 
e desculpa-se com frequência:
'Tomo um vinho que não me assobe à cabeça'.
'Eu abuso um pouco da água do Luso'.
'Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool'
'Fujo dos antibióticos por causa do estômago.
Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me 
muito bem'.
'Eu sou um fumador invertebrado'.

O aparelho digestivo origina sempre muitas queixas:
'Fui operado ao panquecas'.
'Tive três úlceras: uma macho, uma fêmea e uma de gastrina'.
'Ando com o fígado elevado. Já o tive a 40, mas agora está mais baixo'.
'Eu era muito encharcado a essa coisa da azia'.
'Senhor Doutor a minha mulher tem umas almorródias que com a sua licença nem dá um peido'.
'Tenho pedra na basílica'.
'O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás'.
'Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa'.
'Fiz uma mamografia ao intestino'.
'O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenos ( drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda)'.

enviado por BOSSA NOVA

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